Os dias no trabalho estavam difíceis agora que Hirai trabalhava durante a manhã no estudio e dava aulas particulares durante a tarde para uma jovem que queria fazer audição para se tornar trainee. A mãe da jovem prometeu pagar muito bem, então Momo decidiu aceitar. O problema era que a casa da aluna se encontrava no outro lado da cidade, dificultando a ida da japonesa até la.
É claro que não desistiria de ensinar à jovem Myoui a dançar e ainda ganhar um dinheiro extra.
Para sua surpresa, a jovem tem 21 anos, se chama Mina e é ótima em balé. Era realmente difícil entender o motivo de sua mãe pagar aulas de dança para a filha.
Bom, o motivo apareceu logo nos primeiros dias de aula quando a garota começou a dançar. Definitivamente, ela dança balé incrivelmente bem, porém, com outros estilos ela era um desastre.
As aulas já seguiam a algumas semana e o corpo de Momo começou a dar sinais de cansaço. Não descansava direito a muito tempo.
Sua irmã dizia "Não se esforce tanto no trabalho.", sua mãe dizia "Descanse um pouco, filha.". Em todas vezes que isso acontecia, a japonesa apenas negava com a cabeça e dizia "Está tudo bem." ou "Eu gosto do que faço."
Foi com a cabeça cheia de pensamentos que Hirai entrou em sua casa, sentando na poltrona que estava logo a sua frente. Suor e respiração ofegante deixavam nítido o dia duro que teve, seus olhos se fecharam e um longo suspiro saiu por seus lábios.
Sentiu uma presença atrás de si, tocando seus ombros e puxando seu corpo para encostar na poltrona. As mãos, pousadas sobre os ombros, iniciaram uma massagem. Hirai deixou-se relaxar com aquele contato.
Estava aproveitando o máximo aquela massagem, seu corpo abandonando o cansaço. De repente, Dahyun resolveu se pronunciar, dizendo:
ㅡ Não acha que está se esforçando muito no trabalho?
Aquela era a pergunta que Momo mais temia ouvir no momento, mesmo sabendo que uma hora a loira iria notar e comentar sobre. No entanto, não queria receber perguntas sobre seu cansaço diário.
ㅡ Foi apenas uma pergunta. Não precisa se sentir pressionada com ela.ㅡ Dahyun falou serenamente. Momo tentou relaxar seu corpo com a resposta da loira.ㅡ Só achei que você poderia querer alguém para desabafar, sem ser sua irmã ou... o Twitter. Às vezes é bom falar o que sentimentos para pessoas que estão dispostas a nos ouvir. Se desabafar comigo, prometo apenas ouvir e não comentar sobre.
Hirai não queria se render e admitir que queria contar como se sentia para alguém, mas Dahyun parecia confiável e sua promessa era tentadora.
ㅡ Me sinto perdida.ㅡ iniciou falando o que estava preso em sua garganta.ㅡ Sempre gostei de dançar, era meu grande sonho ser uma ótima dançarina. Eu amo a dança.ㅡ quando falou isso, estava com um sorriso enorme nos lábios e com seus olhos brilhando.ㅡ Consegui emprego de professora de dança três anos atrás, fiquei tão feliz com isso. Achei que estava perto de realizar meu sonho, eu dou aula de dança, significa que eu danço bem, certo? ㅡ agora o sorriso não estava mais ali, era nítida a tristeza e insegurança na voz da japonesa. A loira que antes estava atrás de si, agora estava sentada no sofá que ficava ao lado da poltrona.ㅡ Só tive duas alunas durante esses três anos e tenho que avaliar elas todos os meses, depois avaliar os alunos dos outros professores e mandar para meu chefe. Eu sou a única mulher que dá aulas naquele lugar, recebo menos que todos os homens, até o cara que chegou a cinco meses lá recebe um salário maior que o meu. E não é só isso, tenho tantos outros problemas no trabalho... Me sinto tão cansada com tudo que aconteceu e acontece. Devia ter escutado minha mãe quando ela disse que eu não poderia viver de dança, que deveria fazer outra faculdade.ㅡ era possível sentir a tristeza e arrependimento no que havia saído de sua boca.
Porém, o que foi falado depois deixaria qualquer pessoa próxima de Momo completamente surpreso ou bravo por ouvi-lá falando tal coisa.
ㅡ Devia ter desistido desde o início, até porque eu nem danço tão bem assim.
Mesmo sentindo vontade de confortar a morena com palavras, a androide cumpriu sua promessa e permaneceu em silêncio enquanto a japonesa contava suas histórias. As lágrimas escorrendo rapidamente, molhando toda sua bochecha e a costa de sua mão que era usada na tentativa de seca-lás.
Momo não conseguia falar mais nada naquele momento, ela simplesmente desabou. Fazia muito tempo desde a última vez que contou para alguém como se sentia. Tentava secar seu rosto com as duas mãos, porém, era totalmente inútil, mais lágrimas insistiam em cair.
Queria parar de chorar. Se achava fraca por estar chorando, mesmo aguentando tantas coisas ruins quieta desde sua adolescência.
Pensamentos e lembranças ruins invadiram sua mente. Momo queria gritar. Isso, até sentir braços rodeando sua cintura. Já sabia quem estava ali, mas ainda não tinha coragem de olhar em sua cara.
Desde que essa conversa iniciou seu olhar ficou fixo no chão. Não tinha coragem de encarar Dahyun enquanto contava o que lhe deixava triste, mas pôde sentir a todo momento o olhar da loira em si. Agora ela estava ajoelhada na sua frente, à envolvendo em um abraço, sendo seu ombro amigo.
Resolveu passar o seu braço direito por ambos ombros da menor, a trazendo para mais perto e apoiando sua cabeça no ombro esquerdo da mesma.
Deixaria as lágrimas descerem a qualquer momento. Todavia não sabia se Dahyun suportava água, então as limpou rapidamente antes que pudessem cair.
Os pequenos dedos da loira foram em direção aos cabelos da japonesa, passando a fazer movimentos suaves. Hirai relaxou seu corpo para aproveitar melhor o carinho que recebia, sentindo pequenos arrepios em suas costas.
Dahyun seguiu mexendo nos cabelos da maior, até notar que a mesma havia adormecido. Resolveu levá-la até o quarto e a deitou na cama, deixando um beijo em sua testa, assim como Nayeon fazia quando moravam juntas.
Havia morado com Im por dois meses após finalmente ser terminada, e a mais velha deixou no sistema da androide explicações a respeito sobre dela, o que devia aprender e umas músicas de uma banda de rock aleatória. Mesmo achando que poderia aprender tudo sozinha se Nayeon deixasse que ela fosse que nem os outros robôs. No entanto, não duvidava da inteligência de sua criadora. Se ela estava aprendendo diretamente de uma humana, tinha um motivo importante por trás disso.
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🄰🄽🄳🅁🄾🄸🄳🄴
RomanceO que você faria se encontrasse em sua casa uma garota que diz ser um androide? Hirai Momo é uma professora de dança, que aos seus 23 anos vive uma vida monótona e entediante. Nunca foi uma pessoa chegada ao mundo da tecnologia, isso até conhecer a...