— Por que você não me disse que agora o Jerry é seu irmão? — perguntou a morena meio furiosa, andando de um lado pro outro
Anne observou o nervosismo de Diana, dando uma risadinha
— Talvez porque você nunca me perguntou dele?!
Barry revirou os olhos
— Mas nem falar sobre o que tinha acontecido com os Baynard? Meu Deus, foi uma tragédia! — exclamou ela, sentando finalmente
A ruiva respirou fundo e olhou para cima. Pensar em um céu estrelado sempre a acalmava.
— Jerry não gosta de tocar no assunto. Nunca gostou. E eu não gosto de espalhar notícias por aí... — disse ela, sincera, e a amiga levantou as sobrancelhas, como se um leve deboche aparecesse na sua face — Não mais!
As duas ficaram em silêncio. A verdade era que as dúvidas de Diana eram mais do que aquilo. Eram maiores, e a Cuthbert sabia bem quais.
— É verdade que os Andrews foram embora de Green Gables? Jane e Prissy nunca disseram nada!
— Todos tem uma vida extremamente particular, Barry. Você ainda não entendeu?! — agora quem debochava era a namorada de Blythe — E... Bom, depois de toda a confusão com Prissy e a surra que ela deu no Billy, e a grande descoberta fenomenal das duas irmãs, os Andrews decidiram sair de Avonlea!
Diana arregalou os olhos, e não sabia se ria ou chorava com tantas notícias
— Prissy deu uma surra no Billy? Isso é incrível! — as duas riram
— Também adorei. Ainda mais porque eu vi tudo, foi maravilhoso! — revelou a jovem com os olhos brilhando só de lembrar
As amigas saíram da cabana e foram se divertir brincando como sempre. Apesar de estarem maiores de idade, a alegria e a fome de viver nunca acabaria nos corações puros dos espíritos afins.
Quando acabou toda a diversão, elas foram almoçar na casa de Ruby, que andava doente ultimamente, mas tinha sempre a companhia de alguém especial.
— Anne e Diana, que prazer revê-las! — e foram recebidas por um abraço caloroso, mas de braços meio sujos
— Parece que anda se aventurando na cozinha, Moody Spurgeon?! — Diana brinca, e o moço passa a mão suja de farinha na cara
— Eu queria fazer um bolo pra Ruby, mas não tá dando certo... — murmurou ele, muito sem graça, coitado
— Podemos te ajudar. Nossa querida amiga Gillis merece! — falou Anne inspirada
Eles foram cozinhar, e mais uma vez se divertiram, por mais que avistassem uma tristeza descomunal no rosto dele, o que muito as alertou.
[...]
A pouco, Marilla chegara da missa e do mercado, se alegrando ao ver seu querido Jerry feliz conversando e sendo ajudado por Leslie nas coisas da fazenda.
— Oh Jerry, sobrecarregando sua namorada em afazeres?! O que pensa que está fazendo? — indagou a senhora, com meia indignação
— Eu só estou o ajudando um pouco, senhorita Cuthbert. Pode deixar, esse garoto não vai me escravizar! — a menina tinha uma risada e um jeito cativante, além de um olhar apaixonado
O agora Cuthbert riu, e deu um beijo na bochecha da companheira
— Eu nunca faria isso com ela, Mari, não!
A irmã de Matthew também os acompanhou na risada. Não era uma maravilha ver esse menino, que a vida toda sofreu, sorrir novamente e eternamente?!
Ela entrou na casa e foi direto pra sala. O livro ainda estava ali. E não só com os nomes de Marilla, Matthew e Anne Shirley-Cuthbert.
Jerry Baynard Cuthbert também estava ali. E sempre estará!
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Leslie
RomanceDiana não sabia o que dizer. Havia uma nova pessoa ali. Mais confiante e dono de si, com certeza. E talvez seja a tal Leslie a chave de tudo! [short-fic]