Trinta

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CAMILA'S POV

Sempre que eu entrava em um relacionamento, eu começava a imaginar como seria nosso casamento. Isso era algo que eu costumava fazer sempre que me apaixonava por alguém. A primeira vez foi aos cinco anos, quando eu tive uma pequena queda por um garoto que morava na minha rua. A última vez foi no momento em que Vitor se mudou para a minha casa. Vê-lo colocar suas coisas junto às minhas no armário, observá-lo dormir até cair no sono. Essas pequenas coisas faziam com que eu sonhasse acordada com o dia do nosso casamento. E eu já tinha tudo na minha mente; Nós, obviamente, iríamos nos casar em uma Igreja, respeitando o desejo de minha tia e minha avó. A decoração seria toda em rosas vermelhas, assim como os vestidos das madrinhas. Vitor usaria um smoking preto, simples e elegante. Meu vestido seria todo rendado e o véu seria enorme, tomando conta de quase todo o espaço no altar. Tudo estava arquitetado no meu pensamento, mas eu precisava trazer tudo à realidade, o que não é tão fácil quanto parece.

Essa é a Igreja? — Vitor perguntou enquanto arrumava a gola de seu paletó. Levantei meu olhar para ele e concordei com a cabeça, logo voltando minha atenção para a pequena maquete à minha frente. Estava sentada no tapete da sala.

Eu finalmente consegui arrumar todos os convidados nos bancos, cada um com o seu lugarzinho marcado. — disse em um sorriso, observando meu trabalho. Ouvi Vitor rir e logo aproximar-se de mim, sentando-se no sofá em seguida.

Por que eles tem lugar marcado na Igreja? — perguntou enquanto olhava a maquete.

Porque se for por ordem de chegada, pessoas que não são tão importantes para nós vão sentar na frente. — encolhi os ombros enquanto levantava meu olhar para meu noivo. Ele negou com a cabeça e sorriu, inclinando-se em minha direção e logo deixou um beijo em minha testa. — Você precisa mesmo ir viajar? Não quero planejar nosso casamento sem você.

— Amor, são só duas semanas. Nosso casamento é daqui a dois meses. — arregalei os olhos ao ouvir aquilo e o encarei. — Desculpa... Eu sei que não é muito tempo, mas eu preciso trabalhar. Manuel precisa de mim para isso.

— Para isso... — o imitei, rolando os olhos logo em seguida. — Me conta pelo menos o que é, ai eu te desculpo por me abandonar no meio do planejamento do nosso casamento. — levantei-me do chão e sentei-me ao lado de Vitor no sofá.

Tudo bem, mas você tem que jurar que não vai contar para suas amigas. — concordei com a cabeça ouvindo aquilo. — Manuel está comprando um hospital e metade de uma universidade em Sevilla.

— Aquela que nós visitamos com seu pai? — perguntei, fazendo com que Vitor concordasse com a cabeça. — Uau! Ele tem mesmo muito dinheiro... Por isso ele me acusava de ser interesseira.

Ele tem muita influência, isso sim. Bastou apenas uma reunião para que o dono do hospital aceitasse a proposta dele. — Vitor disse levantando-se do sofá.

Bom, ele é um ótimo médico e um ótimo administrador. Só não é boa pessoa... — disse pegando a maquete do chão e a colocando em cima da mesa de centro. Vitor riu e pegou a maquete em suas mãos pela primeira vez. Arregalei os olhos o observando atentamente. Aquele era meu bebê, eu passei dias o fazendo e era preciso ter o máximo de cuidado possível com ele.

Mendes tem um banco inteiro para eles? — o homem disse colocando a maquete em cima da mesa novamente.

Sim, achei melhor deixá-los todos juntos. — disse andando até a cozinha. Ouvi os passos de Vitor me seguirem.

SeñoritaOnde histórias criam vida. Descubra agora