Trinta e Dois

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ESSE CAPÍTULO CONTÉM CENAS EXPLÍCITAS, SE VOCÊ NÃO GOSTA DESSE TIPO DE CONTEÚDO FIQUE A VONTADE PARA PULAR.

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SHAWN'S POV

Conviver com Natasha tem se tornado uma missão impossível, mesmo com ela vivendo quase metade da semana em outra cidade. Nós raramente conversávamos e quando tentávamos fazer algo junto, como transar, acabávamos brigando. Eu precisava me distrair, sair com meus amigos e parar de pensar em meu casamento, pois a cada segundo que eu pensava nele ficava mais perto de desistir. Felizmente Tony havia me convidado para seu aniversário. A última vez em que fui a uma festa de aniversário em um bar foi em meu último ano de residência, quando um de meus colegas fizeram uma festa surpresa para mim. Depois disso, todos os aniversários passaram a ser em restaurantes sofisticados ou na casa de algum deles. Entediantes demais.

Obviamente, Tony não era como meus amigos médicos e tinha que comemorar seu aniversário de trinta anos com uma balada. O lugar estava lotado de pessoas e eu me perguntava o tempo todo como Tony conhecia tanta gente em São Francisco sendo que ela se mudou para cá não faz muito tempo. Cumprimentei todos que passavam por mim e vi alguns rostos conhecidos do hospital; alguns médicos, enfermeiros e até mesmo a secretária de meu pai estava ali. Tony estava dançando em uma roda de pessoas que pelo que pude reconhecer continha Angel, Tyler e mais algumas enfermeiras da ala de obstetrícia. Olhei para os lados para ver se encontrava Aaron, já que seu namorado estava ali era provável que ele também estaria. Andei até o bar na esperança de encontrá-lo por lá, porém avistei Camila. Ela estava sozinha e uma garrafa de rum estava ao seu lado, aparentemente pela metade.

Tem alguém sentado aqui? — perguntei ao me aproximar.

Eu sou comprometida. — ela disse mostrando a aliança em sua mão, sem levantar o olhar para mim. Soltei uma risada nasalada e sentei-me no banco ao seu lado, fazendo um sinal para que o barman me servisse o mesmo que Camila estava bebendo.

Eu sei, senhorita. — disse, fazendo com que Camila me olhasse pela primeira vez. A morena riu e logo rolou os olhos ao me reconhecer.

Você me chamou assim quando nos conhecemos. — ela disse ainda rindo. A acompanhei na risada e peguei meu copo, bebendo um gole do líquido. — Desculpa por achar que você era um pervertido. Não to na vibe de festejar. — completou. Sua expressão mudou rapidamente de alegre para triste e ela logo virou o líquido que estava em seu copo sem expressar nenhum tipo de reação. Provavelmente ela já tinha atingido o nível em que o álcool simplesmente não faz mais diferença em seu organismo.

— Tá triste porque é a próxima a fazer trinta anos? — brinquei, arrancando uma risada da mulher. Ela balançou a cabeça negativamente e virou o rosto para mim.

Eu acho... — ela hesitou, bebendo um pouco mais de sua bebida antes de continuar a falar. — Eu acho que vou terminar com Vitor. — seu olhar voltou para mim e um sorriso fraco formou-se em seus lábios. Concordei com a cabeça ao ouvir aquilo e tentei não expressar nenhum tipo de reação. Sabia lidar com aquela Camila bêbada e ela sempre ficava brava quando era possível ver em meu rosto o que eu estava pensando.

Ok... Você quer falar sobre isso? Quer que eu chame a Tony ou até mesmo o Tyler? — perguntei. Não sabia como conversar sobre aquele assunto ou se conseguiria. Minha opinião sobre Vitor era um segredo para Camila, até porque não tinha motivo algum para ela saber que eu tinha um pouco de inveja do seu noivo. Era um tipo de inveja que não fazia mal, era apenas uma vontade de estar onde ele está. Não apenas em relação à Camila, até porque se esse fosse o único motivo eu não estaria sentado ao lado dela em um bar, mas em relação a como ele se dava bem com minha mãe e principalmente com meu pai.

SeñoritaOnde histórias criam vida. Descubra agora