Don't try to mess me up

655 80 35
                                    

Desculpa os erros e boa leitura

// -- // -- // -- // -- //


Naquela noite, Nathaniel estava a espera de um encontro.

Normalmente, como fazia nos finais de semana, degustava de um drink sentado no sofá com os botões da camisa aberta, diante da gigantesca varanda que havia a sua frente.

De luzes apagadas, o ar frio entrando e bagunçando as cortinas, ele mantinha os olhos verdes e densos focados na única entrada aberta da sua residencia.

Dentro do seu coração sórdido, esperava que Chat Noir aparecesse, pois como é claro, naquele altura da noite Marinette já deveria ter lhe contado tudo sobre o que aconteceu dentre os dois pela manhã.

Era para estar com medo certo? Era para temer pela sua vida, sabendo que o tal herói era bem capaz de trucida-lo em um piscar de olhos.

Só que para ele.... diferente da maioria dos homens, aquela intimidação toda por parte de Chat só lhe serviu de gás para seguir com o seu objetivo de roubar Marinette dele para si.

Agora, mais do que nunca, ela valia outro. Seu preço tinha aumentado, e por isso, ele a desejava muito mais do que já havia desejado antes.

Achava-se muito esperto e prevenido de fato, sempre fora assim, desde pequeno. Só não contava que do outro lado da moeda, havia também um homem apaixonado que faria de tudo para proteger a mulher que amava.

Chat apareceu das sombras, não oriundas da sacada do apartamento. Ele caminhou atrás de Nathaniel sentado no sofá e depositou, calmamente, uma das garras na lateral do seu pescoço.

- Bonne nuit à toi ,rat.

O corpo de Nathaniel estremeceu pelo toque gélido em sua pele, não se movendo, ao manter os braços recostados no encosto do sofá enquanto segurava o copo de Whisky. Só se permitiu que, através de um pequeno sorriso de lado, murmurasse algumas palavras:

- Vejo que você não tem lugar e nem hora para aparecer.

- Está aprendendo as coisas rápido. - Chat replicou, envolvendo- o pelo pescoço com uma das mãos. - Agora... eu me pergunto, o que eu faço com você primeiro...

- Não precisa fazer nada. - respondeu o ruivo simplesmente, ao engolir um pouco da bebida. - Já que eu mantive o trato com você.

O herói riu atrás de si resolvendo inclinar a cabeça para frente e sussurrar ao seu ouvido.

- Você pensa que pode me enganar com o seu jogo de merda.

Nathaniel mantinha um semblante aparente de calma enquanto Chat lhe falava ao pé do ouvido com sua voz embargada de raiva e ódio, ele podia sentir.

- Não enganei ninguém. Com relação à Marinette, eu disse a verdade.

Chat voltou a rir. Havia perdido a paciência. Com um movimento rápido, pegou o copo da mão do ruivo e o estraçalhou com uma das mãos, arremessando o vidro quebrado no chão na frente de Nathaniel que se assustou, mas se manteve na mesma pose o tempo todo.

Pensou em se levantar para encarar Chat de frente, só que não foi preciso, pois o próprio o puxou pelos cabelos e o fez olhar no seu rosto sério.

- Achei que tinha sido claro quanto a não procurá-la mais uma vez.

- Você me disse que eu não poderia tocá-la... eu não toquei.

- Está brincando com o fogo não é? Você gosta desse tipo de coisa... - sorriu ladino, mostrando um lado dos dentes afiados. - Já me deparei com muita gente do seu tipo... que gosta de ameaçar a morte.

- Eu só estou querendo viver a minha vida em paz Noir. - Nathaniel respondeu tendo seus olhos cerrados. - Tudo o que falei para Marinette... como ela mesma deve ter dito, é verdade... eu, realmente, estou com... medo de morrer nas suas mãos.

Chat o mediu por um breve momento até jogar sua cabeça para frente com força. O ruivo ficou com a mesma abaixada percebendo-o dar a volta pelo sofá até ficar na sua frente.

- Levanta a porra dessa cabeça.

Inspirou fundo fazendo o que lhe foi ordenado, mas mantendo sempre, em seu rosto de filho da puta, um ar de desdém que deixou claro para Chat o que ele já sabia - que aquele homem não se dobraria fácil, que ele havia manipulado Marinette e tinha colocado os dois, tanto ela, quanto ele numa situação complicada.

Foda-se!

No meio das suas pernas, Chat colocou umas das potas com brusquidão, recostando o cotovelo do braço direito sobre o joelho dobrado. Aproximou o rosto de Nathaniel, com o olhar preciso sobre ele.

- Você conseguiu se safar por enquanto da cadeia. Conseguiu fazer Marinette achar que esta com medo de morrer pelas minhas mãos... agora eu não sei quem é o mais tolo, ela de ter acreditado em você, ou você, por não ter acredito em mim.

- Novamente Chat Noir... eu estou lhe falando que, não pretendo procurar Marinette mais uma vez. Eu entendi o recado naquela noite.

- Não. - Chat riu. - Não entendeu. Mas... não tem problema, eu vou fazê-lo se recordar sempre que necessário.

Os dois continuavam a se olhar quando o cataclismo atingiu uma das paredes do apartamento de Nathaniel quebrando por inteira uma poltrona que havia mais adiante.

- Saiba que eu estarei com ela, aonde ela for, aonde ela estiver... se você ousar ter a mesma atitude, não vai para a cadeia realmente. Seu fim vai ser outro.

- Claro. Tem a minha palavra. - Nathaniel sussurrou.

No fundo, Chat, desejava no momento dar um fim àquele desgraçado. Ele não precisava de mais nada para entender que Nathaniele não tinha desistido da mestiça.

Poderia matá-lo agora... Entretanto, não seria o certo, já que Nathaniel não havia feito nada contra Marinette. Ainda.

Não importa, não faria. Nem que tivesse que rastreá-lo pelo mundo inteiro, se aquele porra ousasse encostar num fio de cabelo dela novamente, perderia a cabeça e o mataria da forma mais terrível que conseguisse encontrar.

Por fim, afastou-se, retirando a perna do sofá para caminhar em direção a varanda, mas antes, girou o corpo rápido e deferiu um soco de mão cheia na lateral esquerda do rosto de Nathaniel que foi jogado com tudo para cima do sofá.

O ruivo, que soltou um murmurio de dor colocou uma das mãos na parte afetada pelo soco e elevou o rosto para frente, onde já não viu mais a figura de Chat.

Sentiu o gosto metálico do sangue invadir o canto da boca e uma ardência assolar o local atingido. Era puro combustível para seguir com o que estava tramando.

Mais do que nunca, iria descobrir quem era aquele homem que achava que poderia matá-lo a qualquer hora.

Chat não sabia, mas tinha lhe dado uma pista. A partir do momento que revelou estar junto de Marinette a qualquer lugar que ela fosse, só bastava se atentar... as pessoas das quais ela tinha ao seu redor.

Tanto, seus amigos e familiares... quanto, os novos conhecidos.


// -- // -- // -- // -- //

A Rosa Negra [MariChat]Onde histórias criam vida. Descubra agora