I find you

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Algumas noites se passaram e o inevitável aconteceu. Adrien não conseguia ficar muito tempo longe de Marinette e ela, não poderia mais se ver viva sem ele ao seu lado. Agora, que não havia mais segredos imersos na escuridão, finalmente, os dois conseguiam ver uma luz no fim do túnel, que lhes dava um pouco de fôlego no meio das divergências, das restrições do medo que ainda permanecia inerente ao amor que sentiam.

Existente, indomável... tornando as coisas mais complexas para um casal que poderia ser visto como mais um na multidão, mas que tinha muito a perder se um passo fosse dado errado, seja qualquer um que fosse.

O amor idealizado por diversos poetas, músicos, artistas era um sentimento que deveria ser livre de qualquer pesar, qualquer receio... mas infelizmente, havia muita gente querendo a ruína do casal.

Por um lado, Nathaniel que se encontrava amofinado no seu apartamento, mais possuído, mais sedento de vingança, de obter Marinette a todo custo para si e acabar de uma vez por todas com o maldito que a fazia acreditar que poderia viver uma vida sem ele, sem o amor dos dois; Nas sombras da escuridão da madrugada, encoberto pelas mentiras que o permitiram estar livre, maquinava ideias, pensamentos obscuros para uma armadilha.

Em paralelo a esses interesses, mesmo que fossem desconhecido, estava Lila que comungava da mesma necessidade em destruir o herói de Paris. Como portadora da joia, dos brincos que lhe davam o poder da criação, almejava utilizar esse mesmo poder numa atitude totalmente controversa, findar Chat Noir o reduzindo a nada e revelar sua identidade secreta para o mundo. Assim, acreditava que iria acabar com todo o amor que odiava sentir por aquele homem mascarado, maldito, que cruzou seu caminho.

O pior de tudo, o que a deixava mais frustrada é que nada parecia estar colaborando para seu propósito, nem a porcaria do seu Lucky Charm que continuava lhe dando aquela pista falsa em forma de borboleta! Não conseguia entender, seus olhos, seu coração, sua mente não absorviam a vontade do amuleto e isso a deixava mais descontrolada, com mais ódio.

Tanto, que das vezes que trombava com o herói promovia uma verdadeira guerra contra ele, sendo da ultima vez os dois quase tendo que se matar. Por muito pouco não o feriu em um ponto vital lhe causando a morte, mas fazer isso seria fácil demais.

Não era uma covarde para acabar com o seu inimigo assim, o seu desejo, era humilha-lo, era arrancar cada informação da sua própria boa e depois, depois de socá-la, beijá-lo, tê-lo em suas mãos, dentro do seu corpo... amá-lo, só depois... matá-lo!

Teria que fazia isso o quanto antes, seu tempo já estava acabando e paciência do Senhor Fu também, ele já havia lhe dito algumas vezes que não obtivesse sucesso em sua missão, ele infelizmente, teria que procurar outra portadora.

Lila sabia exatamente o que isso queria dizer - já que ela conhecia os segredos mórbidos do velho, jamais poderia voltar a ser uma mulher livre, então das duas uma: sumiria para sempre do mapa, ou seria morta... o que dava na mesma.

Esses fatores só se somavam às suas próprias ambições. Não dava para desistir e mesmo que quisesse, não teria como. O jeito, era seguir em frente.

Vivendo uma vida dupla como Laydbug e como super modelo para Agreste's que lhe dava o dinheiro necessário para arcar com suas exigências financeiras. Pelo menos trabalhar desfilando, era algo que amava fazer. Estar no meio daquelas pessoas bonitas, de gente rica, influente, homens interessantes a fazia se sentir tão importante e maravilhosa quanto. O que claramente nasceu para ser. Uma mulher de sucesso.

Dessa forma, naquela noite, mais uma vez iria participar de um desfile e depois seguiria para o coquetel no lounge do hotel onde seria o evento. Estava esplêndida em um vestido dourado que modelava seu corpo esbelto em conjunto com as sandálias trabalhadas em pedraria furta-cor, presente de aniversário que Adrien havia lhe dado.

Por falar nele, o filho de Gabriel, que era um dos seus grandes amigos também era um homem sensacional tal como a amizade dos dois que já fazia um tempo, mais precisamente, logo quando foi aceita na empresa onde tratou de se aproximar da segunda pessoa mais influente do lugar. Não teve como se diferente, tanto que persistiu, Adrien acabou sendo levado por sua conversa e os dois ficaram próximo.

Agora ambos faziam muitos trabalhos juntos o que arrancava das modelos mais antigas ciúmes e inveja. Era o que Lila mais amava onde geralmente nos evento que participavam, ela praticamente passava o maior tempo ao lado dele, tirando fotos, brilhando ao seu lado.

Só que, para sua surpresa e contragosto, Adrien, que costumava andar sozinho, tinha uma mulher ao seu lado o acompanhando, a mesma tal que foi encontrá-lo uma vez na sessão de fotos. Parecia que os dois eram amigos, mas a Rossi não engolia essa "verdade".

Cismada e enciumada caminhou até onde estavam rodeados por outros amigos, sem saber que ambos eram muito mais do que isso de fato, do que amigos... eles eram amantes.

Infelizmente daquela vez, Marinette não resistiu em aparecer no evento pois ela queria ver Adrien desfilando e o seguiu de surpresa. O loiro ainda que temeroso, não pode pedir para que fosse embora, pois ele também queria ter a sua companhia, mesmo que não fosse do jeito que desejava a apresentando para as pessoas como sua mulher. Então tiveram que se conter e fazer o papel de - amigos.

Ambos, estavam conversando tranquilamente até o loiro notar a aproximação de Lila o que o fez sorrir e lhe dar um beijo no rosto.

- E aí gatão. - ela sorriu de lado. - Hoje esta mais cheio do que os outros eventos ou é impressão minha?

- Não. - ele devolveu o sorriso segurando uma taça de champanhe. - Hoje 'tá mais cheio sim.

- Pois é. Estou até vendo... rostos dos quais eu não costumo encontrar por aí.

- Ah... - o Agreste percebendo a insinuação por parte da modelo, puxou Marinette levemente pelo braço. - Mari vem cá por favor.

- Oi. - a mestiça sorriu amistosa na sua direção para depois mirar o rosto da mulher na sua frente, o que a fez diminuir um pouco o sorrir que tinha em seus lábios.

Por sua vez, Adrien suspirou colocando a mão em seu ombro. - Lembra daquela amiga minha que encontramos a um tempo atrás?

- Sei...

- Não lembro se tinha apresentado vocês duas.

- Também não, mas o que isso importa? - Lila retrucou estendendo o braço para Marinette que a retribuiu menos "entusiasmada". A morena então, depois de pegá-la a puxou para frente para lhe dar um beijo no rosto.

 - Prazer... de novo.

- É um prazer. - Marinette respondeu fria.

Aquilo não era nada bom. Alguma coisa dentro de si, não a fazia encarar aquela mulher com bons olhos, não sabia dizer o porquê, mas seu coração não se sentia bem em estar na mesma presença que ela.

- Perdida por aqui? Ou foi convidada pelo Adrien?

- Nenhum nem outro. - respondeu simplesmente, dando um gole na sua bebida.

- Entendo.

- Mari, vou ali pegar mais coisa pra beber, você me acompanha?

- Claro. - ela lhe sorriu voltando a olhar para Lila. - Com licença.

- Toda.

A Rossi lhe respondeu dentre os dentes com o olhar cínicos, mas assim que se atentou melhor no rosto pálido de Marinette, descendo a visão sobre este até o seu pescoço enquanto a mesma já se virava , notou em algo que no ato lhe capturou a atenção.

Aquela mulher... usava um pingente de borboleta negra preso a uma corrente de prata. Na mesma hora, ao mesmo tempo que o casal seguia dentre as pessoas, ela franziu as linhas da testa, pensativa, sentindo o coração bater mais forte como se fosse um chamado.

Seria possível? - mirou Matinette de longe. - Ou era uma estúpida coincidência? 

Não deveria fazer sentido. Afinal, um pingente de borboleta era algo tão comum... mas não tão comum assim.  Que se foda. Iria descobrir se realmente na verdade, aquele pingente era ou não era... o acaso do destino. 


A Rosa Negra [MariChat]Onde histórias criam vida. Descubra agora