O ser para a morte que não espera morrer

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Ele sabe do fim
Diz aceitar perfeitamente
Não se ilude com a irrealidade
Sabe de sua finitude.

O belo Dasein vive tranquilamente
Tem ciência que um dia irá morrer
Não espera muito
Não anseia o infinito.

Fala sobre o fim
Sobre o seu fim
Reflete com conformismo
Aceita o jogo de xadrez.

Não cai na ilusão
Não namora a revolta
Não espera um milagre
Ou uma cura imortal.

O belo Dasein tem o saber
De toda a realidade
Que reflete a sua volta
Mas então porquê ele sente medo?

Sim o medo interno
Que agora se internaliza
Em seu olhar distante
Ele sabe, mas o sentimento.

Não corresponde todo o saber
Toda a sua aceitação
Da morte e de morrer
O Dasein quando está vivenciando,

Esse momento de morte
Da terceira pessoa
Que o amedronta na alma,
Podre Dasein preso naquilo que não sabe.

Percebeu que a morte
Não lhe é familiar
Como havia se enganado
Como diz mentirosa que aceita.

Ah podre Dasein
Conformismo de verdade seu destino
Seu rochedo e sua absurdidade
Rompa com as barreiras da esperança.

Sua finitude
É também a do outro
A realidade mortal
Caminhe sem olhar para trás.

Atravesse a ponte
Do saber e abandone tudo
Dasein é a vida
Morte e vida.

Sertão e rio
O Dasein aceita morrer
Em seus pensamentos plenitude
Em sua alma desespero.

Parou pensou e se decidiu
O Dasein voltou a si
Percebeu e se lembrou
Ser um ser para morte.

Passou o instante de sentimento
Reconheceu novamente o fim
Espera com paciência a morte
A dança e o jogo de xadrez.

Ele sabe do fim
Aceita perfeitamente
Tenta não se iludir com a irrealidade
Pois sabe de sua finitude.













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