Um convite

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Sermen entrou na mansão e me deixou no carro, revoltada, fui atrás dele, subindo as escadas, furiosamente.
- O que pensa que está fazendo?! Me tira de uma conversa,  me envergonha na frente de todo mundo e agora me ignora? Acha que vai me deixar sem explicação.
- Não quero falar sobre isso. - disse ele, sentando na cama.
- Mas vai falar, sim senhor.
- Eu te disse que não queria a Carine em nossas vidas.
- Você não pode mandar em mim. Não pode controlar com quem eu converso ou não.
- Claro que posso, sou seu marido!
- Você não é o meu dono. Se eu não me meto em sua vida, faça o mesmo!
- Se eu não me meter em sua vida, isso não é uma relação para mim.
- Ah, então isso é uma relação para você? Mandar nas pessoas e elas fazerem o que você quiser? Se não fizerem, você usa a força e a ignorância?
Sermen continuava nervoso, não conseguia nem me olhar, de tanta raiva que estava sentindo.
- Eu não quero que a Carine volte a minha vida, da mesma forma que eu não quero que a Fernanda volte.
- Carine é minha amiga, ela nem fala de você.
- Duvido muito que ela não fale de mim. Ex só presta pra difamar o outro.
- Então esse é seu medo? Que elas me conte alguma coisa sobre você?
A pergunta serviu como uma provocação, Sermen se levantou e foi até o guarda roupa, deixando sua blusa lá dentro.
- Você está escondendo alguma coisa de mim, Sermen?
Ele continuava de costas, parecia estar pensando em qual resposta daria.
- Eu te fiz uma pergunta, Sermen! - aumentei o tom de voz, nervosa.
- Você não entende, elas querem acabar com a minha vida.
- Por que elas querem isso?
- Eu não sei... talvez seja vingança.
- Vingança?
- Querem dinheiro! Todos querem dinheiro!
- Eu não quero seu dinheiro. - rebati.
- Não estou falando de você. Todos que se aproximam de mim, tem uma única intenção: conseguir dinheiro. Por isso tento te proteger delas, pois você é diferente, se eu te perder, jamais vou conseguir viver.
- Você não depende de mim pra viver. Não somos dependentes de ninguém.
- Você mudou minha vida. Eu era uma pessoa sem sentido, vivia só pelo dinheiro e sexo, hoje eu só vejo a felicidade ao seu lado. Nada que você dizer, vai adiantar, pois não consigo ver minha vida sem você.
Depois da declaração, fiquei por alguns instantes em silêncio. Sermen virou as costas, novamente, parecia estar chorando, mas não consegui ver suas lágrimas, pois logo enxugou com a manga de sua camisa.
- Mesmo assim, não quero que você faça mais isso. Se não gosta que eu fale com ela, explique. Não precisa fazer aquilo. Me senti um lixo.
- Desculpa, eu não queria que se sentisse assim. - disse ele, me abraçando.
- Eu quero muito casar com você, mas você precisa ajudar.
- Prometo que vou mudar. - me beijou, Sermen.

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Não sabia mais o que fazer. Não poderia ter agido daquela maneira, fui um tolo, Machista e coloquei em risco minha relação com Geisy.
Sabia muito bem o que Carine queria fazer, ela estava pronta para me atacar e não sossegaria enquanto não enchesse a mente de Geisy com suas acusações. O pior de tudo era que corria o risco de não poder me defender, odiava mentir para Geisy e se Carine falasse sobre todas as minhas vontades sexuais, sobre meu comportamento estranho é peculiar, não desmentiria.
Enquanto Geisy conversava com sua tia, chamei Willians para meu quarto e fechei a porta.
- Aconteceu alguma coisa, senhor?
- Eu do uma burrada. Perdi o controle da situação e tirei Geisy a força de um barzinho.
- Por que fez isso, senhor?
- Ela estava conversando com Carine e então fiquei desesperado.
- O senhor acha que Carine pode se junta a Fernanda para destruir seu futuro casamento?
- Certeza! E isso me corrói toda hora. - desabafei.
- Senhor, por que você não viaja para um país distante e passa um período por lá?
Olhei para Willians e pensei em beija-lo.
- Você está certo! Se eu viajar, nada disso vai acontecer! Muito obrigado Willians. Merece até um aumento! - disse, cumprimentando ele com um abraço.
Estava animado com a ideia, mas não podia tomar essa decisão agora. Precisava de cautela, pois se não, assustaria Geisy e comprovaria que estava tentando fugir. O melhor a fazer era esperar a poeira baixar.
Precisando resolver outros problemas, fui até a empresa. Era dia de entregar o contrato de rescisão do Lúcio. O RH fez isso por mim, mas nem por causa disso, consegui se livrar de ver sua cara de pau. Na escada, vi ele descendo, com uma pasta na mão, ele me Olhou e saiu da empresa, pra nunca mais voltar, pelo menos era isso que esperava.
Outro problema que eu achei ter me livrado, mas estava mais vivo do que nunca, era a Sandra, minha recepcionista.
- O que pensa que está fazendo com a nossa empresa ?! - disse ela, entrando na minha sala, sem bater e nem pedir licença
- Espera aí, quem você pensa que é para entrar na minha sala?! E nossa empresa?! Essa empresa é minha!
- Por que você demitiu Lúcio? Ele era seu braço direito!
- Braço direito? Meu braço está aqui. - bati a mão no meu membro, zombando dela.
- Fez isso por causa de ciúmes, não é mesmo? Acha que só porque eu estava ficando com ele, poderia demiti-ló.
- Hahaha! Você é muito sem noção mesmo! Saia da minha sala antes que você também seja demitida!

Ajoelhou, vai ter que me amar.Onde histórias criam vida. Descubra agora