Ajoelhou, vai ter que me amar.

mudanças sociais

Sermen tinha vendido a empresa para seu ex funcionário que ficou surpreso pela atitude do ex patrão, porém aceitou de imediato.

Estava muito feliz por saber que Sermen colocava como prioridade a nossa relação. Verdadeiramente, ele estava se tornando uma pessoa melhor. Apesar de ainda ter muitos ciumes, não brigávamos mais como antes, nossa relação estava em uma ótima fase.

Como tinha muito interesse por conhecer Londres, Sermen me levou para os pontos turísticos. Nunca tinha visto o Big Ben de tão perto. Ele era magnífico. Perfeito.

Voltando para Yorkshire, sentamos no meio de um campo, onde a paisagem era perfeita. Nuvens que pareciam estar mais próximas do solo, cantos de pássaros, borboletas nos rodeando e um ar bom de respirar.

- Eu olho para tudo isso e percebo quanto tempo perdi na minha vida.

- Como assim, amor? - perguntei.

Sermen continuou a olhar para o céu, apoiando suas mãos na grama.

- Olha esse lugar, olha essa natureza! Deus nos deu tudo isso e só agora estou enxergando. Parece que vivi minha vida inteira em uma escuridão, onde a luz era apenas o dinheiro e a felicidade era sexo.

- Ainda bem que você está conseguindo enxergar o que realmente traz a verdadeira felicidade.

- Você trouxe a verdadeira felicidade. Estou muito feliz por estar ao seu lado. - segurou minha mão enquanto falava, Sermen. - Eu te amo como nunca amei ninguém. Parece apenas palavras, mas é um resumo de tudo que sinto por você.

- É tão bom ouvir isso de você.

- Me perdoe pelo que te fiz passar. Outra mulher não perdoaria.

- Eu sou sua mulher. Sei muito bem que fez tudo para me proteger.

- Eu tenho muito medo. - confessou, Sermen.

- Medo?

- E se perdemos tudo?

- Perder? O que é perder pra você?

Minha pergunta foi bem provocante, pois nossos pensamentos eram diferentes.

- O que restou de propriedades. Não tenho mais dinheiro, caso consigam arrancar o resto.

- A única coisa que não devemos perder na vida é a fé e o amor. Sem isso, não somos nada. Estarei com você enquanto não perder o amor, dinheiro é apenas um instrumento que a sociedade usa para sobreviver. Para viver, usaremos o amor.

Sermen me olhou, surpreso pela minha resposta. Ele era cabeça dura, não conseguia entender que o seu mundo não precisa ser voltado a ideia de ganhar dinheiro.

- Mas como vamos viver sem dinheiro?

- Procuramos emprego, se viramos, mas não vamos desistir por causa de uma derrota.

Sermen continuou a pensar. Ele não conseguia acreditar que teria uma vida feliz sem dinheiro.

Seria cômico se não fosse trágico. Ver Lúcio comandando a minha empresa, era um desgosto que provocava uma raiva dentro de mim.

Não tinha muito o que fazer, era prosseguir com minha nova vida e esquecer tudo que tinha arruinado meu caráter.

Voltaríamos para nossa cidade em breve, meu plano era ficar em Yorkshire para sempre, mas compreendia que Geisy não podia ficar longe de sua tia.

Enquanto ainda estava em Yorkshire, aproveitei o tempo para aprender a cozinhar. Geisy me ensinou muitas receitas, dentre elas: bolo, torta, lasanha, escondidinho e nhoque.