O assassino

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A polícia chegou muito rápido, pouco depois veio o advogado de Fernanda, correndo feito um louco.

- O que aconteceu aqui?!

- Calma, os policiais vão te explicar.

- E por que você não explica?!

- Porque esse é o papel dos policiais.

- E para onde você está levando o filho da minha cliente?

- Não interessa! Ele é meu filho também. - respondi, se distanciando do homem.

A polícia exigiu que eu acompanhasse eles até a delegacia, mas como eu não obedecia ninguém além de mim mesmo, primeiro, levei meu filho para casa, e depois fui.

As peguntas do delegado estavam com um único objetivo: me culpar pelo crime.

Nunca me senti pressionado por perguntas de nenhuma autoridade, então tirei de letra toda a pressão.

Chegando em casa, contei sobre o ocorrido e deixei meu filho, brincando em nosso quarto.

- Está muito estranho isso, Sermen.

- Eu sei que está.

- Você chegou lá e ela já estava morta?

- Sim. Meu filho estava chorando e então entrei.

Geisy ficou pensando. Tudo estava muito confuso para ela e pra mim também.

- Você não está achando que tenho alguma culpa nesse crime, né?

- Não sei.

- Como assim, não sabe?

- A polícia não vai acreditar em você.

- Mas eu sou inocente!

- Eu não estou te acusando, apenas estou apontando a verdade.

- Não preciso ter medo de nada. Sou inocente.

- Estarei do seu lado. - disse Geisy, segurando minha mão.

A polícia encheu o meu saco durante a semana toda. Prestei diversos depoimentos e graças a minha segurança, não caí em contradição.

Não estava preocupado só com a possível acusação que sofreria, o que estava me deixando mais preocupado era esse mistério: quem tinha matado Fernanda. Não perguntei nada para meu filho, pois não queria que ele sofresse ao lembrar de algo, mas passado alguns dias do crime, estávamos brincando na sala e então ele contou o que tinha visto.

- A minha mãe conseguiu fugir daquele homem de terno?

- Homem de terno?

- Sim. Ele estava correndo atrás dela.

Percebendo que ele estava falando do crime, comecei a prestar mais atenção e instiguei ele a contar mais.

- Como era esse homem?

- Ele estava com um terno. Era grande e muito rápido.

- Ele tinha cabelo?

- Sim, era branco e meio preto. Tinha um nariz grande também.

Pelas características que o menino passou, não conseguia buscar em minha memória algum rosto que fosse conhecido.

Levei meu filho para o quarto e então fui na cozinha, tomar um pouco de água. Nem percebi a presença da tia de Geisy.

- Está preocupado, Sermen?

- Um pouco. Não consigo entender quem matou Fernanda e porque fizeram isso.

Ajoelhou, vai ter que me amar.Onde histórias criam vida. Descubra agora