22- Here we go... again

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Eu mudei de lado na cama pela décima vez naquela noite, porque não importava o que fizesse, eu não conseguia dormir.

Não sei se era por estar em uma cama diferente da minha ou por estar acostumada a dormir sozinha e agora eu tinha a minha mãe ao meu lado.

Bem, acho que a resposta seria a primeira opção, já que a Billie dormiu comigo antes e eu dormi feito um anjo.

Suspirei me levantando devagar para não acordá-la e saí do quarto tentando fazer o mínimo de barulho possível.

Desci as escadas na mesma lentidão, como se minha mãe pudesse ouvir meus passos daqui.

Ri sozinha com meus pensamentos e fui até a cozinha.

Talvez um lanche da madrugada me ajudasse a dormir.

O relógio da cozinha marcava três e quatro da madrugada. Eu precisaria acordar cedo amanhã porque daria aula, mas minha mente me obedecia? Não.

Comi um pedaço de bolo que tinha na geladeira com um copo de água, já que não tinha suco e a preguiça de fazer era muita.

Assim que acabei de lavar a louça que eu usei, ouvi o barulho da porta da sala.

Me encolhi assim que ouvi a voz do meu pai, mas ele não estava sozinho.

Ele não teria coragem, teria?

Me abaixei atrás da bancada tentando me esconder, para que nenhum dos dois percebesse minha presença ali e agradeci quando isso aconteceu.

Eles foram em direção a escada e eu aproveitei para levantar, olhando a cena.

Eles subiam as escadas em meio a risadas e conversas em bom som, Duane às vezes falava para a moça ficar quieta.

A moça que mais parecia ter a minha idade.

Contei alguns segundos e subi atrás, vendo que eles entraram no meu quarto.

Digo, meu antigo quarto.

Eu não dormia mais lá, mas não dava liberdade para Duane levar suas amantes, ainda mais com minha mãe estando em casa.

Quando me certifiquei que a porta já estava fechada, eu corri até o quarto da minha mãe, dessa vez sem ligar para os barulhos que meus pés faziam e me deitei na cama respirando fundo.

Por favor, não façam barulhos – eu pensava tentando dormir.

Mas, os barulhos do quarto ao lado começaram.

Minha mãe se levantou rápido e foi até o banheiro do quarto, ouvi ela vomitando e fui até ela para lhe ajudar.

Segurei em seus cabelos, encostando na parede e esperando ela acabar.

Susan levantou, escovou dente e se deitou de novo na cama, como se nada tivesse acontecido.

Ela não falou nada e eu também não falaria.

Os barulhos do quarto ao lado não pararam, mas agora não era o único barulho já que eu também ouvia os soluços da minha mãe.

Olhei para o céu clareando pela janela e me levantei.

Vi a hora.

Estava uma hora e meia mais adiantada que meu despertador.

Peguei minhas coisas colocando em silêncio dentro da bolsa.

— Isso acontece com que frequência? — perguntei colocando minha bolsa no ombro.

Minha mãe estava mais do que acordada e assim como eu, ela também não tinha dormido.

My dear teacher •Billie Eilish• |✅Onde histórias criam vida. Descubra agora