Os Originais

Cap 4 : Banuk

     Catarina despertou lentamente abrindo apenas um dos olhos antes de se levantar e caminhar até a janela para que o sol entre o reino de Brevor e a ilha do silêncio iluminasse seu rosto,espreguiçou o corpo todo antes de colher os travesseiros que ela derrubara durante o sono pesado,uma característica que compartilhava com a irmã além da originalidade relacionada ao gelo era o fato de ambas não usarem lençóis para dormir,a maioria das pessoas de Banuk são acostumadas ao clima frio mas as duas realmente gostavam dele,achavam-no aconchegante, de dia os moradores não precisavam usar casacos para se proteger pela questão do costume mas a noite era mais complicado,período em que o frio era mais intenso.A garota de cabelos levemente alaranjados bocejou rumo ao banheiro onde tomaria um banho,logo após isso desceria para o café e faria o mais rápido possível uma vez que Amélia detestava atraso em relação aos horários das refeições.
Nos corredores do castelo sentiu uma ardência em seu pescoço e percebeu que Matt agora mais distante havia lhe aplicado um tapa no local,antes de correr atrás dele em uma tentativa de vingança observou ainda no olho do rapaz algumas tonalidades vermelhas mas não estava inchado como ontem,tudo isso é resultado dos remédios de Amélia,a garota pensou. Próxima a escada pôde ver o quadro da sua antiga formação familiar. Com seus pais,ela e sua irmã,ao lado do homem havia uma loba com a pelagem branca assim como a neve chamada Winter e seu filhote Kalkan. Estava prestes a descer os degraus quando viu sua irmã se aproximar,em outra situação poderia ter esperado por ela mas com suas olheiras e uma expressão mal humorada resolveu ir na frente.

     Na mesa Arthur se vangloriava pelos inimigos derrotados na missão do dia anterior enquanto Amélia e Matt apenas ignoravam pois sabiam que se dessem atenção seria pior. Entre todas as comidas que estavam lá em cima como laranjas,torradas,geleia,banana e uma boa porção de outras frutas optou por comer torradas com uvas. Erza apareceu na porta dando espaço para o empregado que colocara a refeição se retirar,ela sentou-se e apenas ficou cutucando a comida com o garfo,parecia estar sem fome.
-Então eu acabei com todos e fui embora antes que o dono do estabelecimento me achasse,isso traria problemas que vocês nem imaginam.-Arthur dizia vitorioso e depois bebeu um pouco de seu café.
-Que legal.-Amélia e Matt disseram ao mesmo tempo sem muito ânimo,o homem provavelmente deveria estar falando a um tempo sobre a missão.
- Eu vou na oficina hoje,o senhor não disse que tinha alguns assuntos relacionados lá sobre carregamento de cristal que o trem trará hoje ?-O moreno indagou em uma tentativa desesperada de mudar o assunto.
-Sim e também seria bom falar com aquelas pessoas se eles conseguem fazer algo nas armas que nos permita obter a localização,seria uma das formas de achar Mamon,esse desgraçado vem fugindo há anos entre os reinos e a Aliança não aguenta mais.-Respondeu a indagação do garoto.
A conversa fluía bem até um dos aparelhos de comunicação reproduzir na voz de um homem uma mensagem sobre um barco que fugira do Reino de Udur e quem o achasse deveria notificar imediatamente as autoridades pois se tratava de saqueadores do mais alto nível de periculosidade. Depois da informação veio a imagem do barco que eles procuravam,o tamanho era mediano com a madeira um pouco mais clara e diferente da maioria,ele possuía velas vermelhas. Com isso todos se viraram para observar de onde tinha vindo o som de vidros estilhaçados e identificaram que Erza havia quebrado um dos copos,ela recolheu os cacos rápido com ajuda de uma vassoura que um empregado esquecera próximo a porta,por conseguinte,afirmou que daria uma volta e saiu com uma laranja nas mãos
- Deixa ela ir,sabe como ela fica mal humorada pelas manhãs.-Catarina disse quando viu Matt levantar na intenção de ir atrás dela,o garoto apenas assentiu e voltou a comer.
-Realmente,além do mais ela não parece ter conseguido dormir bem ontem a noite,seria bom dar uma volta.-Completou Amélia.
-Certo,então Matt você me encontra lá embaixo para irmos na oficina.- Arthur disse enquanto descascava uma laranja com as próprias mãos e era acompanhado por Amélia em direção a porta,apesar de estarem um pouco mais afastados era possível escutar a mulher afirmar que se o homem ousasse sujar o chão que ela tinha acabado de mandar arrumar por conta dessa fruta ela certamente o faria limpar com a língua,o comentário gerou riso nos dois jovens que estavam na mesa.