REALIDADE PARALELA

34- Eu ficava observando as fotos.

"Nunca deposite sua felicidade em coisas,relacionamentos e pessoas , pois as coisas quebram, os relacionamentos terminam e as pessoas se vão."

Deyvid dias.

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Marcela fechou a porta logo após me liberar do abraço. O gesto foi suave, mas a tensão que pairava entre nós era palpável. Ela abriu um sorriso, mas era um sorriso triste, e colocou a mão em meu ombro com um toque reconfortante, embora eu soubesse que ela estava carregando sua própria frustração.

— Você já comeu? — perguntou com um tom de voz que tentava esconder a preocupação.

Eu assenti lentamente, mas, na verdade, eu não estava com fome. Eu só queria desaparecer, esquecer da dor que ainda latejava em meu peito.

— Então tome um banho quente, descanse um pouco, e depois a gente conversa. — ela sugeriu, como se houvesse um remédio simples para o sofrimento que eu estava sentindo.

Mas, antes que pudesse fazer qualquer movimento, uma dúvida surgiu, uma preocupação que me atormentava e me fez parar no lugar.

— Marcela, você não vai atrás dele, certo? — Perguntei, a voz trêmula, os olhos suplicantes. O simples pensamento dela indo atrás de Nicholas me deu um nó na garganta.

Ela me encarou por um momento, o olhar tão intenso que quase podia ver a ira transbordando em seus olhos. Então, com a firmeza de quem já tinha tomado uma decisão, respondeu:

— Mas é claro que vou. Ele brincou com você, e ele não vai sair impune disso. — As palavras saíram dela com uma dureza que me fez sentir ainda mais frágil, como se eu fosse uma criança frágil em um mar de tempestades.

A visão dela ir atrás de Nicholas me deixou aterrorizada, e, em um impulso desesperado, segurei suas mãos com força, como se estivesse tentando segurar o único fio de segurança que ainda me restava.

— Não faz isso, por favor, eu te imploro. — Minha voz vacilou enquanto eu olhava nos olhos dela, cheia de desespero. As palavras saíam de mim como uma súplica silenciosa. Eu não queria que ela fosse atrás dele, não queria que ela visse a humilhação em minha dor.

Ela olhou para mim com uma expressão misturada entre frustração e preocupação, mas não cedeu.

— Você vai continuar protegendo esse homem que te fez sofrer? — ela perguntou, a raiva evidente em sua voz. Mas, naquele momento, eu não tinha forças para enfrentá-la. Eu só queria escapar da verdade.

Eu respirei fundo, tentando mascarar a dor com palavras que não faziam sentido.

— Não é por ele... — Eu menti descaradamente, sentindo meu peito apertar com a falsidade da resposta. — É por mim. Eu não quero passar por essa humilhação, não quero dar a ele o gostinho de saber que eu estou sofrendo... Por favor, Marcela. — Implorei, as lágrimas finalmente escorrendo sem controle. Eu não conseguia mais esconder o que sentia, nem o quanto estava quebrada por dentro.

Houve uma pausa. Marcela me olhou por um longo tempo, seu olhar pesado, pensativo. Então, ela suspirou, finalmente cedendo, mas com um tom de voz firme e determinado.

— Tudo bem... Mas, eu quero você longe desse babaca. Ok? — Ela disse, e seus olhos estavam cheios de uma força protetora, como se ela soubesse que, naquele momento, me afastar de Nicholas era o que mais importava.

Eu assenti com um sorriso forçado, mas a sensação de alívio que veio com sua resposta foi imediata. Ela me compreendia, mesmo quando eu não tinha forças para me entender. E, embora sua promessa me acalmasse por um instante, eu sabia que a dor ainda estava lá, esperando para se intensificar com o tempo.