Find Him | JH •

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Jung Hoseok 🔍

- Quem está falando? - Olhei para todos os cantos da casa. Quem quer que estivesse falando comigo, sabia oque eu estava fazendo, então provavelmente tinha câmeras espalhadas em diferentes lugares. A voz também estava diferente, computadorizada, com algum tipo de efeito.

- Acho que você não vai achar as câmeras... - Outra risada. Seria Taehyung? Ele estaria mesmo se arriscando para me provocar? Ou isso era parte de um plano?

- Quem está falando? - Perguntei novamente e corri para meu quarto. Eu precisava gravar ao menos 30 segundos dessa conversa, com sua voz principalmente. Dei alguns cliques eu meu computador que já estava ligado, e o conectei com meu celular por meio de um cabo. E então comecei a gravar.

- Serei uma boa pessoa e deixarei que você grave isso. Eu poderia deletar se eu quisesse, mas dessa vez... Hum, tudo bem. Você pode levar isso para seus amiguinhos patéticos. - Ouvi alguns cliques do outro lado, e então o áudio ficou mudo, mas ainda estávamos em ligação, eu chequei.

- Alô?

Nenhum som.

- Alô? - Insisti.

A ligação se encerrou.

Olhei seriamente para o celular em minhas mãos. Quem falou comigo? O que queria? Por que permitiu que eu gravasse?

Eu decidi que não seria seguro ficar em casa, visto que a pessoa misteriosa observava-me em casa, e eu me sentia desconfortável, talvez pela experiência de ter um pequeno convívio com alguém que realmente sofria com possessividade e doença. Ming Hyseon. Kim Taehyung. Longe da cidade. Nenhum vizinho em casa. Garota indefesa, garoto armado. Resultado ruim.

Pensar naquela noite me deixava apreensivo. Por que ele não me matou? Ele poderia ter feito. Ele tinha chances, porque eu estava com medo o suficiente para não reagir. Apenas tentei ser forte por ela, porque eu enxergava em seus olhos o cansaço, o sentimento de desespero gritante e a falta de noção, sem saber como reagir, como sobreviver.

Eu não gostava de pensar nessa questão em destaque. Porque Kim Taehyung não me matou quando teve a chance?

Eu poderia ter feito um estrago em seus planos maléficos, seja lá qual fossem, mas eu tinha total certeza que seria algo ruim para ela, porque ela não estava com um pingo de vontade de viver ao lado dele. Era extremamente doentio a forma como tudo funcionava na cabeça dele. Ele queria, ele pegava, insistia, matava, torturava e mais um pouquinho, até finalmente ter oque queria.

Estar com um caso como esse, na delegacia, te impossibilitava de simplesmente... Viver. Todo seu tempo era gasto procurando pistas, interrogando suspeitos, estudando gravações e possibilidades. Você nunca estaria em um completo paz. Não enquanto ainda tivesse Kim Taehyung solto.

Com o pensamento de algo perigoso em mente caso eu continuasse ali, onde a pessa misteriosa podia me observar, liguei para Namjoon. Eu pediria para ficar em sua casa por um tempo.

- Fala. - A voz dele soou assim que atendeu minha ligação.

- Preciso ficar na sua casa por uns dias, tudo bem? - Perguntei pegando minha mala, não tardando em colocar algumas roupas dentro.

- Sim, tudo bem. O que aconteceu? Por que isso de repente? - Namjoon era um ótimo amigo. Um irmão por completo, alguém que me entendia e não me julgava pela morte de Hyseon, como eu ouvia por alguns colegas da delegacia. Eles achavam que estavam falando baixo, mas era alto o suficiente para que eu ouvisse. Eles me culpavam por não ter conseguido salvá-la, mas Namjoon não. Ele entendia o meu lado.

- Te explico melhor quando eu chegar aí. Até daqui a pouco, Nam. - Desliguei a chamada depois dele ter concordado.

•••

- Você acha que pode ter sido Taehyung? - Ele me perguntou apreensivo.

- Poderia ter sido qualquer pessoa. Poderia ter sido ele, a pessoa que hackeou nosso sistema, inimigos, alguém fazendo gracinhas. Eu não tenho certeza. - Tomei um pouco do meu café.

- Onde está a gravação?

- Meu computador. - Deixei a caneca sobre o balcão da cozinha e me levantei, indo até minha mala que estava em um canto da sala.

Peguei-o, ligando e digitando minha senha. Levei novamente para o balcão e Namjoon arrastou seu banco pra ficar perto de mim.

- Escute. - Eu dei play na gravação e logo a voz desconhecida começou a soar.

- Nós não somos patéticos. - Namjoon cruzou os braços e resmungou, depois de ouvir o que gravei.

- Isso não importa agora. O que você acha?

- A voz está modificada. Não temos como saber realmente quem é.

- Podemos pedir ao Jungkook para olhar isso para gente. Ele é bom com computadores e essas coisas. - Voltei a beber meu café.

- Não. Deixa ele fora disso por um tempo...

- Por que? Namjoon, você ainda desconfia dele? Ele é um de nós. - Reverberei e ele negou com a cabeça.

- Só estou dizendo para gente previnir. Jungkook é totalmente suspeito, não que ele esteja junto com o Taehyung, mas tem algo de errado com ele e com a lealdade dele sobre nós. - Ele se levantou para pegar café para ele.

- Tudo bem. Você acha que Jin hyung e você conseguem ver isso? Joga essa porcaria em um programa qualquer e então saberemos quem me ligou. - Joguei minha cabeça levemente para trás. Esse assunto era desconfortável, porque eu não sabia a quanto tempo essa pessoa me observava.

- Acho que damos conta. - Ele sorriu levemente e bebeu seu café.

- Certo. Faça isso pelo seu computador ou pelo computador do Jin, não vamos mais usar os computadores da delegacia. - Ele assentiu e eu terminei de beber meu café.

•••

Ouvi meu telefone tocar e a tela brilhar. Abri meus olhos levemente. Eu não sabia exatamente quantas horas eram, mas sabia que era madrugada.

- Desliga isso. - Ouvi Namjoon murmurar de um outro cômodo. Assenti mesmo que ele não pudesse ver.

Peguei meu telefone em cima do criado mudo e chequei as horas.

01:30.

Observei o nome que também brilhava na tela e respirei fundo.

- Oi pai.

•••

... ❓

- Por que deixou que ele gravasse a ligação?

- Precisamos dela.

- Por que?

- Porque sim. Jung Hoseok... Oh, tenho dó dele.

- Você é uma má pessoa!

- Não enche.

- Tudo bem... - Assentiu e saiu da sala, sorri com isso.

- Realmente tenho dó dele. - Sorri.