Harry's p.o.v
Eu estou nervoso.
Estou com medo.
Estou com vontade de por minhas tripas pra fora pela boca. E acreditem, não estou sendo dramático.Foram dois meses sem me explicar para Ana, dois meses dos quais ela não me ligou, não deixou mensagens, nem ao menos deixou um aviso para eu parar de colocar bilhetes para ela todo dia de manhã.
Foram dois meses no escuro completo sem ela.
Sei que em partes foi culpa minha mas droga, ela não podia me deixar entrar e contar o que realmente aconteceu naquela noite? Sei que ela estava destruída, eu também fiquei ao vê-la assim. Por minha causa.
-Posso ligar o rádio? - saio dos meus pensamentos quando a mulher que tem meu coração nas mãos quebra o silêncio desconfortável e cheio de tensão.
-Claro. - minha voz sai rouca e baixa então clareio a garganta e repito mesmo sabendo que ela escutou -Claro!
E voltamos ao silêncio.
Corro com o carro o mais rápido que consigo pelas ruas querendo ter essa conversa urgentemente pensando na possibilidade de te-la de volta nos meus braços.
E se você não a tiver mais?
Aperto o volante com mais força para aliviar a dor que se instalou no meu peito só de pensar nessa possibilidade.
Suspiro aliviado audivelmente quando chegamos na garagem do meu prédio e automaticamente meu estômago revira. São tantas possibilidades, tantas repostas que ela poderá ter para o meu simples pedido.
Volte para mim.
Enquanto o elevador sobe eu só consigo pensar no que falar. Sei que vou falar toda a verdade, tudo o que aconteceu naquela maldita noite. Absolutamente tudo. Por mais que eu evite pensar naquilo, ela merece saber. Porra, ela merece tudo.
Plin
Saio do elevador e ela me segue, abro a porta e a deixo entrar primeiro. Não consigo não reparar no tanto que ela emagreceu nestes meses. Seus cabelos não estão mais soltos e cheios de vida como antes, estão presos em um rabo no alto da cabeça e murchos. Seus olhos estão sem a luz habitual, parece que roubaram sua vida, seu brilho, seu fôlego. A culpa me atinge com um soco no estômago. Porra, eu destruí ela. Eu fiz isso.
Indico o sofá para ela e ela se senta afastada de mim, como se quisesse e precisasse se controlar pra não me bater ou me agarrar. Prefiro a segunda opção. E então começo a falar.
-Sei que você deve ter perguntas e eu estou aqui para lhe responder absolutamente tudo. Não vou mentir, não vou ocultar e muito menos maquiar a verdade. Eu quero você de volta e pra isso vou lhe contar tudo. Desde minha mãe até... - minha fala vai murchando e eu não quero ter que falar o nome daquela... daquela... porra, daquela merda.
-Camille. - ela diz secamente e me assusta um pouco a frieza nos seus olhos -Desde sua mãe até sua Camille.
-Ela não é nada minha. - digo baixo mas entre dentes. Eu mereço isso.
Ela ri cinicamente e me fala: -Então conte-me, Harryzinho. Conte-me como foi me deixar em casa pra dar uma trepada com a sua "nada". Conte-me como foi gozar com ela enquanto eu passava a noite em claro checando meu celular e as notícias no jornal com medo de ter lhe acontecido alguma coisa, com medo de você morrer ou se ferir e eu ficar sabendo só pela manhã. Conte-me Harry, como foi fácil pra você quebrar todas as promessas que você me fez por MESES.
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O cara do bar. (SHORTFANFIC) H.S.
FanfictionAna era feliz. Tinha um namorado incrível. Quatro melhores amigas incríveis. Um apartamento, em Londres, incrível. Mas tudo mudou quando ela chegou mais cedo em casa e presenciou algo que estraçalhou seu coração. Ela precisava fugir. Precisava resp...