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  Hinata ainda não havia se recuperado totalmente das lesões sofridas em sua luta contra o primo na prova chunnin, mas não conseguia mais ficar parada. Ela sentia o corpo definhando... A cada hora que passava sem fazer nada, parecia que ficava ainda mais longe dos seus objetivos.

  Depois de tudo que acontecera, ela tinha três:

  Ganhar de Neji, lutar ao menos de igual para igual com o seu pai, um dia, e, o mais importante de todos... Ser reconhecida pelo Naruto-kun.

  Assim, em uma manhã, ela resolveu despistar os funcionários para sair do quarto e ir treinar.

  Eles não eram ninjas, então não devia ser tão difícil, pensou. Hinata esperou uma hora em que o pátio da residência Hyuga ficava relativamente vazio e andou nas pontas dos pés em direção ao portão.

  - Hinata-sama? - A voz de Neji surgiu do além atrás dela. - O que está fazendo aqui?

  Hinata assustou-se.
 
  - Neji ni... - parou bruscamente, baixando a cabeça. Ultimamente, a relação entre eles estava estranha e distante. Ela sempre o consideraria como um irmão, mas achava que o termo o incomodaria. - Eu... E-estava indo dar uma volta... E você?

  - Estou indo encontrar Lee e Tenten.

  - Entendo...

  Neji saiu andando sem se despedir, deixando-a parada ali, mas então, para a surpresa dela, olhou para trás.

  - Nosso caminho é o mesmo por enquanto. Então venha comigo.
 
  - Certo.

  A caminhada foi inquieta e silenciosa para ambos. Hinata andava sempre a dois passos de distância. Uma hora, passaram em frente a uma lanchonete recém-aberta e Hinata sentiu o estômago roncar.

  Neji virou-se.

  - Você ainda não comeu? Deveria. Ficar sem comer não ajudará na sua recuperação.

  Hinata sorriu levemente.

  - Está tudo bem, Neji ni... Quero dizer, Neji-san. Não se preocupe comigo.

  O primo fitou os olhos brancos nela por algum tempo. Mesmo que ele tentasse ser inexpressivo, Hinata o conhecia desde que eram crianças... E parecia... Que talvez... Houvesse um pouco de remorso neles.

  Precisaram de quatro jounnins para para-lo, tinham lhe dito os médicos.

  Ele teria te matado ali mesmo, dissera a Kurenai-sensei.
 
  Hinata sabia o que todos pensavam, mas não queria acreditar em nada disso. Ela gostaria de acreditar que havia esperança para todas as relações. Ela o amaria sempre, mesmo que ele a odiasse.

  Por isso, não queria que ele se sentisse mal. Hinata sorriu novamente, dessa vez um sorriso maior, e assegurou:

  - Está tudo bem.

  Vinte minutos depois, ela estava fazendo o único exercício que não fazia o seu estômago doer: atirando shurikens em alvos espalhados pelo campo de treinamento que costumava usar com os colegas de time. Mas Kiba e Shino estavam em missão agora junto com a Kurenai-sensei, então ela tinha que treinar sozinha.

  Mesmo que seja só um pouquinho, quero estar mais forte quando eles voltarem, pensou.

  No meio da manhã, ela já se sentia melhor em relação às próprias habilidades. Agora, se esforçava para alcançar alvos mais pequenos e longes.

  - Hei, Hinata! - Uma voz familiar disse, esbaforida de tanto correr. Antes que ela olhasse, já estava vermelha. - Eu vim aqui pra treinar, mas parece que você já está usando... - Naruto coçou a cabeça.

Pelos Meus OlhosOnde histórias criam vida. Descubra agora