Capítulo 8

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Março, 1943


Não tinha sangue, muito menos qualquer indício do que poderia ter acontecido ali. Era tudo uma enorme confusão, envolta pelo enorme medo que os bruxos e bruxas de Hogwarts estavam sentindo.

Um grito alto ecoou pelo corredor e todos se viraram na direção do som, observando uma meninas correr aos prantos até o local em que o corpo do garoto se encontrava, completamente petrificado e sem poder conter os choros, a jovem Lufa-Lufa se jogou sobre o corpo, pensando e esperando que ele pudesse reagir de alguma forma.

O garoto não está morto, foram as palavras que Dumbledore disse quando se aproximou do local, a frase sendo um impacto sobre os alunos. Como ele - que agora havia sido reconhecido como Ed Stanford, um rapaz do sétimo ano da Lufa-Lufa - não estava morto quando o estado no qual ele se encontrava era totalmente deplorável.

Mas isso pareceu não importar, porque a garota continuava chorando e o resto dos estudantes ainda estavam em estado de choque. Era um aviso, Ed Stanford era um aviso de que coisa terríveis estavam por vir e por mais que as crianças não soubessem disso, os professores sabiam, Dumbledore sabia muito bem, só que mesmo assim a incerteza ainda se fazia presente.

No mar de bruxos que rodeavam o corpo petrificado, estava Pandora, ela observava a cena com curiosidade, não estava com medo, apenas curiosa para saber o que se passava. Se perguntava como tal tragédia havia acontecido, era para Hogwarts ser um local seguro, não era? Simplesmente não entrava na cabeça dela que alguém tinha se ferido no lugar mais protegido do mundo.

Ela analisava a expressão assustada de alguns de seus colegas, vendo como todos pareciam preocupados com o que poderia estar acontecendo. Olhando em volta, seu olhar se fixou no garoto que encarava a cena com um enorme tédio no rosto e ela não poderia esperar mais nada dele, claro que Riddle não se importava caso algum aluno se machucasse.

Os olhos do morenos por outro lado, estavam cheios de sentimentos, mas nenhum deles fez com que Pandora entendesse o que estava se passando na cabeça do sonserino. Ela nunca tinha visto olhos tão expressivos como os dele, talvez fosse a cor diferenciada de suas orbes ou talvez fosse o fato de mostrarem inúmeras emoções ao mesmo tempo enquanto seu rosto permanecia completamente impassivo e indiferente.

Parecendo sentir que estava sendo observado, Riddle virou o rosto, focando seu olhar em Pandora. Ela queria desviar e talvez até poderia, mas não o fez, tinha algo de errado e precisava descobrir o que era e com isso, eles se mantiveram daquele jeito, encarando um ao outro e quando menos esperava, ela o sentiu tentando derrubar as paredes em sua mente e abrindo um enorme sorriso debochado, ela bloqueou qualquer chande de Riddle ver o que pensava.

Ela sabia que o deixava frustrado, era evidente pela forma que cerrava os punhos ou melhor ainda pela forma que parecia continuar tentando entrar na cabeça dela.

Como Pandora, Riddle também não sentia medo, seria uma surpresa se sentisse, não, era outra coisa, ele parecia estar quase se divertindo com tudo aquilo. Era exatamente isso que ela via, o garoto não estava preocupado ou assustado com a imagem diante de seus olhos, ele estava se entretendo com o que quer que estivesse ocorrendo ali.

- Todos para as suas casas, não é mais hora de ficar nos corredores. - disse o Diretor Dippet, chamando a atenção dos alunos, ele não parecia saber o que dizer para melhorar a situação, tão perdido quanto os outros, preocupado com o que poderia resultar se o acontecimento chegasse no Profeta Diário - Não tem com o que se preocupar, Edward vai ficar bem. - terminou, e assim os monitores chefes começaram a guiar o resto dos estudantes para longe da cena.

Pandora observou Riddle se afastar dali com um pequeno sorriso nos lábios, quase imperceptível e sem pensar duas vezes, ela correu atrás do garoto, passando pelos seus colegas e não respondendo quando Apolo e Charlus gritaram por ela. Aquele sonserino tinha alguma coisa a ver com aquele episódio e a ela estava certa disso.

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