Capítulo 29

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1997 


Harry se viu inclinando na direção da penseira mais uma vez, ansioso para ver qual memória Dumbledora teria escolhido para mostrar a ele dessa vez. Ele tinha certeza que Riddle estava envolvido, mas pela feição triste do diretor de Hogwarts, imaginava que essa lembrança seria um pouco diferente das outras que já havia visto. 

Demorou algum tempo para que ele pudesse reconhecer a casa dos Gaunt, que se encontrava completamente imunda agora. A aparência do local era decadente demais, com teias de aranhas e sujeiras em todos os lugares visíveis e não visíveis. Sentado em uma poltrona estava um homem igualmente imundo e com uma aparência longe de ser agradável. 

Quando uma batida foi ouvida, o homem acordou abruptamente, segurando sua varinha em uma mão e uma faca na outra. Harry observou a porta se abrir e não demorou sequer um segundo para reconhecer quem havia passado pela porta, o jovem Voldemort, que na época ainda era conhecido pelo nome que havia sido dado a ele, Tom Servolo Riddle. 

Mas o que o surpreendeu foi ver que atrás do jovem Riddle, estava uma garota - muito bonita por sinal. Ela segurava a mão do sonserino e olhava atentamente tudo que havia ao seu redor, - também parecida ter notado a sujeira pela careta que fez - observando cada movimento do homem com a faca no mão e Harry se perguntou se assim como Riddle, ela também era da sonserina. 

- Você! - gritou o homem, aproximando-se dos dois adolescentes e Harry observou a garota retirar a varinha do bolso de seu vestido e segurá-la com firmeza, como se estivesse pronta para lançar um feitiço caso Gaunt desse mais um passo a frente - Você!

- Pare. 

Riddle disse em língua de cobra e no mesmo instante o outro bruxo parou de se mover, um longe silêncio se instalou entre os três enquanto se analisavam e mais uma vez, Harry notou a forma que a garota segurava a mão de Voldemort, como se ainda achasse que pudesse protegê-lo. 

- Você sabe falar? 

- Sei falar. - Riddle respondeu com indiferença e o grifinório observou os olhos do bruxo se moverem na direção da menina, claramente perguntando se ela também sabia falar - Ela não fala, então eu agradeceria se pudéssemos falar normalmente e não por meio de ofidioglossia. - o adolescente explicou, não perdendo a postura séria  e logo tratou de continuar - Onde esta Servolo? 

- Morto. Morreu há anos, não foi? 

Harry notou os olhos do homem se moverem novamente na direção da garota e não foi o único que percebeu o ato, Riddle também pareceu notar a mesma coisa e em questão de segundos, ele havia soltado a mão dela e passado um braço por sua cintura possessivamente, sua ação havia sido confiante e experiente, como se fizesse isso sempre, mas a confusão em seus olhos era evidente. 

O jovem grifinório não conseguia entender quem era aquela garota e porque ela parecia ser tão importante para o Voldemort adolescente. Um namorada, talvez? Harry perguntou a si mesmo e balançou a cabeça em resposta para a própria pergunta. A bruxa ou bruxo que se relacionasse com Riddle precisaria ser completamente louca para amar aquela aberração. 

- Quem é você então? - Voldemort perguntou. 

- Sou Morfino, não sou? 

- Filho de Servolo? - por alguma razão a voz da garota era exatamente o que Harry esperava que fosse: calma e aveludada. 

- Claro que sou, então... - Morfino respondeu sem pressa alguma, levantando os cabelos imundos dos olhos para que pudesse observar Riddle melhor, uma expressão de nojo em seu rosto - Você parece aquele trouxa. 

Obliviate  |T.M.R|Onde histórias criam vida. Descubra agora