Capítulo 13

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Maio, 1943


- Você acordou mais cedo que o normal hoje. - Charlus comentou quando se sentou em frente a Pandora, vendo o café da manhã praticamente intacto no prato enquanto ela analisava o pergaminho em suas mãos.

- Precisava revisar meu trabalhar de Runas Antigas, passei um bom tempo fazendo e quero que esteja perfeito. - respondeu ela sem levantar os olhos, focada em sua leitura e se certificando de que tudo estava certo.

Charlus sorriu ao ver Septimus se aproximando e suspirou quando o ruivo se sentou ao lado da garota, sabendo muito bem o que acontecia ali. Já havia se passado quase um ano desde que o ruivo notará seus sentimentos por Pandora e mesmo com todos os meses que teve para confessar, Septimus ainda não tinha coragem  de agir sobre suas afeições.

Quando na metade do quarto ano, Pandora anunciou que Elliot havia a convidado para ir a Hogsmeade, Septimus se viu com o coração completamente partido e por dias evitou a amiga, sem dar explicação nenhuma, causando uma enorme briga entre eles, chegaram a passar quase três semanas sem falar. E no momento em que Elliot começou a cortejar Pandora, Septimus ficou desolado, pelo menos até o dia em que a garota contou que havia rejeitado as tentativas do mais velho.

- Dora? - Charlus chamou e pela primeira vez desde que os dois se sentaram à mesa, Pandora levantou os olhos, podendo ver surpresa no rosto dos garotos assim que eles viram seu rosto - Você não dormiu ontem a noite? - perguntou ele, notando as olheiras dela.

- Não, muita coisa na cabeça e tenho tido pesadelos de novo. - respondeu dando de ombros, como se não fosse nada. Septimus e Charlus trocaram olhares, ambos entendendo que havia muito mais por trás do que ela estava disposta a contar, mas não a pressionariam para falar mais nada caso Pandora não quisesse - O que você queria saber? - perguntou com calma.

Os pensamentos dela estavam a milhão. 

Pandora queria contar a eles, dizer que a razão pela qual ela não estava conseguindo dormir era porque todas as vezes em que colocava a cabeça no travesseiro e o sono tomava conta dela, ela via vermelho, o vermelho dos olhos dele, porque mesmo que uma semana já tivesse se passado, ainda tinha seus pensamentos focados no que havia acontecido na biblioteca.

Mas ela nunca deixou isso evidente, nunca demonstraria medo ou qualquer fraqueza na frente dele, não queria que Riddle visse o quanto o ocorrido havia mexido com ela, porque toda vez que estavam próximos demais ou que ele se aproximava mais do que devia, Pandora se afastava dele involuntariamente, uma reação com fundamentos, é claro.

Tom havia tentado falar com ela durante a semana inteira, parecia arrependido pelo que aconteceu entre eles e se Pandora não fosse tão bom em ler pessoas - e se não conhecesse Riddle e não tivesse escutado quase todas as ameças dele - ela teria acreditado na atuação dele, porque não passava disso, uma performance para que ele conseguisse o que queria.

- Eu queria ter te perguntado quando aconteceu, mas achei que seria melhor esperar. - Charlus começou, enigmático e ela olhou para ele sem entender - Eu e Septimus vimos você e Riddle na biblioteca semana passada.

Eles viram.

Viram a troca de ameaças.

Viram os olhos vermelhos de Riddle quando ela questionou a respeito dos Caveleiros de Walpurgi.

Ela estava entrando em pânico, sua mente buscava explicações, mentiras que poderia contar para que os dois não pensassem o pior sobre Riddle e suas ações homicidas, mas Pandora não conseguia pensar em nada e ela se perguntou porque ainda estava tentando arrumar desculpas para as atitudes do sonserino.

Obliviate  |T.M.R|Onde histórias criam vida. Descubra agora