Capítulo 10

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Abril, 1943

- Pandora, você escutou o que eu disse? - Cassandra perguntou, balançando o braço da amiga, tentando chamar a atenção dela. Pandora saiu de seu transe e guardou o papel em seu bolso, fixando seus olhos na loura ao seu lado.

Havia recebido o convite do casamento de Cadimus e Lena naquela manhã e seus pensamentos estavam focados nos planejamentos da cerimônia, que ocorreria dia 20 de agosto, no final da tarde e provavelmente seria a celebração mais bonita do ano.  A noiva havia pedido ajuda para escolher e modificar o vestido e Pandora estava ansiosa para passar um tempo com sua futura cunhada e também queria pular de alegria por Lena tê-la convidado para ser a dama de honra.

Mal podia esperar pela festa, adorava os casamentos bruxos e todas as tradições que estavam envolvidas, principalmente o bolo é claro.

- Me desculpa Cassie, recebi o convite do casamento essa manhã e estou ansiosa. - respondeu animadamente e a loura deu de ombros, continuando a puxar a amiga pelo grande salão - O que houve?

- Encontraram mais um corpo. - contou ela e no mesmo instante os olhos de Pandora se arregalaram incrédulos - Jeremiah Foster, terceiro ano da Corvinal, ele era nascido trouxa, assim como Ed. - explicou e então começou a explicar detalhadamente tudo que sabia.

Mais um corpo.

Mais um adolescente havia sido petrificado e era apenas um garoto, não devia nem ter 14 anos. Pandora sabia que os curandeiros estavam tentando e fazendo uma poção para acordar aqueles que haviam sido petrificados, mas já haviam se passado três semanas desde que Edward havia sido encontrado e eles ainda não tinham achado uma solução.

E pensando nisso, a mente de Pandora foi levada para as lembranças que viu na cabeça de Nott, o discurso de Riddle sobre os nascidos trouxas, "sangues ruins" como os sonserinos os chamavam, sobre como não deviam estar em Hogwarts, como não eram merecedores o suficiente para estar ali e mais uma vez, ela foi consumida por uma enorme fúria ao se lembrar das frases dele.

Pandora estava certa, Riddle tinha algum envolvimento em tudo que tinha acontecido com aqueles alunos, mas ele nunca admitiria isso, pelo menos não para ela e se perguntou se os Cavaleiros de Walpurgi sabiam que ele estava por trás dos ataques e se sabiam, apoiavam o que quer que ele estivesse fazendo?

O que ela não conseguia compreender era como ele petrificava suas vítimas, Riddle sempre estava com outros bruxos quando os ataques aconteciam e nunca sozinho, sempre rodeado de seus "amigos". E a pergunta que não queria calar: quantos corpos ainda estavam por vir? Quantos estudantes inocentes acabariam como pedra até que algum deles morresse? Eram perguntas que circulavam pela cabeça de Pandora o tempo todo e ela não suportava não ter essas respostas.

                                                                                   *  *  *


- Você está com Riddle hoje, Pandora. - o monitor chefe disse a ela, os olhos fixos na panilha que tinha em sua frente, não levantando-os por sequer um segundo para ver a reação dela.

- Elliot. - ela murmurou contrariada e ele levantou a cabeça, sorrindo. Elliot a conhecia bem demais e sabia que Pandora preferia ficar monitorando e fazendo suas rondas com qualquer pessoa que não fosse o sonserino, mas não podia dar preferência a ela apenas porque eram amigos - Você sabe o quanto eu não suporto ele.

O garoto sorriu e se aproximou dela, segurando os ombros de Pandora, a forçando a olhar para ele. Havia demorado muito tempo para que os dois voltassem a se falar depois que terminaram no final do último ano e com muitas conversas para resolverem seus problemas, eles finalmente voltaram a ser amigos, mesmo não sendo a primeira opção de Elliot no começo.

Obliviate  |T.M.R|Onde histórias criam vida. Descubra agora