Venatio - Suuch - Caçador Marcado

ATO I - Capitulo 3 - O beco diagonal (ou quase)

Capitulo 3 — O beco diagonal (ou quase)

 

— Onde você vai? — Ouço meu tio perguntar, assim que eu desço as escadas, estou com uma camiseta preta com um desenho redondo de uma montanha e um sol meio listrado, me lembra aquele personagem de Street Fighter Honda, que tem um painel atrás, em uma casa de banhos.

— Eu vou na Constelação, as aulas terminaram mais cedo, Angelin explodiu metade da sala misturando as ervas. — Coloquei a mochila nas costas, Seven ainda não chegou, apesar de eu estar indo até a Constelação, comprar itens para o Pesadelo, ainda iria me vingar dele. Ele ainda me olhava, como se faltasse alguma informação. — Não vi o Seven.

— Volte logo da Constelação, temos ainda um jantar.

— Sim, senhor. — Dou um sorriso e me viro. — Ah… Tio, será que eu posso pegar um carro emprestado? o Seven está com o nosso carro.

— Peça para Joshua te levar. — Ele caminha até seu escritório, entrando, e não diz mais nada, levanto as sobrancelhas e me viro, indo até a porta de entrada.

— Joshua? — Procuro pelo motorista rechonchudo e engraçado. — Ei, Madele você viu o Joshua? — Eu devo saber o nome de todos os trabalhadores da casa, gosto de ser amigos dele, parece que eles são mais minha família que minha própria família.

— Olá, Suuch, eu o vi ali na garagem, lavando os carros, precisa de ajuda? — Ela estava com uma tesoura de jardinagem, cuidando das plantas perto da porta.

— Ah, não, obrigado, cuida direito dessas flores, hein! Se morrer vou chamar a policia. — Me viro e ouço a risada dela, era uma piada idiota, eu sabia, mas ela ria, não sei nem se era uma risada verdadeira. Dei a volta na casa e fui até o portão da garagem que estava aberta. — Joshua?

Cheguei perto do portão, segurando ele e coloquei a cabeça para olhar. Tinha três carros dentro da garagem, e uma vaga faltando, que era a do nosso carro, um senhor gordinho se levantou atrás de um carro branco.

— Suuch? Oh! Boa tarde, precisa de algo? — Ele estava com um pano, limpando os carros.

— Será que posso pegar um carro? — Vejo ele franzir o rosto e me olhar desconfiado. — Tá, tá, pode me levar em um lugar, por favor? — Vi ele dando risada e pegou as chaves e foi em um dos carros entrando, eu também entrei, mas diferente do meu tio eu ia sempre no banco de passageiro, enchendo o saco de Joshua, que ria e brincava comigo.

Agradeci quando chegamos, disse que eu ligaria quando fosse voltar e entrei na loja, era uma loja com uma porta pequena de vidro, a loja era de ervas medicinais, mas quando pediamos uma certa erva, era como se fosse uma senha que assim entravamos em outra porta da loja e passavamos para o Vale dos Caçadores, quando fiz isso já peguei um panfleto, que sempre ficava em cada porta do portal para o Vale, os panfletos dizia a maioria das lojas, pesquisei sobre madeiras, e tinha umas 15, eu fui na que estava mais perto, já que sou preguiçoso. Mas já não tinha quando perguntei, fui em mais duas lojas, acredita que um nem sabia o que era, ele vendia madeira pra quê? Lareira? Eu hein.

Fui em uma outra loja. Quando entrei na loja, ouvi uma campainha, tipo um sino tocando, quando fechei a porta olhei em volta.

— Olá? — Dei alguns passos, tinha algumas madeiras quadradas, inteiras, pedaços de tocos, árvores inteiras, formato de cabos de vassouras, varinhas e muito mais coisas.

— Boa tarde! Em que posso ajudá-lo? — Um senhor veio de uma porta de vidro, indo atrás do balcão, arrumando os óculos para poder me enxergar melhor.

— O senhor teria Arbor somniorum mundi? Preciso de um toco ou então de uma rede de pegar borboleta já pronta.

— Problemas com Pesadelos, meu filho? — Ele andava meio curvado, já gostei dele, sabe pra que serve, mesmo eu não falando, deveria ter mais alguma coisa que se faz com essa árvore, mas ele sabia só pelo fato da rede, então eu precisava comprar aquele livro também, ter um só pra mim.