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- O filho deles? - perguntou com a voz entrecortada.

- É, Cole.

- Mas ele acaba de...

- Aconteceu há poucos minutos.

- Ele está... foi... foi fatal?

- Ainda não sei, Srta. Reinhart. A ambulância está a caminho do hospital. É grave, sem dúvida. Um trem colidiu com seu carro.

Lili conteve o grito com a mão trêmula. Um trem!

- E por isso que precisamos localizar um parente próximo.

Santo Deus, que expressão oficial terrível! "Localizar um parente próximo" era a frase normalmente empregada no jargão policial para designar os que precisam ser notificados que um ente querido faleceu num acidente longe de casa.

- Srta. Reinhart?

Passaram-se vários minutos de silêncio enquanto Lili procurava absorver a trágica enormidade daquele telefonema.

- Eu não sei aonde Matthew e Melaine foram. Mas vou imediatamente para o hospital. Até logo. Tenho de me apressar.

Desligou o telefone sem dar ao auxiliar de xerife oportunidade de dizer mais nada. Seus joelhos se dobraram quando ela saiu da cama. Foi com passos trôpegos até o armário, de onde tirou a primeira roupa que suas mãos tocaram.

Tinha de ir ver Cole, naquele instante. O mais depressa possível. Precisava dizer-lhe que o amava antes que...

Não, não. Ele não ia morrer. Lili não podia nem sequer pensar em sua morte.

Oh, meu Deus, por que fez isso?

No momento em que o auxiliar de xerife a informou do acontecido, Lili se perguntou se tinha sido acidente ou não. Qual era a última coisa que Cole lhe havia dito? "Eu não presto para nada mesmo." Teria sido a rejeição dela pelo seu amor a última que ele podia suportar? Teria sido aquele acidente uma tentativa de obter aprovação livrando o mundo de Cole Sprouse?

"Não!"

Ela só se deu conta de que tinha gritado quando a palavra ecoou nas paredes silenciosas do apartamento. Correu pelos cômodos escuros em direção à porta da rua. As lágrimas lhe banhavam a face, e seus dedos tremiam tanto que ela mal conseguiu pôr a chave no contato do carro.

Lili avistou o local do acidente a vários quarteirões de distância. Um guincho havia tirado o carro de Cole dos trilhos, mas a polícia continuava mantendo a área isolada com holofotes a fim de desencorajar os curiosos.

O Lincoln prateado parecia uma folha de alumínio que algum gigante petulante havia amassado nas mãos e jogado fora. Lili sentiu o peito dolorosamente apertado. Ninguém podia ter saído vivo daquelas ferragens. Embora estivesse sentindo os braços muito fracos para dirigir, forçou a si mesma a seguir adiante. Precisava chegar ao hospital a tempo.

Ao chegar, estacionou e foi correndo para a porta do pronto-socorro. Não morra, não morra, não morra, seu coração pedia a cada passo. Aquela comoção emocional e o esforço físico não podiam fazer bem ao bebê, porém Cole era a única coisa que importava naquele momento.

- Cole Sprouse? - perguntou ela quase sem fôlego, batendo a mão no balcão da recepção.

A enfermeira de plantão ergueu os olhos para ela.

- Já subiu para a cirurgia.

- Para a cirurgia?

- É. Com o Dr. Mabry.

Se resolveram operá-lo, ele ainda estava vivo, Graças a Deus, graças a Deus! Lili respirou fundo para tomar fôlego.

- Em que andar?

𝐄𝐗𝐏𝐋𝐎𝐒𝐈𝐕𝐄 𝐏𝐀𝐒𝐒𝐈𝐎𝐍  彡 ˢᵖʳᵒᵘˢᵉʰᵃʳᵗOnde histórias criam vida. Descubra agora