“Quando você não quer sentir nada, a morte pode parecer um sonho.”
―Garota InterrompidaEu dou-lhe as costas, mas ele agarra meu braço:
– Acho que não sabe com quem está se metendo Hermione – ele me ameaça.
- Você também não sabe com quem está se metendo – falo, soltando meu braço e entrando na sala que é simples com uma mesa e duas cadeiras, uma de cada lado, há uma janela com uma cortina de cor azul escuro.A mesa está cheia de papéis, além de várias caixas ao lado da mesa, imagino que com várias fichas de meninos e meninas estabelecidos no orfanato. Ela senta em uma das cadeiras indicando para eu me sentar à sua frente:
- Nome? - ela pergunta.
- Hermione Granger - respondo hesitando um pouco não sabendo se deveria mudar meu sobrenome.
- Idade? - ela pergunta me olhando enquanto escreve num papel.
- 17 anos - respondo não hesitando dessa vez.
- Seus pais morreram como? - ela pergunta.
- Eram judeus, por isso foram mortos - eu respondo, deixando cair algumas lágrimas para uma atuação melhor.
- Entendo, sinto muito pela sua perda, com a guerra ficamos lotados de crianças, o que é uma coisa horrível - ela responde.
- Obrigada - agradeço e desvio o rosto.Não me sinto culpada por mentir ou nada do tipo, apesar de não sentir meus ferimentos ainda, acho que posso sentir apenas dor, porque é um estímulo físico, isso seria uma boa notícia para o Sr.Riddle:
- Vou levá-la até seu quarto, Sta. Granger – ela fala interrompendo os meus pensamentos.
Levanto e a sigo para fora da sala, enquanto saio, vejo Tom Riddle na entrada, parado de frente à porta:
- Sta.Hill deixe-me acompanhar a Sta. Granger até o quarto – ele fala com um sorriso e com aquela expressão falsa de bom menino que provavelmente ouviu toda a conversa.Ele finge bem porque só eu sei que é falsa já que eu tinha vindo do futuro, pois nunca fui boa para ver o verdadeiro caráter das pessoas:
- Obrigada, Tom. Estou mesmo cansada - Ela agradece e segue pelo corredor que é escuro como todos.Esse lugar parece não ter luz, tudo o que vejo de Riddle é uma massa escura e às vezes consigo ver sua expressão devido a estas malditas luzes que querem imitar uma boate, piscando a cada maldito segundo. Percebo que ele me encara com um sorriso estranho e não sei o que ele pretende. Sabe, não é todo dia que se encontra o Lorde das Trevas jovem, é como encontrar um Serial Killer:
- E ai? O que você quer? – eu indago.
- Acha mesmo que eu deixaria você ter a última palavra? Ninguém vira as costas para mim! – ele me empurra contra a parede mais próxima e coloca sua mão no meu pescoço começando a tirar o ar dos meus pulmões, não sei por quanto tempo, só sei que sinto muita dor, acho que morrer sufocada é o mesmo que morrer afogada, sem ar e entrando em completo desespero. Mas comigo foi diferente, mesmo com a dor que sinto, com certeza estou sentindo, não luto ferozmente, espero ele acabar com aquilo naquele momento, ele não é burro e claro que não me mataria:
- Esqueci que você não pode usar magia fora da escola – falo, escorregando pela parede e caindo sentada no chão frio, minha voz está um pouco fraca – Sabe, eu não tenho medo de você – falo, logo me levanto e dou um belo soco na cara dele, acho que esse foi um pouco melhor do que eu dei no Malfoy:– Ninguém nunca te ensinou a não bater em garotas? E nunca mais encoste suas mãos sujas em mim! – digo.
Não é porque que eu não sinto gosto pela vida que vou deixar esse cara me transformar no seu saco de pancadas. Encaramo-nos e como se soubesse o que ele está pensando, tento correr, mas ele me empurra para a parede e com o impacto machuca minhas costas, seu rosto chega bem perto do meu e começo a reparar como seu rosto é perfeito. Como alguém tão mau e horrível pode parecer um anjo e ter essa beleza?
- Você não devia ter feito isso, Sta. Granger – ele fala, mas quando ele tenta continuar eu o interrompo.
- O que você quer de mim? – eu pergunto, não sei o porquê dessa perseguição dele.
- Quero tirar este ar de desafio e desprezo da sua cara, quem você pensa que é garota? Vou acabar com você e vou fazer da pior maneira, vou fazer você se arrepender por ter me tratado assim – ele fala, com uma expressão de maníaco que sei que ele é.
- Estou te lembrando alguém em especial? Eu só não fui com a sua cara, só porque você foi gentil ou seja lá o que você foi, eu não sou obrigada a gostar de você - eu falo mentindo.
- Pare de mentir, sei que você sabe de algo! – ele fala socando a parede, nós não paramos de nos encarar por nenhum minuto.
- Eu acho que você é complexado, sinceramente – eu falo o deixando cada vez mais nervoso – Você acha que o mundo gira ao seu redor? Eu acabei de te conhecer – falo.Por fim não consigo segurar a risada, aquela situação era totalmente ridícula.
- De que você está rindo? –ele pergunta com uma voz assustadora.
- Acho que somos muito parecidos, exceto pelo fato de você querer mostrar que é poderoso, que é melhor que qualquer pessoa, só porque foi abandonado sente-se um justiceiro achando que suas ideias são certas, que as pessoas são indignas. Mas a verdade é que você é o único indigno, Riddle – Concluo como um belo tapa na cara dele. Olho nos seus olhos e eles estão borbulhando de raiva:
- Eu vou ter o prazer de te matar – Ele fala, me ameaçando.
- Mate, eu não poderia me importar menos – eu falo o encarando – Será que poderia me levar para meu quarto? Eu estou cansada.E assim ele faz, andamos em silêncio como se estivéssemos andamos sozinhos, chegamos a uma porta cinzenta, que era a do meu quarto, olho para ele que também me olhava:
- Isso não acabou – ele diz.
- Nunca pensei que tinha acabado – falo, entrando no quarto simples e sujo.Há uma cama e guarda-roupa e uma única janela que tem vista para o portão do orfanato. Estou tão cansada que deito e acabo adormecendo imediatamente naquele colchão e cobertores cheirando a poeira.
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Lass Mich Nicht (Tomione)
Fanfiction"Meu destino, de qualquer forma, será a morte, mesmo se ele não me matar, eu morrerei. Eu tenho um orgulho muito grande, mesmo com toda a dor horrível que sinto, não dou um só grito, não darei esse gosto a ele, não sei qual de nós dois tem a persona...