17.vício

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O almoço foi agradável naquele dia, por mais que as encaradas mortais de Jongin para Kyungsoo acontecessem com certa frequência. 

A comida de Baekhyun estava saborosa, como sempre, e Chanyeol quis estar somente com ele para elogiá-lo da forma que ele merecia. Se contentou em olhar, discretamente, para o ômega, desviando sempre que os olhares se encontravam.

Baekhyun estava feliz ali, dividindo a comida e os lanches que Kyungsoo havia comprado, apesar de querer muito conversar com Chanyeol sobre as coisas que havia dito antes de precisar se afastar da escola. Sua brecha perfeita apareceu quando o alfa se levantou com a desculpa de ir fumar, indo para um tanto longe do restante do pequeno grupo.

Sem esperar, o ômega caminhou até o alfa, vendo a feição alheia corar levemente, se apaixonando por Chanyeol um pouquinho mais.

— A comida estava ótima — disse, tragando o cigarro e odiando o quanto suas mãos tremiam, porque era perceptível. 

— Obrigado — agradeceu sentindo o coração disparar. 

Ficaram se olhando por um tempo, o interior de Baekhyun quase implorando para que Chanyeol o beijasse de novo, numa saudade que não imaginou sentir tão forte. Parecia que seu lobo necessitava com urgência de qualquer contrato do alfa. 

— Você tá bem? — O loiro quis saber, e o Byun assentiu, dando um passinho discreto para mais perto. 

Chanyeol estava nervoso, não estava acostumado a se sentir tão consciente da presença do ômega. Sabia que devia dizer algo, afinal haviam se beijado, e não podia dizer que odiou, muito menos que não sentiu falta do menor todos os dias em que ele passou longe. 

O alfa apagou o cigarro e olhou na direção de Kyungsoo e Jongin, vendo quando o amigo se levantou e puxou o outro com ele, indo para longe de sua visão. 

E então estavam sozinhos. 

Com um receio trêmulo, esbarrou os dedos de leve nos de Baekhyun, vendo quando ele ficou com o rosto corado. Entretanto foi o ômega que, num surto de coragem, os entrelaçou.

Chanyeol observou aquilo, para depois ser agraciado com um sorriso bonitinho do outro. Acabou apertando as mãos juntas, se aproximou no processo e levou uma mão cuidadosamente até o rosto alheio, fazendo um carinho ali que pegou Baekhyun desprevenido. Foi quando ele suspirou.

— Chanyeol… — murmurou, e o alfa sabia o que aquele tom queria dizer, porque queria o mesmo. Estava quase implorando para que repetissem o que fizeram na sala de música dias atrás. 

— Eu posso? — pediu e o ômega se agitou ao balançar a cabeça positivamente. 

Chanyeol se aproximou um pouco mais, levantando o queixo fino do outro para olhar em seus olhos antes de colocar seus lábios juntos aos dele. Um beijo. Baekhyun suspirou, apertando a camisa do uniforme do alfa ao que colava ainda mais os lábios, quase delirando quando o Park quis aprofundar, beijando-o com mais intensidade, viciando o ômega.

Os beijos duraram até o sinal indicar que o intervalo havia chegado ao fim.

Baekhyun ficou um tanto sem graça. Por mais que tivessem acabado de beijar, não significava que tinham algo, por isso sua mente começou a ir e vir em paranóias, mas todas elas voaram para longe quando sentiu sua mão ser agarrada novamente. 

Estavam de mãos dadas e caminhando juntos para a sala, todos olhavam sem entender e Chanyeol não se mostrava incomodado, muito pelo contrário, sorria e o encarava vez ou outra. Baekhyun poderia estar louco, mas o brilho no olhar do alfa parecia diferente. Parecia que Chanyeol só tinha olhos para si. 

Entretanto o mundo cor de rosa foi destruído quando Jongin o puxou para que sentasse em seu lugar. 

— O que aconteceu? Por que está com essa cara? — perguntou. 

Jongin parecia incomodado, e seu cenho estava franzido. 

— Odeio Do Kyungsoo! — disse de repente. — Ele me arrastou pra fora do terraço e me puxou por horas! Tudo pra você ficar de agarração com aquele yankee! 

Imediatamente Baekhyun colocou a mão sobre a boca do amigo.

— Fala baixo! — Jongin se livrou do toque, parecendo verdadeiramente irritado. — Não estava de agarração com o Chanyeol. — Seu rosto esquentou na hora. — E eu não sei por que odeia tanto o Kyungsoo. Ele te fez algo? 

Jongin suavizou a expressão, parecendo ligeiramente desconcertado. Baekhyun se preocupou com aquilo.

— Eu… não gosto quando ele me olha, muito menos quando encosta em mim. 

— Ué, por que? 

— Eu não sei, fico me sentindo estranho quando acontece. — Jongin não olhou em nenhum momento para o outro ômega, sua própria mente cheia de dúvidas que nem mesmo ele saberia responder.

— Nini… Se ele fez algo, você prec-

— Ele não me fez nada. Só… — suspirou. — Deixa pra lá. 

Baekhyun, no entanto, não queria deixar de lado o assunto, mas foi obrigado quando o professor chegou iniciando as aulas do período da tarde.


Quando o dia de aula finalmente chegou ao fim, Chanyeol surpreendeu Baekhyun ao parar ao lado de sua carteira. Ele sorria.

O ômega ainda estava um tanto tímido, mas não menos feliz e ansioso com a aproximação. 

— Quer companhia até em casa?

E os olhos de Baekhyun brilharam, porque aquela pergunta era como a realização de um sonho.

Sorrindo, o ômega se levantou e encarou o alfa.

— Eu adoraria.

yankee boy 🌸 chanbaek 🌸 aboOnde histórias criam vida. Descubra agora