16.retorno

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Baekhyun estava com o coração batendo depressa. Era seu primeiro dia de aula depois da semana tortuosa de seu cio.

O ômega estava nervoso, afinal iria ver Chanyeol depois de ter se declarado de maneira tão repentina. Não sabia se estava preparado para tal evento. 

Quase como por ironia do destino, foi a primeira pessoa que encontrou assim que entrou na sala.

Chanyeol, que encarava além da janela, virou o rosto para o ômega, olhos arregalando em surpresa. Se levantou numa ansiedade que atraiu olhares de todos, deixando Baekhyun com as bochechas quentes em vergonha. 

Um silêncio constrangedor seguiu e o ômega mordeu o lábio inferior em expectativa. O alfa, por outro lado, sentia seu coração bater apressado dentro do peito, querendo muito ir até o outro e lhe encarar de perto para ter a certeza de que Baekhyun realmente estava ali. 

— Baek, você voltou! — Jongin disse encontrando-o na porta. Estava atrasado, mas sorriu ao ver o amigo ali outra vez.

— Oi Nini — sorriu.

Jongin passou a tagarelar, os demais alunos voltando a atenção para suas coisas enquanto Chanyeol se sentava de volta na cadeira e suspirava. 

Kyungsoo olhava Jongin e Baekhyun com uma feição entediada.

— Também achei que ele viria até você. — Seu olhar parou no amigo ao perceber que ele ficou quieto. — Está triste por isso?

— Não sei do que está falando. 

Entretanto a atitude do alfa falava por ele, coisa que arrancou um sorrisinho do Do. Era ótimo ter algo para ocupar sua cabeça depois de tudo o que aconteceu em sua casa nos últimos dias. 

Baekhyun caminhou até seu lugar, se acomodando, mas os olhos vez ou outra paravam em Chanyeol. Queria tanto ficar perto do alfa que doía. 

A aula se arrastou, o que era péssimo para o coração ansioso do ômega, e mesmo que Jongin falasse o tempo todo, apenas uma pessoa rondava seus pensamentos. Tanto na sala de aula, quanto em todos os dias dolorosos de seu cio, Chanyeol era o único a tomar toda sua mente.

— Baekhyun! — Se assustou com a voz de Jongin. O amigo lhe chamava há um tempo, aparentemente. 

— Desculpa, o que foi? 

Jongin o encarou com o cenho franzido, para então suavizar a expressão em um bico manhoso.

— Eu reclamando sobre minha família há horas e você não ouviu uma só palavra. 

— O que aconteceu? — Preocupou-se, passando a olhar atentamente para o ômega, e Jongin suspirou.

— Não aguento mais minhas mães e meus irmãos… — começou. — De uma hora pra outra não me deixam sair sozinho e minha mãe ômega me enche de perguntas toda vez que me vê — suspirou, cansado. — Yukhei, Wonsik e Yongguk não largam do meu pé e é um saco! Às vezes eu acho que nasci com defeito, ou fiz algo muito ruim na outra vida pra merecer ser o único ômega da família. 

Jongin era o mais novo dos quatro filhos de Tiffany e Taeyeon, a diferença de idade entre os irmãos mais velhos sendo um pouco grande, uma vez que o casal não havia planejado ter mais um bebê. Yukhei — o terceiro filho — tinha 12 anos quando Jongin nasceu. 

Agora, 16 anos depois, era o único que morava com as mães, apesar de os irmãos mais velhos aparecerem quase todos os dias, principalmente nas últimas semanas. Era quase como estar vivendo com todos de novo, como era quando criancinha.

— E você desconfia o motivo?

— Não sei… Ciúmes, talvez? Mas acho que meu cio chegando também interfere… Desde meu primeiro eles ficam super protetores comigo nessa época, é muito chato.

A menção daquele assunto fez Baekhyun lembrar do seu próprio, o rosto esquentando porque havia murmurado o nome de Chanyeol enquanto se aliviava.

— Estou pensando em fugir de casa por uns dias. — No mesmo momento o outro ômega o encarou como se ele tivesse dito um absurdo.

— Nini?! Isso é perigoso! Só vai preocupar suas mães, e você sabe como a tia Tiffany fica triste fácil. 

Jongin suspirou, porque era verdade. A mãe ômega era muito preocupada consigo.

— Eu não vou fazer isso. É só que… eu estou cansado dos meus irmãos. 

Baekhyun ainda lembrava dos irmãos mais velhos de Jongin e de como eles eram engraçados mimando o caçula, apesar de serem sérios quando o mais novo não estava por perto. Da vez que encontrou Chanyeol na rua, naquele fatídico dia, haviam acabado de sair do estúdio de tatuagem de Yukhei, e Baekhyun ainda lembrava de como a feição mal encarada se abriu num sorriso radiante quando colocou os olhos em Jongin.

— Você pode dormir lá em casa, se quiser. Meu pai ômega vive perguntando quando você vai jantar com a gente de novo.

Jongin sorriu com os olhos brilhantes.

— Diz pro tio Jun que eu mandei um beijo, e que eu vou aparecer por lá essa semana ainda.

Baekhyun assentiu e no mesmo momento o sinal soou indicando o intervalo. 

Chanyeol se levantou às pressas, não resistindo e olhando para Baekhyun antes de sair, com Kyungsoo ao seu encalço, para fora da sala. O ômega o encarava de volta, sentindo o coração bater mais depressa. 

Os alfas seguiram para o terraço, Kyungsoo já havia comprado os lanches no caminho para a escola e carregava a sacola cheia como se fossem capazes de comer tudo aquilo sozinhos. 

O Park estava inquieto, e o Do não precisava perguntar para saber o motivo. Entretanto, ambos encararam a porta que dava acesso ao lugar no topo da escola quando ouviram-na ranger ao ser aberta. 

Era Baekhyun. 

— Oi Chanyeol. 

O ômega tinha um sorriso tímido e carregava a mesma marmita daquela vez. Jongin também o acompanhava, encarando com certo desgosto Kyungsoo.

Chanyeol sentiu todo o ar faltar, seu lobo interior agitado querendo se enroscar no do ômega. Até tentou disfarçar quando eles chegaram mais perto e Baekhyun lhe sorriu, maior dessa vez. 

— Oi, Baekhyun. 

yankee boy 🌸 chanbaek 🌸 aboOnde histórias criam vida. Descubra agora