56. A Favorita

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Boa leitura 💜

Marlee Woodwork

-Tem certeza que não precisa de nada, querida? -Pergunto para Josie, após colocá-la na cama. Já é tarde da noite e a confusão instaurada pela invasão tinha cessado.

-Não, estou bem. -Ela abre um pequeno sorriso para mim.

-Ela não é um bebê de seis meses, mãe! -Kile protesta, comendo salgadinhos. -Ela nem se feriu, não precisa ficar mimando demais!

-E você está com inveja. -Josie diz para o irmão, mostrando a língua para ele.

-Óbvio que não. -Kile nega.

-Os dois, nem comecem a brigar! -Carter repreende. -Foi um dia estressante para todos nós!

Desvio o meu olhar para Richard Tames, cuja presença é quase imperceptível ali.

-O que faz aqui, papai? -Pergunto, me distanciando da cama de Josie e indo até onde o meu pai contemplava a cena de todos nós reunidos, próximo da saída. Richard Tames ainda não tinha pregado os olhos desde o ataque.

-Vim dizer que sinto muito, Marlee. -Ele começa a dizer.

Solto uma risada de escárnio, sem acreditar naquilo. É muita hipocrisia para uma pessoa só.

-Sente muito? -Explodo. -Os rebeldes quase levaram a minha filha e é isso o que diz? Acha que é só pedir desculpas e tudo fica bem? Me poupe!

-Eles queriam Clarkson, não viu os jornais? -Meu pai argumenta, apontando para o noticiário. Todas as emissoras falavam do ataque.

-Não me importa, que se dane a política! A partir do momento que a minha filha corre perigo e você é um dos responsáveis por isso, é imperdoável. Você não deu a mínima para...

-Mamãe. -A voz fraca de Josie se ergue no ambiente. -Não precisa disso tudo. As coisas se acertaram.

-Não mesmo! -Berro. -Você estava tremendo quando Kaden a deixou conosco, pensa que não percebi? Acha que eu vou deixar barato?

Carter se aproxima de mim para evitar maiores conflitos.

-Não se preocupa, mãe. -Josie tenta amenizar.

-Não intrometa, Josephine! -Ergo a minha voz para ela, então viro para o meu pai. -Eu não esperava isso de você, pai. Se mamãe estivesse viva, ela teria vergonha de você!

-Marlee... -Carter segura firme em meus ombros.

-Eu estava de mãos atadas. -Richard se explica. -Não havia muito o que eu pudesse fazer naquela situação, mas todos estávamos preocupados. Filha, tente se colocar em meu lugar! -Meu pai pede.

Contenho todos os xingamentos que gostaria de dizer e abro a porta do quarto de Josie.

-Precisa de uma boa noite de sono. Agora sai daqui, pai. Não é bem vindo. -Termino a conversa, sem querer estender aquilo.

-Vamos, Richard. -Carter sai com o sogro para neutralizar a situação.

Volto-me para os meus filhos:

-O avô de vocês foi um crápula hoje! -Desabafo, me sentando na ponta da cama. Kile coloca as mãos em meus ombros enquanto Josie abre um sorriso fraco para mim.

-Bravo! Foi o xingamento mais cruel que já foi capaz de dizer, mamãe. -Kile tenta me animar.

-Mãe, não precisava disso. -Josie insiste.

Ignoro a sua fala.

-Precisava, ninguém mexe com os meus filhos!

-Marlee, ele não tinha como saber onde a Josie estava. -Meu marido interfere, retornando sozinho e fechando a porta. -Assim como eu, Kile e você, por esse motivo não fomos atrás dela.

Photograph {Kaden e Josie}Onde histórias criam vida. Descubra agora