57. Liberdade Provisória

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*NOTA: Agora fechamos a sequência!

Boa leitura 💜

Josie Woodwork

-Os guardas do seu quarto não sairão, garanto que nada acontecerá com você filha. -Meu pai tenta amenizar a situação.

-Não tenho medo do escuro, pai. -Tento fazer piada.

-Bons sonhos. -O meu pai dá um beijo na minha testa então se afasta com minha mãe, que ainda estava em êxtase por algum motivo desconhecido. Kile já tinha saído mais cedo, por conta de um projeto que tinha que adiantar.

Fico sozinha, então começo a fazer planos de sair daqui sorrateiramente. Como Kaden está agora? O quê eu fiz de errado? Teria sido melhor se eu não tivesse feito os primeiros socorros? Será se eu piorei a situação?

Ligo o abajur à direita da cama para não ficar na escuridão completa e inspiro fundo. Penso novamente em tudo o que aconteceu no dia e me levanto da cama, começando a andar em círculos pelo quarto. Tento elencar todas as emoções que senti nesse dia intenso, em uma ordem sucessiva dos acontecimentos.

As flores mórbidas na manhã. A ameaça velada. Vulnerabilidade. Medo de não conseguir lidar com tudo aquilo. O ataque. O pânico. Terror. Depois o resgate. Tiros. Sangue. Abrigo. Segurança. A preocupação com Kaden. Pânico outra vez. Depois a calma. Histeria. Então Kaden assumiu cena e controlou todas as minhas emoções sem eu nem perceber. Calmaria. Proteção. Então o ataque acabou. Alívio e medo tomaram conta de mim ao ver Clarkson e os guardas. Mas de novo, Kaden assumiu o controle. Não me senti intimidada na frente de Clarkson e depois daquilo as coisas ficaram bem.

E agora, não sei ao certo o que sentir e como reagir. No fundo, tudo o que eu preciso é de segurança. Infelizmente, três guardas na minha porta não são o suficiente. Nada parece ser o suficiente para me dar o mínimo dessa sensação, que nos últimos tempos fez tanta falta.

Viro o meu pescoço e vejo a minha porta se abrir lentamente. Assim que reconheço a silhueta de Kaden, corro até sua direção. Ele é o único que entende, que sabe como é.

-Você está bem? -Kaden pergunta, ao me ver acordada e nessa agitação toda. Faço um gesto de negação, inspecionando o seu estado.

-Como você está? O quê foi que eu fiz de errado? -Analiso-o inteiramente. Eu me contive muito para não ter outra crise de choro na frente dos meus pais quando recebi a notícia.

-Não foi culpa sua. -Kaden garante. -Foi apenas uma reação negativa ao remédio que... -Interrompo a sua frase:

-Ainda bem. -Murmuro aliviada, o agarrando em um abraço.

-Você está bem?

Balanço a cabeça, inspirando fundo.

-Fica aqui comigo essa noite. -Peço. -Estava esperando você, mas não tinha certeza se viria. Dispensei meus remédios, então acho que vou continuar acordada.

-Eu também não consigo dormir. -Ele confessa. -Acho melhor eu ficar aqui com você. Só nós dois entendemos como é passar pela mesma coisa.

Assinto, andando para a minha cama.

-Tentei dormir umas cinco vezes e falhei em todas as tentativas. -Confesso, olhando para ele.

-Sabe que posso dar um jeito nisso. -Ele mexe em meus cabelos.

Sorrio.

-É realmente muito melhor o jeito que me coloca para dormir. -Reconheço. -Como está o seu braço?

-Tomei vários comprimidos e agora estou preso nessa tipoia por alguns dias.

-O que fizeram com você?

Photograph {Kaden e Josie}Onde histórias criam vida. Descubra agora