Capítulo 6| Ajuda?

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O sol estava prestes a desaparecer no horizonte, quando Caio avistou algumas casas de madeira, mais ao fundo era possível ver alguns prédios.

Era um dia frio e os jovens estavam sendo castigados por ele, suas vestes eram finas, e seus corpos estavam começando a dar sinais de exaustão por terem passado horas andando sem rumo e com medo. Após algumas horas da fuga, a número Quatro havia encontrado o resto do grupo, e agora caminhava em silêncio como os outros.

As feridas superficiais haviam se curado a algum tempo, porém as causadas pelos fios internamente ainda levariam várias horas para desaparecer. O gás deixou sequelas na respiração dos jovens, que continuava arrastada e muitas vezes ofegante.

Um sorriso iluminou o rosto pálido de Caio, que correu com Ártemis pela estrada por alguns minutos deixando os outros para trás, até encontrarem uma loja de conveniência, Caio avistou um carro e rapidamente checou a placa do mesmo.

- Sótchi! Ártemis, estamos na Rússia!- Se virou para a ruiva quase pulando de animação.

- Sótchi!- Estalou os dedos animada -A ex da Yelena não mora aqui?!- perguntou com as sobrancelhas arqueadas e um sorriso no canto da boca.

- Ah...- Caio hesitou.- Será que ela vai querer nos ajudar?

- Deixa comigo.- disse com determinação deixando Caio para trás e entrando na pequena loja.

Não demorou para os outros encontrarem Caio que esperava ansioso pela ruiva, o rapaz explicou onde estavam e tranquilizou os outros.

- E o que ela tá fazendo?- Ina perguntou ao ruivo quando avistou Ártemis dentro do estabelecimento conversando divertidamente com o atendente.

- Uau, nem parece a Quatro que eu conheço. Não me lembro de já ter visto ela sorrir.- Aikoh observou surpreso.

- Ela está dando um jeito.- Caio contou.

- "Um jeito"? O que isso quer dizer?- Lorenzo perguntou encarando Caio.

- Ela está conseguindo o que nós precisamos.- respondeu tentando se manter discreto.

- "Conseguindo"?- Clara se manteve pensativa antes de concluir: - Ah, ela deve estar prestes a roubar algo.- e Caio assentiu com um olhar divertido.

- Ah...- Ina disse tentando disfarçar sua surpresa.

- O que? Não me diga que você nunca...- Aikoh cobriu a boca com a mão.- Você nunca roubou?- perguntou incrédulo.

- Não... quer dizer, não é algo que me orgulho. Você fala como se fosse algo normal.- disse cabisbaixa.

- Mas é claro que é normal, eu vivi disso durante grande parte da minha vida.- Lorenzo respondeu levemente ofendido.

- Eu também.- Caio concordou.

- Mas isso é errado.- levantou a voz.

- Não é como se roubássemos os miseráveis, Ina.- Lorenzo começou.- Não se rouba de quem tem menos que você, isso é o que o pior tipo de ser humano faz, e sabe onde a maioria deles se situa? Na elite dessa sociedade. São esses que roubamos.

- Eu não sabia que você era tão ingênua.- Aikoh encarou Ina intrigado.

- Tudo bem ser ingênua, só espero que isso não nos atrapalhe a chegar no nosso objetivo.- Clara disse friamente.

A porta da loja se abriu, e a ruiva atravessou a mesma com um sorriso simpático, acenou para o funcionário uma última vez, antes de se juntar aos jovens e assumir a sua habitual expressão de tédio. Tirou do bolso um celular pequeno e velho, discou rapidamente e se afastou do grupo novamente enquanto esperava ser atendida.

Não Olhe Em Seus OlhosOnde histórias criam vida. Descubra agora