Capítulo 22: Desmaio.

420 50 98
                                    


Coloquei na mídia o outro lado do poder da Rapunzel, caso alguém não conheça, poder ter uma ideia do que eu estou falando (a partir do segundo 00:20, se alguém não estiver com paciência kskss)

Boa Leitura, xoxo

A R I A

- O que você está fazendo? - Pergunto pra Harry quando ele pega o celular que nos foi dado junto com um monte de outras tecnologias - que estavam quase criando teias de aranha no meu quarto, diga-se de passagem - e parece muito concentrado em sua tarefa.

- Caçando uma pretendente pro Liam. - Escuto o suspiro atrás de mim.

- Por que não voltamos a encher o saco da Aria? - Ah, era assim?

- Deixa eu ajudar Harry! - Liam puxa minha cintura e eu rio, tentando sair das cocegas que ele estava fazendo.

- Achei! - Ele exclama e paramos de tentar se matar. - Que tal essa?

- Será que ela se transforma em sereia? - Harry tira o foco pra olhar pra mim.

- Eu me transformo num dragão, seguindo essa lógica? - Perco meu foco da pretendente de Liam e ele fica aliviado.

- Ai, meu deus, Harry! Você deve conseguir. Por que você não está tentando aprender alguma coisa? - Ele dá de ombros.

- Tudo o que eu vou precisar saber, a Fada Madrinha vai ensinar. - Finjo ficar ofendida.

- Eu posso te ensinar bem mais coisa e você sabe disso. - A Fada provavelmente nos ensinaria a que? Levitar coisas?

- Eu não quero me tornar minha mãe, irmãzinha. - Suspiro.

- Mas e da parte do seu pai? Você tem tanto poder, é só um desperdício gigantesco você não saber usar. - Falo e Liam pega o celular pra olhar a menina. Sorrio maliciosa e lhe cutuco, ele rola os olhos.

- Nunca me faz falta e não está fazendo agora. - Fácil falar que nunca sentiu falta de uma coisa quando nunca teve.

Não sabia se a magia pura causava a mesma sensação, porém a magia que eu tive contado era viciante, dependendo do nível usado.

Malévola sempre disse que eu não tinha muito controle das minhas emoções e que era algo a ser treinado porque poderia ser mortal tanto pra mim, quanto para a pessoa que eu estivesse direcionando isso. Nunca tinha dado muita bola até ter ficado uma vez tão brava com ela por ter batido sem razão em Harry que, usando o outro poder da minha mãe, literalmente a quase levei a morte. No lugar de ficar brava, Malévola ficou orgulhosa. Porém ameaçou que se eu perdesse o controle com ela de novo, eu não veria a luz do dia novamente.

Mas eu lembro da sensação... Ela era um ser poderoso, ter mesmo que apenas parte da sua energia em mim foi... vitalizante? Não sabia explicar, era apenas a sensação de poder fazer tudo o que quiser, sensação de liberdade, de ter outra pessoa a sua mercê, de sentir seu poder aumentando mais e mais, enquanto você ia vendo seu inimigo perder a vida lenta e dolorosam...

- Ou, ou, ou, Arielyn! Pare! - Pisco e fico confusa quando sinto meu cabelo cair de forma pesada sobre os ombros. Quando eu tinha soltado ele? Preciso piscar de novo pra clarear a minha visão, que estava turva e borrada. Harry está na minha frente, parecendo assombrado, percebo suas mãos nos meus ombros e pelas marcas de dedos nele, ele tinha me chacoalhado com força. Ficaria roxo, com certeza.

- O que aconteceu? - Harry está levemente assustado.

- Como você estava usando o poder sem recitar nada? - Ele pergunta e quando olho pra Liam, ele está desmaiado.

- Harry! O Liam! - Porque ele não tinha me falado disso antes?!

- Ele está bem, eu acho... - Harry murmura, ainda meio desnorteado. Acho que ele não tinha desmaiado também - graças a deus - por ser incrivelmente mais forte. Porém sabia que se ele não tivesse conseguido me acordar a tempo, os dois estariam bem mais do que desmaiados.

- Não foi intencional, eu juro! - Sacudo ele e ele não acorda.

- Eu sei que não. Uma hora era você e na outra... não? O ar pesou, Aria, eu mesmo me senti ficando fraco... Seus olhos e principalmente o cabelo. - Meu deus, eu estava tão arrependida! E nem tinha noção do que estava fazendo. Esse era um dos perigos desse poder, ele me dominava e eu não tinha aprendido a controlar ele. E de bônus, diferente de todos os outros, ele não me cansava, ou seja, eu poderia dizimar muitas pessoas antes de conseguir acordar de novo sem sentir nada, nem o mínimo cansaço.

Eu odiava quando me deixava ser seduzida por ele. Nunca tinha o usado de forma proposital, mas desde do incidente de Malévola que ela descobriu de sua existência, ela tinha me forçado a tentar todo tipo de coisa. Foi uma época negra da minha vida, já que eu não sabia - e não sei até hoje - controlar direito e só conseguia usá-lo quando sentia alguma emoção muito forte. Como da primeira vez foi Harry sentindo dor, ela achou que isso seria a receita perfeita.

Esse poder tinha dois estágios. O que eu conseguia ter o mínimo de noção e que precisava ser recitado mas que não causava nada mais que um pequeno desconforto no oponente pegando sua energia de forma gradual, ou seja, ainda útil, mas não letal e tinha o que eu simplesmente me afundava e se perdia nele. Podia ser raiva, ambição, ódio qualquer coisa forte o suficiente para me deixar fora de mim.

Harry não conhecia esse outro lado, já que ele tinha desmaiado bem antes de eu fazer qualquer coisa com a sua mãe e geralmente nessas mini sessões de tortura em que ela me ameaça com ele, logo em seguida ela apagava sua memória. Nem a barreira ou a Fada Madrinha conseguia conter totalmente o poder de Malévola. Grande parte sim, mas não tudo.

Era tão desconfortável no outro dia quando ele acordava sem saber o porquê de estar todo roxo. Nunca tive coragem de explicar, mas sempre o curava como podia. Outra coisa que eu odiava sobre os poderes da minha mãe: o mortal me denominava e o que curava eu não sabia usar. Magnífico.

Olho pra Liam e recito um pequeno encantamento de cura, esses eram um dos que mais gastavam energia. Eu não sabia usar o da minha mãe, que não me custaria nada, mas esse? Percebo de cara quando minha magia toca em Liam que ele estava bem. Fraco e desacordado, com certeza, mas nenhum dano permanente.

Faço uma troca e entrego a minha própria energia pra ele, some isso ao fato da força necessária pra fazer e eu apago. Sabia que depois desse feito não acordaria tão cedo, tinha me esgotado e lhe entregado bem mais do que o necessário. Mas fico feliz de ter desmaiado apenas depois de ver Liam perfeitamente bem e acordado.

Descendentes - Zayn MalikOnde histórias criam vida. Descubra agora