Capítulo 34: Inconsciência.

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Espero que não fique tão confuso esse... 

Boa Leitura, xoxo

 Z A Y N

Ela fica me encarando, como se tentasse decidir se escutou direito o que eu falei.

 - Você quer entrar no meu quarto? - Ela estava desconfiada. O que ele estava pensando em fazer no meu quarto? 

 Senti a pele do meu rosto esquentar. 

 - Se tudo bem, só pra conversar, como você mesmo disse, nunca realmente conversamos antes. - Ela dá de ombros. O que tinha a perder, não é mesmo? Além de que, um chute na joias reais e esse reino nunca mais teria um herdeiro vindo da sua linhagem.

  Faço uma careta. Tanto pela imagem da dor, tanto por isso acontecer de novo. Será que era por quê ela estava bêbeda e seja lá qual fosse a barreira que tinha em nossas mentes, na dela estava mais fraca? Conversaria com Niall sobre isso, ele era meu guru no assunto agora. 

 - Tá legal, principezinho. Entre. - Entro antes que ela pense em me chutar de novo, ou mude de ideia. 

 Fico surpreso com a decoração. Ou falta dela. Era tudo tão... limpo. Branco. 

 - Por que você não decorou? - Aria me olha divertida. 

 - Não estava na minha lista de prioridades. É tão estranho ter na minha rotina essas coisas fúteis. - Me pego pensando o quanto nossas realidades fora diferente. De novo.

 - Como foi a sua infância? - Ela ri, colocando os sapatos no chão e indo em direção ao closet. 

 Eu ainda estava com a memória fresca na minha cabeça. Queria saber quando aquelas torturas tinham começado. Ou seja lá o que era aquilo.

 - Que infância? Na ilha nascemos com 20 e a cada ano que passa envelhecemos mais dois. - Eu acreditava, mas era difícil imaginar um cenário tão cruel e diferente do "normal" acontecendo bem ali do lado.

  - Você não nasceu lá. - Lembro porque foi a coisa idiota que veio na minha cabeça. 

 - Não fez diferença nenhuma na minha vida ter nascido desse lado. - Aria passa por mim, segurando algo na mão e indo em direção ao banheiro, fechando a porta suavemente.

 Começo a encarar o simbolo do seu reino por todo lado e fico pensando como a história se repetiu. Sua própria mãe fora sequestrada e criada por uma vilã, porém ela deu sorte da vilã em questão não ser a Malévola. Não consigo pensar o quão irônico é ela ter um laço com o filho de um ladrão. Mesmo que meu pai tivesse abandonado isso a eras, ainda era uma parte da história dele. 

 Éramos a mistura da histórias dos nossos pais de certo modo. 

 - Sabe o que eu notei, principezinho? - O que ela tinha notado eu não sabia, mas eu tinha notado a blusa de Liam no seu corpo. Por que ela estava usando uma blusa dele? Isso me incomodava. Incomodava ainda mais isso alterar seu cheiro. 

 Como eu poderia deixar um par de roupas minha de forma casual? Preciso de muita concentração pra não me bater depois de pensamentos tão ridículos. O que estava acontecendo comigo? Foco a visão e respondo sua pergunta. 

 - Não, o que? 

 - Você é filho do Aladdin. - Rio. 

 - Bem, isso eu sei tem um tempo. - Ela rola os olhos, se juntando a mim na cama. 

 - Sim, gênio, eu sei. O que eu quero chegar é... Você sabe roubar. - Sim, eu sabia. Mas sempre usava isso pra assaltar a cozinha do castelo, não roubar ouro ou joias. 

 - E onde você quer chegar com isso? 

 - Que você já fez algo de errado na sua vida. - Ela finge que faz uma cesta de basquete com uma bola invisível. - Contra fatos não há argumentos. - Rolo os olhos, claro que havia. 

 - Eu roubava doce da cozinha do meu castelo, não sei se classifica como roubo. - Ela me ignora. 

 - Você mesmo disse que roubava. Se não fosse roubo ou errado, você poderia só entrar e pedir. - Eu rio. 

 - Eu sei. E eu podia. Mas... - Não sabia se queria admitir isso em voz alta. Nunca tinha feito. 

 - Mas? 

 - Mas é mais divertido. - Falo de forma que não pareça tão errado eu achar roubar algo legal. Não era o roubo em si, era tentar não ser pego e todo o resto. Porém eu nunca roubaria algo de verdade, além de comida. 

 - Você acha divertido roubar, pronto, coisa errada. Duas cestas numa noite. - Levanto os ombros derrotado e finjo um suspiro. 

 - Okay, você me pegou, me prenda. - Ela rola os olhos e eu pergunto. - Por que isso é tão importante? Provar que eu já fiz algo errado? 

 - Porque isso te torna mais "humano", principezinho, mais real. E não esse monte de criaturas perfeitas e moldadas que vocês fingem ser. - Era um motivo válido. 

 - Não forçamos isso, é que somos. - Ela ri fraco, sem me encarar. 

 - Será mesmo? Não é o que vocês são. Vocês, nós, nunca vamos saber o que somos. Fomos todos moldados por alguém e pelas coisas, polidos, recortados, montados. Chame do que quiser. 

 - Você bêbada é muito filosofa. - Tento desviar do assunto sério e ela dá de ombros. 

 - Você sabe fazer magia, principezinho? - Não estava acompanhando tão rápido estávamos mudando de assunto. 

 - Nadinha. - Aria se deita mais confortável na cama. 

 - Vocês não tem ideia de como se tornaram um alvo fácil esquecendo da magia por aqui. - Fico confuso quando ela murmura isso, sonolenta. 

 - Alvo fácil pra quem? - Aria sorri, os olhos fechando no processo. 

 - Pra mim. - Fico levemente assustado, mas ela ri e retoma. - E pra qualquer pessoa que saiba o básico em magia. Eu não pretendo fazer nada com vocês, aqueles ali? - Sua mão abana na direção da ilha. - Tenho apenas dó. 

 - Você acha que algum dia eles vão sair? 

 - Você acha que vão... conseguir prendê-los pra sempre? - Dou de ombros. Era o plano. 

 Malévola nunca teve a oportunidade de me falar o pra quê tanto me treinou, mas ela deveria ter um plano em mente. Fico imaginando quantos sobreviveriam daqui quando essa barreira cair, vinte, quinze, dez, sete... Sua mente vai se desligando para dormir e quanto mais ela caí na inconsciência, mas eu era puxado junto, era como se eu sentisse literalmente os muros caindo e uma mare de água me puxasse cada vez mais e mais, tento lutar com isso inicialmente, mas era muito forte e só piorava, até chegou num momento que tudo parou. Ficou calmo. Olho em volta. Eu não estava no seu quarto.

 Era um lugar confuso e parecia ir tomando forma aos poucos, como... como um sonho.  

 Mas. Que. Caralho? 

Descendentes - Zayn MalikOnde histórias criam vida. Descubra agora