Descendentes - Zayn Malik

Capítulo 35: Sonho.

Boa Leitura, xoxo

A R I A

Quando você começa a ter mais domínio da sua mente, uma das coisas boas que vinham disso era poder controlar o próprio sonho, então quando eu acho Zayn na minha frente eu quero me bater.

- Some. - Mexo com a mão em sua direção e me viro pro espaço em branco, pensando no que poderia gastar as próximas horas sonhando.

Imagino um jardim e torço o nariz ao olhar o castelo na paisagem. Lembrava de brincar nesse jardim antes da Ilha, deveria ser do castelo, não sabia e...

- O que você ainda está fazendo ai? - Pergunto quando olhando de volta encontro Zayn no mesmo local, parecendo extremamente confuso. - Some. - Tento de novo, mas assim que abro os olhos ele continua ali. - Ah, mas não é possível. Não basta passar 24 horas na minha cabeça, você resolveu aparecer no meu sonho também? Por que você não some?

- Eu estou num sonho? - Ótimo, além de tudo, tinha imaginado um Zayn burro, obrigada subconsciente.

- Está. No meu. E eu controlo isso então por que você não some? Ah, bem, depende... - Nem considero a opção.

- Depende do que? - Falaria comigo mesma em formato de Zayn. Eu estava ficando louca. Auradon estava me deixando louca.

- Se você não fosse o Zayn do meu sonho e sim o real, mas sinceramente, vocês não aprenderam nem o básico quem dirá entrar no sonho dos outros. O que seria muito difícil e eu reconheceria a presença estranha no sistema, então, você é apenas um sonho.

- Obrigado. - Rolo os olhos.

- Eu estou brava com o você real, me ignore. Vai caçar o que fazer ou some, não sei porque não consigo fazer você sumir, mas toma, um amigo. - Louis aparece do seu lado e sorri, Zayn fica horrorizado.

- Isso é o Louis? - Nego.

- O de verdade? Não, mas você também não é, então pare de ser exigente. - Resmungo e faço mais flores crescer onde eu queria. - Ou talvez você prefira essa companhia. - Zayn pula quando Ella parece do seu lado. Mas assim que ela vai pra cima dele, até na porra do meu sonho, eu a faço sumir como fumaça. - Não, eu não estou obrigada a ter pesadelos.

- Você está brava comigo por causa de Ella? - Rolo os olhos.

- Claro que não. Você é uma parte da minha mente. Irritante, por sinal. - Ele nega com a cabeça.

- Então você está brava com o Zayn? - O encaro. Dou de ombros e com um balanço de mão o cenário muda.

Zayn arregala os olhos olhando em volta e depois olhando pra mim. Estávamos num café, que eu lembrava ter visto em algum post e tive vontade de visitar. Não poderia abusar tanto, porque mesmo sendo a minha mente, isso precisava de energia. Amanhã eu acordaria pior do que fui dormir. Coloco um timing do seu lado, que começa a contar, nos dando meia hora.

- O tempo acabou e blackout, se você não vai sumir sozinho, tudo em volta vai. - Ele ainda parecia muito perdido.

- Onde estamos?

- Já disse, na minha mente. Você quer bancar o psicólogo? Muito bem, então vamos conversar. Se eu estou com raiva do Zayn? Morrendo. - Resmungo e faço bolinhos aparecerem na nossa frente. Estava com fome. Isso não me alimentaria, mas enganaria o estômago. - Quer alguma coisa em específico? - Ele nega e parece cadê vez mais assustado e confuso.

Enquanto eu comia o que imaginei ser um bolinho de chocolate com cereja, o Zayn da minha imaginação fechava os olhos e respirava fundo, provavelmente tentando se recompor.

- E por que você está brava com o Zayn?

- Caramba, além de tudo te imaginei burro. - Ele parece ofendido, mas eu tinha o direito. O cara estava atrapalhando o meu sonho.

- Por causa de Ella? - Faço confetes descerem no seu colo e a frase gênio piscarem na sua frente. Se eu pudesse fazer essas coisas livremente na vida real, as pessoas estavam ferradas na minha mão.

- Não sei.

- E por que? - Por que eu teria que explicar isso quando nem eu sabia? E o pior, pra mim mesma. Já entendi, isso era um truque da minha mente pra eu conseguir me resolver.

- Eu sei que não devia, então não importa. Agora que a gente já resolveu isso, você pode sumir? - Percebo ele ficando mais relaxado, era só o que me faltava.

- Por que eu estou te incomodando tanto?

- Porque aqui é o único lugar que eu posso ter controle sobre a minha vida. E você está me irritando.

- Eu não fiz nada além de ficar confuso e perguntar as coisas. - Sorrio, que irônico.

- Olha, parece você da vida real. Mas não me culpo, era o único material que eu tinha pra trabalhar.

- Você quer que mude o jeito que eu trato você? - Bufo.

- Cara, "você" só falou comigo hoje, vai mudar o que? Sumir de vez da vida? Mas não sei, acho que eles nos pegaram pra projeto de caridade. Ou "você" é realmente amigo do Liam. Espero que seja, porque se não sua cópia original não sabe o que lhe aguarda. - Ele tem a dignidade de parecer preocupado.

- Eu sou amigo do Liam. - Rio.

- Sim, sim, você é porque eu sou e você sou eu. - Zayn começa a ficar impaciente.

- Você reconheceria se eu fosse o Zayn real?

- Reconheceria qualquer um que tentasse invadir minha mente. - Ou assim fui treinada para.

- Não tem nenhuma hipótese que você não me reconheceria? - Paro pra pensar.

- Bem, se você fosse parte de mim. Ou algo como meu pai ou mãe poderiam entrar de forma mais fácil na minha mente sem ser reconhecido como intruso mas como você não é nem parte de mim, nem meu pai, só resta a opção "minha imaginação".

- Como assim parte de você? - Dou de ombros.

- Compatível. Imagine um copo de água. - Ele não precisou imaginar, eu mesma fiz. - Isso é a minha mente. Agora esses outros dois copos são... - Faço um com óleo colorido aparecer e outro sendo água, apenas um pouco mais clara. - Isso são outras pessoas. A água mais clara é alguém compatível, o óleo, outros. Quando eu jogo os dois na minha "mente", o óleo é claramente detectado, mas você consegue distinguir a água mais clara dessa mistura? - Ele nega, parecendo perdido, mesmo com uma explicação tão boa quanto a minha.

- Mas eu poderia ser compatível? - Rio.

- Você não é. - O timing toca e o desligo. - Muito bem, Zayn lerdo da minha imaginação, foi ótimo perder meu tempo com você. Espero que nunca mais te ver por aqui. Tchau.

- Mas o que? Espera, eu... - "Desligo" tudo, deixando minha mente descansar sem ter que fazer mais nenhum esforço, além do necessário, para dormir em paz dessa vez. Um sono sem sonhos.

*

Realmente espero que tenha dado pra entender sksk