Capítulo 3

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Alexia Gonzalez

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Alexia Gonzalez

Eu não era tão fã do mundo fitness, mas correr e caminhar era uma das melhores coisas do mundo.

Pela manhã antes da faculdade eu podia correr e esvaziar toda a ansiedade e expectativas em relação a tudo. Quando corria eu sentia apenas meu coração acelerar, a adrenalina ser liberada e o meu corpo entrar em combustão até se cansar, à noite eu sentia os efeitos disso podendo ter uma noite mais tranquila de sono e descansar.

Eu sabia que muita coisa iria mudar a partir de agora e daqui para frente, na minha cabeça milhões de possibilidades se passavam, e quando minha mãe me contou que eu iria para São Paulo, depois dez anos eu veria novamente o tio Bernardo eu fiquei sem palavras e reação. Ela não quis me contar detalhes nenhum sobre sua ligação, mas eu também sabia que ela não gostava dele e o culpava pela morte do meu pai. No fundo eu não sentia isso por mais que talvez fosse a visão que eu deveria ter como minha mãe, mas eu não o odiava, e quando a gente foi embora eu senti muito a sua falta, do meu leão que hoje sei que nunca foi meu de verdade, mesmo assim sentia falta de sua companhia e de nossos passeios e momentos juntos.

Eu estava confusa e feliz, eu finalmente iria
vê-lo novamente, mas será que ele queria me ver ou apenas fez esse favor em consideração ao meu pai? Ele nunca tentou mais contato conosco depois de tudo, e eu nem tinha ideia de como minha mãe conseguiu contato com ele.

Eu não via a hora de chegar lá e viver outras experiências, conhecer novas pessoas e respirar novos ares, apesar de que minha mãe ainda estaria aqui com meus avós. Eu sentiria saudades também, porém era hora de viver um pouco e descobrir um novo mundo.

Ao voltar para casa me arrumei para ir à faculdade. Eu não era uma garota tão sociável, na verdade tinha problemas em me socializar, talvez por isso nunca namorei nenhum rapaz, pois na primeira vez que me interessei por um ele me chamou de estranha, eu sabia que era, mas eu não me importava com nada além de poder estudar e aprender.

{•••}

Os dias haviam passado tão devagar quando uma tartaruga, eu não sabia se o motivo era minha tamanha ansiedade a cada dia que se passava, ou era o frio na barriga que tudo isso me causava de repente.

Era uma mudança repentina e nova, não seria apenas algo novo, seria tudo novo, seria rever alguém do meu passado, e eu esperava que isso não me afetasse e nem me fizesse lembrar tanto meu pai, e muito menos que isso pudesse afetar o nosso relacionamento, afinal, iríamos morar juntos e precisaríamos ser civilizados. Mas ele ainda continuava sendo meu tio e apesar do tempo e dos anos eu ainda o amava.

Eu sabia que ele havia se tornado um delegado de prestígio, e que hoje seu trabalho era uma das coisas que mais sonho em ser, assim como também sabia que de todo jeito estaria invadindo sua privacidade e sua vida do dia para a noite, minha mãe me contou que ele morava sozinho e que se divorciou há algum tempo da sua ex esposa. Mas e se ele tivesse outra mulher? Eu seria um impasse em sua vida, o atrapalharia muito.

Eu não sabia mais quase nada sobre a vida de Bernardo, ou melhor, do Delegado Salles, nem sabia se com minha nova presença em sua vida, ele estaria feliz e satisfeito. Duvido muito que não, ele tem sua própria vida, e de tanto pensar nisso nas últimas semanas eu quase desisti de ir, e nem se quer puder falar com ele novamente e nem ouvi sua voz, eu gostaria muito que esse nosso encontro fosse bom, e que eu pudesse dizer a ele que faria o possível para não atrapalhar em nada e me manter o mais longe possível.

Assim que chegasse em São Paulo iria direto ao escritório de advocacia entender sobre meu novo estágio, e na semana seguinte eu começaria. Estava fazendo o possível para manter minhas atividades e aulas da faculdade em dia, e agora online seria mais fácil para mim.

– Você está nervosa, Lexi? — Minha mãe pergunta acariciando meu cabelo.

Nego afirmando que não, estou sim um pouco ansiosa e nervosa para toda essa mudança, mas não queria mostrar que estava com medo de como Bernardo me trataria. Eu me importava com isso.

Eu olhava pela janela do carro e sentia meu estômago embrulhar e borboletas dançarem nele a cada minuto daquele dia.

Confesso que pesquisei muito sobre Bernado antes de vim para cá, e ele não mudou muito do que eu me lembrava, a idade apenas o favoreceu em todos os sentidos, profissionalmente e pessoalmente. Eu sabia que ele tinha um trabalho cansativo e esse também era um dos motivos pelo qual eu não queria oportuna ele.

– Mãe, por que a senhora ligou para Bernardo? E como tinha o número dele? — Questiono com essa dúvida que martelava em minha cabeça há semanas.

– Eu consegui o número dele com sua ex esposa que é uma estilista, na verdade, mesmo depois de todos esses anos eu ainda tinha um pouco de contato com ela. E eu não sei por que pensei no Bernardo, ele também era como um pai para você até tudo aquilo acontecer. Imaginei que ele pudesse ajudar.

– Não acha que ele vai se sentir incomodado comigo por lá? Não sei, não quero atrapalhar e nem invadir a vida dele. — Comento receosa.

– Alexia, você é um anjo, e eu sei que o Bernardo ainda se importa com você mesmo depois de todos esses anos.

– Mas ele nunca se importou de nos procurar depois de tudo. — Falo.

– Não é que ele não quisesse, eu...não o permitir ficar mais perto de você, porém naquela época eu tinha muita raiva dele, de que tudo aquilo poderia ter sido evitado. — Fala.

– Eu senti muito falta dele.

– Eu também querida...eu também. — Minha mãe comenta por fim.

A viagem não dura mais tanto e eu sei que quando sair desse carro ele estará me esperando para minha nova vida que vêm a seguir.

– Alexia... — Minha mãe me chama.

– Sim?

Ela abre a bolsa e tira um leão de pelúcia de leão que parece antigo.

– O que é isso? — Questiono.

– Foi o Bernardo que te deu no seu aniversário de dez anos. Mas eu nunca te dei.

Seguro o leãozinho e o aperto com força.

– Tudo bem. Obrigada mãe...— Falo quase em um sussurro.

Abaixei a cabeça olhando para o leãozinho e senti uma lágrima escapar dos meus olhos.

O que me esperaria a partir dali?

Era o que mais queria descobrir...

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