Capítulo 15

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Final 

CAPITULO 15

O som de viola entrava nos meus ouvidos como um calmante. A festa estava uma belezura de tão linda. As crianças estavam se divertindo bastante no pula-pula e os mais velhos estavam dançando animadamente. A dona Almira estava vendendo os seus bolos feito água. Tinham várias pessoas importantes, até o prefeito da cidade estava presente.

Alguns colegas meus de profissão estavam na festa também, mas como voluntários. Todos estavam se consultando com o doutor Ricardo. Era difícil de encará-lo depois de ontem à noite, Nicholas só faltou matar o coitado, pediu até para refazer os exames.

Estava olhando tudo admirada até o meu olhar bater na megera da Lorena. O que essa cínica estava fazendo aqui? Oh! Com certeza estava com o senhor Delegado. Revirei os olhos frustrada e resolvi ficar junto as crianças que brincavam no pula-pula, pelo menos com elas eu não sentia desconforto.

***

Fiquei horas e mais horas brincando com as crianças, já estava cansada de tanto brincar e dançar com elas. Era incrível! A energia deles não acabava nunca. Fiquei tão distraída que nem vi a dona Almira dançando com um senhor desajeitado, todos riam da cena e o meu coração transbordava de alegria. Durante esses meses nós duas choramos e sofremos juntas. Não sabíamos mais o que era diversão.

Gargalhei como nunca tinha feito na vida que logo lagrimas começam a cair em meus olhos.

Estava tão risonha que me esbarrei em alguém e logo sentir os pelos da minha nuca arrepiar.

Meus Deus! Era mesmo Real?

O senhor que estava na minha frente... não pode ser.... Papai.

O abracei tão forte que pensei que iria esmaga-lo. Ele estava mesmo na minha frente!

–– O que aconteceu? Como o senhor saiu da cadeia? Ah! Estava com tanta saudade do senhor.

Estava me tremendo da cabeça aos pés. A ponto de ter um treco a qualquer hora.

–– Se acalme meu bem. Eu vou te contar tudo, mas antes temos que sair daqui. –– Assim que papai diz aquilo, assinto concordando.

Se afastamos da multidão de pessoas e fomos até a catedral da igreja de São Conrado. Não soltava as mãos de papai nem sequer um minuto, tudo parecia um sonho. Assim que chegamos, nos sentamos na grande escadaria e o abracei novamente. Quanta falta sentia desse abraço.

–– Que abraço gostoso minha menina. –– Olhei dentro dos seus olhos e vi um brilho, de pura emoção.

–– Ainda não acredito! Como?

–– Graças ao Nicholas.

Que loucura era essa? Aquele cretino era o culpado de tudo isso.

–– Isso é inacreditável papai. –– Digo ainda confusa.

–– Eu só peço que me escute. Tudo bem?

Assinto concordando e logo ele começa a sua história:

–– A alguns meses atrás, comecei a receber ameaças. Não quis te deixar preocupada, por isso que fiquei calado todo esse tempo e me

sinto culpado. Alguém queria me atingir, mas não me passava pela cabeça que o Jorge estava por trás disso tudo. Ele me mandava cartaz ameaçadoras, colocando a sua vida em jogo.

Sentir o arrepio se intensificar.

–– Estava desesperado! Tinha que arranjar um jeito de te livrar dos meus problemas... então me veio na cabeça a cidade de São Conrado. A algum tempo atrás soube que o Nicholas havia virado delegado e não pensei duas vezes, a sua proteção estaria segura aqui.

–– Espera papai, isso não justifica o que ele fez. –– Digo decepcionada.

–– Você está enganada minha filha. Nos dois planejamos tudo isso, em troca da sua proteção jurei me entregar assim que isso tudo terminasse. O Nicholas só quis te proteger todo esse tempo, mas o Jorge foi mais esperto e te mandou assinar a encomenda de flores. Eu devia muito dinheiro e ele e então se vingou da pior forma que pude imaginar, te colocando na cadeia...

As lagrimas de papai já caiam em seu rosto e um misto de culpa se instalou em mim. Se eu não tivesse me envolvido com esse homem nada disso estaria acontecendo.

–– Eu armei a minha própria prisão. Sei que seria doloroso para nós dois, mas tive que seguir firme. Tive que pagar todos os meus atos.

A minha cabeça já girava com tanta informação.

–– O Nicholas sempre te amou. Ele nunca teve raiva de você querida, era só uma maneira de te deixar em total segurança. Mas eu te peço filha, perdoe o seu pai e o homem que te ama tanto. Tenho a certeza que ele será um bom marido e um bom pai para o meu neto.

Não conseguia me controlar. O meu choro já havia molhado a sua camisa.

–– O Nicholas abriu essa exceção para mim. Eu tenho que voltar para delegacia. Não se esqueça, eu sempre vou estar com você Anne.

O mesmo me afastou e enxugou as minhas lagrimas.

–– Seja feliz minha menina. Em breve estaremos juntos novamente.

***

Voltamos para a festa e não desgrudamos nem se quer um momento. Papai ainda não conseguiu a sua liberdade. Irá prestar contas à justiça, mas tenho fé que o mesmo sairá logo da cadeia.

Todos ainda estavam animados, mas agora não me importava com a festa. Queria encontrar o amor da minha vida. Ah! Como a vida foi injusta com nós dois. Me afastei de papai a sua procura e logo o vi na barraca de tiro ao alvo. Queria tanto abraça-lo e dizer o quanto o amo.

Saio em disparada e o vejo o quanto aquele homem estava lindo. Com uma bermuda jesans e uma camisa polo, o seu traje destacava ainda mais a sua beleza.

O abracei por de trás e vi que o mesmo estava surpreso pelo ato. Nick se virou rapidamente e vi o seu sorriso gostoso.

–– Você sabe a quanto tempo estava esperando te pegar de jeito? –– Fala me agarrando pela cintura e acabo ficando surpresa com a sua resposta. A essas horas eu devia estar vermelha de vergonha.

–– Obrigada Nick!

O abraço com paixão e em troca recebo o seu beijo gostoso.

Todos que estavam ao nosso lado assoviam e batem palmas. Não acredito que todo esse tempo ele era o meu anjo da guarda.

FIM...

E se Ela Voltar? PARTE 1Onde histórias criam vida. Descubra agora