Prólogo

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Park Jimin nunca considerou a ideia de um dia ter Jeon Jungkook batendo em sua porta de forma insistente às cinco horas da tarde de um domingo. Também nunca imaginou que o veria em completo desespero com três bebês nos braços.

Jimin era um jovem relativamente normal, com os seus de vinte e quatro anos, o mesmo cursava a faculdade de pedagogia infantil, era bolsista em uma das mais conceituadas faculdades de Seoul, esta que também era frequentada por Jeon Jungkook, um aluno de Direito. Jimin e Jungkook raramente conversavam, eram apenas conhecidos que coincidentemente tinham amigos em comum e que se esbarravam de vez em nunca pela faculdade.

A vida é cheia de momentos surpreendentes, momentos que fazem a gente parar e perceber como somos miseravelmente pequenos, e era justamente desta forma que Jungkook se sentia neste momento, naquela tarde de domingo em que ele deveria estar dormindo ou bebendo cerveja em algum dos incontáveis barzinhos que gostava de frequentar, mas que naquele momento ele estava parado na porta de um quase desconhecido , e carregando (com certa dificuldade) nos braços três bebês ainda mais desconhecidos por si. 

- Eu preciso da sua ajuda Jimin – a voz do Jeon saiu rouca e um tanto afoita, o Park ao notar a dificuldade do maior em segurar os três bebês ao mesmo tempo nos braços, pegou um deles enquanto abria um pouco mais a porta para que o maior pudesse entrar em seu humilde apartamento. Ao ver que Jimin permitiu a sua entrada, não se fez de rogado e entrou na residência, indo direto para o sofá se sentar e deixar os pestinhas sentados no chão, logo voltando a encarar o menor com suplica. 

- O que está acontecendo? - Indagou confuso enquanto colocava o bebê que estava em seu colo no chão ao lado dos outros dois.

As palavras saíram pelos lábios finos de Jungkook como tsunami, eram tantas informações que Jimin se perdia entre elas, se sentia como um filhote em um labirinto. Sua mente assimilou as frases chaves como "bebês deixados na minha porta" e "o instituto da criança disse que eu teria que cuidar deles até encontrarem os verdadeiros pais", porém, o que mais pesou em sua mente foi a sentença "Eu preciso da sua ajuda". Jimin se viu em um labirinto muito maior do que as palavras atropeladas de Jungkook, os olhos do Park vagavam entre o grandalhão sentado em seu sofá e os três bebês, que agora engatinhavam pela sala.

- Como você achou a minha casa? - Foi tudo o que conseguiu pronunciar ao se sentar de frente para o maior, as sobrancelhas bem feitas do Jeon se franziram. 

- Hoseok hyung me deu o seu endereço, mas isso é realmente importante agora? - Indagou enquanto apontava em direção aos pequenos – Sei que para o seu TCC, você vai ter que participar da rotina de bebês por um determinado tempo... Eu assino os papéis dizendo que você me auxiliou com eles. Por favor Jimin, eu nunca peço ajuda das pessoas, mas se você quiser eu me ajoelho nos seus pés. Eu detesto crianças, mas posso ir preso se eu não cuidar deles... Por favor – E bom, Jimin nunca foi a pessoa mais seca do mundo, também nunca soube dizer "não", sua mãe vivia dizendo que um dia o mesmo ainda iria se encrencar por isso, ele só não pensou que a encrenca seria três bebês e alguém que possuía olhos tão pidões como as de um cachorro.

Jimin nunca conseguia segurar a própria língua, falava o que lhe dava na telha e quase sempre acabava se arrependendo depois de um tempo, o que ele já sentia em sua pele de que se arrependeria profundamente de ter dito um melodioso e incerto "sim" para Jeon Jungkook naquela tarde de domingo. 

Uma caixa em minha porta (Jikook ver.)Onde histórias criam vida. Descubra agora