Dulce Maria
Maite passou a noite em minha casa, ficamos conversando por horas e ela ficou me provocando quando resolvi falar de Christopher. Eu sabia que contar esse tipo de coisa seria um motivo para que ela ficasse me zoando por dias ou até anos se for necessário. Apesar de tudo, ela é alguém que eu posso sempre contar.
— Até agora não tiro o rosto do seu chefe da minha cabeça. — ela disse deitada em minha cama, enquanto eu estava na mesinha escrevendo.
— Podemos falar de outra coisa a não ser ele? — perguntei sem tirar a atenção do que estava fazendo.
— Desculpa amiga, mas aquele cara é o paraíso disfarçado de homem.
— Cadê minha amiga? Aquela que odeia homens.
— Minha filha eu não estou morta, ok? Ainda os odeio, mas abro uma exceção para alguns.
— Você não tem jeito mesmo. — rio balançando a cabeça de modo negativo.
— Tá esperando o que pra se atirar em cima daquele homem?
— Nada, porque eu tenho namorado.
— Dulce! Não tente me enganar, eu te conheço e sei que você gostou dele.
Ela realmente me conhece muito e eu ainda não sei dizer se gosto, mas sei que o que sinto quando ele está por perto é estranho.
— Ok, só faltam mais dois itens e tudo pronto. — fingi que não ouvi o que ela acabou de dizer.
— Viu? Você fingiu que não ouviu o que eu disse e mudou de assunto rapidamente, óbvio que tá de olho no cara e ainda não teve coragem de admitir.
— Amiga, eu tô organizando uma lista de coisas para essa semana e eu tenho muito o que fazer.
— Sim, mas isso não é motivo para ignorar o que a sua amiga acabou de falar.
— Eu realmente não quero falar sobre ele, melhor eu me concentrar no que estou fazendo.
Maite riu e disse que eu estou ignorando o que sinto e talvez ela esteja certa, realmente eu falho quando a missão é tentar enganá-la. Terminei o que eu estava fazendo e fui dormir assim que acabei, no dia seguinte levantei mais cedo que ela para fazer nosso café da manhã.
— Bom dia dorminhoca. — brinquei.
— Bom dia, nossa que cheiro bom. — ela disse se aproximando e ficando no balcão.
— Estou preparando um café da manhã delicioso pra gente. — peguei algumas coisas que estavam no armário.
— Você costuma acordar toda manhã assim sempre de bom humor?
— Geralmente sim.
Coloquei sobre a mesa tudo que comprei na padaria perto da minha casa e começamos a comer, saímos juntas logo após já que Mai também trabalha durante o dia. Me despedi dela e no caminho para o trabalho fui ouvindo uma das minhas músicas favoritas, a qual faz parte da minha playlist de músicas antigas que alguns dizem ser um tédio, mas eu gosto. Assim que cheguei na empresa torci para não encontrar Christopher pelos corredores ou até mesmo no elevador, para minha sorte não o vi e fui diretamente para minha sala. Comecei a organizar os materiais para a primeira reunião do dia e já me preparei emocionalmente para ter que vê-lo por três reuniões seguidas.
Christopher Uckermann
Todas as minhas tentativas de tentar conversar com Dulce sobre o que aconteceu, falharam. Ela me ignorou e foi embora desconsiderando as tantas vezes que chamei pelo o seu nome, eu não queria que as coisas entre nós acabassem daquele jeito. Durante toda aquela semana ela permaneceu serena e trocando pouquíssimas palavras comigo apenas quando se tratava de trabalho. Devo admitir que os dias passaram muito rápido, me mantive bastante ocupado, mas não o suficiente para evitar pensar nela a cada segundo. Mandei mensagens e fui ignorado em todas elas, não tinha mais ideia do que fazer para conseguir que ela me perdoasse e aceitasse falar comigo pelo menos uma vez sobre o assunto.
Na segunda feira pela manhã não demorei muito para chegar no trabalho, fiquei em minha sala e tratei de manter alguém vigiando os corredores e me avisar assim que Dulce chegasse para que eu pudesse tentar mais uma vez falar com ela. Eu estava nervoso, como se tivesse que fazer algo muito importante e isso realmente é de fato para mim. Não consigo aceitar que ela se chateou comigo e agora me ignora por causa disso. Meu segurança me avisou que ela havia chegado e rapidamente dei um pulo da cadeira onde estava e conferi meu cabelo e terno se estavam bem. Respirei fundo e fui em busca de encontrá-la, quando cheguei ao corredor onde fica sua sala e a vi com o seu namorado conversando.
— Christopher? — disse surpresa no mesmo instante em que me viu.
— Olá. — minha voz saiu grave até demais.
Seu namorado ficou com a cara fechada, parecia não querer ser interrompido, vendo que ela falou comigo resolvi me aproximar e encarar aquela situação um tanto quanto constrangedora.
— Fernando, esse é o Christopher, meu chefe. Christopher, esse é Fernando, meu namorado. — disse com um certo nervosismo em sua fala.
— Prazer. — eu disse esticando a mão para ser gentil.
— Prazer, Christopher. — ele disse tocando minha mão rapidamente e logo voltando sua atenção para Dulce.
— Estou atrapalhando? Volto outra hora. — disse quando notei o clima estranho.
— É algo urgente? Posso pedir para o Fernando me esperar um segundo enquanto conversamos.
— Não, podem ficar à vontade. Falo com você depois, sem pressa. — assenti e sai dali o mais rápido que pude.
Entro em minha sala e respiro fundo até demais, o suficiente para sentir uma leve dor em meus pulmões que quase ficaram sem ar. Merda, se eu soubesse que ela estava com o namorado não teria ido lá e ainda teria me poupado do enorme desconforto que foi estar no "meio" deles. Me sinto um idiota por não pensar direito antes de fazer certas coisas, Dulce deve estar me achando um imbecil e seu namorado mais ainda. Temo que eu não consiga que ela me perdoe e me ofereça sua amizade sincera novamente, sinto meu peito arde só de pensar não tê-la por perto, não da forma que eu gostaria que estivesse.
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Destino Casual (Vondy)
FanficChristopher Uckermann viu sua vida mudar derrepente quando seu pai foi vítima de um acidente inesperado. Tendo que assumir os negócios do mesmo após o ocorrido, conhece Dulce Maria, sua secretária, o que acaba fazendo com que ambos se sintam levemen...