Christopher Uckermann
Acordar cedo se tornou um hábito, já não enrolo tanto para levantar da cama a não ser nos dias de preguiça. Desci para tomar café e me deparo com Silvana a antiga empregada de meu pai ainda na cozinha, com ela por perto me sinto menos sozinho quando estou em minha casa.
— Bom dia, Sil. — a chamo carinhosamente assim.
— Bom dia, Ucker. — ela faz o mesmo.
— Vejo que você preparou muitas coisas boas para mim esta manhã, ansioso para prová-las.
— Tudo que você gosta e mais um pouco. — organizou tudo na mesa com muito cuidado.
A campainha toca e eu mesmo faço questão de ir abrir e se trata de Harry chegando para me acompanhar até a empresa.
— Bom dia brother, pronto? — deixou sua mala perto do sofá e me acompanhou até a cozinha.
— Estou prestes a tomar meu café da manhã, veja só as delícias preparadas pela Sil. — apontei para a mesa.
— Vejo que cheguei em uma hora boa. — disse Harry se sentando ao meu lado.
— Você chegou na hora certa, todos dois irão comer um pedaço do meu bolo de milho. — disse Sil partindo um pedaço para cada um.
— Sinta esse cheiro, pelo amor. Que delícia! — falei com a boca ansiando por um pedaço.
— Pra você meu querido. — me entregou o prato com o pedaço que ela havia cortado.
Harry comeu junto comigo e se acabou nas comidas preparadas por Sil, ela costuma caprichar sempre quando o assunto é fazer o melhor café da manhã possível. Meu pai adorava seus bolos e eu entendo perfeitamente o motivo, eu não quis me desfazer de sua companhia e a mantive trabalhando em casa quando tem tempo.
Depois do delicioso café fomos para a empresa, enquanto estava no caminho não pude deixar de pensar em Dulce. Eu estava me sentindo uma criança, quando me peguei ansioso para vê-la. Não consegui esquecer a conversa que tivemos ontem em meu escritório, estávamos como dois velhos amigos que se conheciam a anos quando na verdade não éramos tão próximos antes disso.
Peguei o elevador ao lado de Harry e paramos no andar de minha sala, ele se despediu indo para a esquerda e eu fui para a direita. Entrei em minha sala e deixei minhas coisas sobre a mesa, sentei-me na cadeira e fiquei girando para os lados enquanto esperava que ela aparecesse.
Não demorou muito para que alguém batesse na porta e logo soube que era ela, já que até sua forma de bater eu havia memorizado. Autorizo que entre e ela veio tímida, seu rosto estava avermelhado e muito mais bonito que o normal.
— Bom dia, Christopher. — disse com a voz um pouco rouca mirando o chão.
— Bom dia, Dulce. — não tirei atenção dela. — O que houve? Você prefere não olhar para mim hoje? — perguntei em tom de brincadeira.
— Me desculpe, é que… — me olhou rapidamente e logo desviou o olhar novamente.
— Você pode me contar o que está acontecendo, somos amigos e eu vou te entender.
— Ok, eu sei que vai parecer ridículo… — mordeu o lábio inferior rapidamente. — Fico com vergonha quando me aproximo do senhor.
— Eu já havia percebido isso, você fica vermelha e desvia sua atenção no mesmo instante. — fiquei de pé me aproximando dela.
— Meu Deus, que vergonha. — fechou os olhos rapidamente e abriu na mesma intensidade.
— Não fique, aos poucos você se sentirá mais segura. — parei em sua frente e quando vi que ela estava com dificuldade para me olhar, toquei seu ombro e ela estremeceu.
— Será mesmo? — perguntou com a voz baixa.
— Eu tenho certeza que sim. — fiz um carinho pois ainda segurava seu ombro.
— É sempre a mesma sensação, eu não sei o que há de errado comigo. — disse quase entre suspiros.
— Pode ser timidez, nervosismo. Você está trabalhando para alguém aparentemente novo. — me aproximei mais um pouco dela.
— É, talvez seja isso. — engoliu em seco.
— Não sei se estou enganado, mas parece haver uma certa tensão aqui.
— Sou eu deixando na cara o quanto estou sem jeito, não é isso? — ela disse.
— Já te disse que não precisa se preocupar com isso, apenas relaxe. — toquei em seu queixo e trouxe seu olhar para mim.
Dulce me olhou completamente envergonhada, seus lábios tremiam um pouco e sua respiração estava ofegante demais. Aproximei meu rosto do dela porque tudo que eu tinha nesse momento era a vontade de beijá-la naquele instante. Ela se deixou levar, mas quando ficamos bem próximos a vi se afastar em um piscar de olhos.
— Não posso. — ela disse ao se afastar, ficando de costas para mim enquanto respirava fundo.
— Por que? — esqueci por um momento as razões pelas quais não podíamos.
— Eu tenho namorado, você é meu chefe. — disse ainda de costas.
— Você me disse que éramos amigos. — ignorei o motivo anterior.
— Eu sei, mas não é certo fazermos isso.
— Dulce, eu sei que você também quer. — me aproximei dela novamente.
— Eu não disse nada. — se virou para mim finalmente.
— Não precisou dizer, eu senti que você queria.
— Desculpa, mas tudo que eu demonstrei foi estar nervosa e envergonhada.
— Não acredito. — soltou um suspiro e colocou sobre minha mesa a pasta que segurava.
— Essa é a sua agenda de hoje, todos os compromissos e horários estão anotados. — fez menção de ir até a porta, mas eu a impedi.
— Então é isso? Você vai embora assim?
— Tudo que aconteceu aqui foi um mal entendido, o senhor confundiu as coisas.
— Me desculpe, mas tenho certeza de que não confundi nada.
— Por favor, me deixe sair. — cruzou os braços.
— Nada que eu disser vai fazer você ficar? — perguntei e ela assentiu.
Não tive outra escolha a não ser deixá-la ir, quando fechei a porta me senti um imbecil por ter confundido os sinais. Talvez ela realmente não tivesse demonstrado que queria estar tão próxima de mim como eu gostaria, ela deve achar que eu sou um estupido e sua forma de me tratar mudará completamente a partir de agora. Estraguei a coisa mais pura e real que tive desde de que minha vida passou por mudanças, as mulheres com quem estive não me despertavam o que sinto quando Dulce está perto de mim. Não quero dizer que estou apaixonado pois isso pode soar rápido demais, mas eu sei o que sinto.
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Destino Casual (Vondy)
FanfictionChristopher Uckermann viu sua vida mudar derrepente quando seu pai foi vítima de um acidente inesperado. Tendo que assumir os negócios do mesmo após o ocorrido, conhece Dulce Maria, sua secretária, o que acaba fazendo com que ambos se sintam levemen...