Capítulo 10

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Brad

 — Qual é o seu problema, cara? — Dean bate com a garrafa de cerveja no balcão e me encara. — Sério!

— Do que você está falando?

— A Sabrina, a mulher mais incrível desse lugar, talvez até da cidade inteira, acabou de te dar o maior mole e você simplesmente a dispensou! Você a dispensou!

Candice ameaça falar, mas coloco a mão em seu joelho e a silencio.

— Você me disse para não sair com ninguém daqui — rebato, apertando os lábios para não rir. Minha irmã não consegue segurar a risada ao ver a expressão no rosto de Dean.

— A Sabrina não é ninguém. Mando minha regra à merda por causa dela — diz frustrado, bebendo o restante da sua cerveja. — Isso aí que ela anotou é o telefone dela? — Dou uma olhada no papel que ela colocou na minha mão e faço que sim quando vejo que é um número de telefone.

— Você quer? — Estendo o braço para ele

Dean vacila, aperta os lábios e fecha os olhos por um momento antes de responder.

— Não. — E bebe mais um pouco da sua cerveja. Olho para Candice de esgueira e ela franze o rosto para mim e sei que ela quer que eu conte a ele que não curto mulheres. Mas antes que eu consiga dizer alguma coisa, Dean volta a falar. — A Sabrina, pelo mor de Deus!

Até Brock dá risada ao passar por nós.

— Acho que ela não faz o meu tipo — digo, desviando os olhos para minha garrafa de cerveja, remexendo o rótulo dela de um jeito meio nervoso.

— Ah! Vai se ferrar! — Então ele me olha de um jeito diferente, como se estivesse me avaliando. — Você nunca sai com mulher nenhuma, Brad. Já vi você dispensando várias e não só aqui. Ontem você dispensou aquela médica gata dizendo que era por causa do trabalho, fugiu das garotas no estádio e...

— Ah, já chega! — Minha irmã bate com a palma da mão no balcão e nada a fará calar a boca neste momento e depois, já está mais do que na hora de Dean saber que sou gay. — Dean?

— Quê?

— Meu irmão pede a mesma comida que eu no restaurante.

A ruga entre suas sobrancelhas é engraçada e bem sexy. Aliás, Dean é totalmente sexy e a confusão em seu rosto deixa isso ainda mais evidente, principalmente quando ele passa uma mão pelo cabelo loiro e morde o cantinho do lábio inferior.

— E daí? Vocês estão com fome?

— Não, não estamos com fome — respondo, tentando ao máximo segurar uma risada que está prestes a atravessar meus lábios.

— Não estou... — Sua voz desaparece e seus olhos se arregalam. Por um instante Dean não se mexe, apenas me encara com os lábios levemente abertos. — Sério isso?

— Isso o quê? — Arqueio as sobrancelhas e ele aponta para mim, depois abaixa o braço e então aponta de novo.

— Você é gay? — Faço que sim. — Gay? — Assinto enquanto bebo mais um gole da minha cerveja. — Não pode ser.

— Por que não? — Candice pergunta.

— Eu não... Porra! As garotas vivem se atirando em você e... — Ele passa uma mão pela barba rala e balança a cabeça. — Gay?

— Gay — diz Brock, colocando três cervejas na nossa frente. O velho sorri quando Dean o encara com os olhos semicerrados, dá de ombros e volta atender outros clientes.

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