Capítulo 4

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Dean

— Cara! Esse lugar é incrível — digo, com a boca cheia mesmo, olhando para o pé direito alto. — Nem parece um apartamento.

—Acho que foi por isso que acabei comprando.

O lugar parece mais um galpão industrial, bastante abandonado, preciso dizer, mas é grande, tem aquele encanamento aparecendo no teto e nas paredes e tem uma puta vista para a ponte do Brooklyn.

— Vai ficar irado depois de pronto.

— Também acho — diz Candice, tirando seu sanduíche cheio de coisas frescas da sacola.— E acho que você deve mantê-lo assim, sem parede nenhuma.

—Isso! — Concordo com ela, dando uma boa olhada no local.

—Quanto tempo você acha que demora para ficar pronto?

— Por que, irmãzinha, já quer que eu saia da sua casa?

— Tonto! — Ela atira um papel na cabeça dele. — Curiosidade apenas.

— O empreiteiro me disse umas seis semanas, mas vamos acertar os detalhes hoje.

— Escuta, não quero ser a pessoa a te dizer isso, mas esse cara mentiu pra você. — Brad franze a testa ao me fitar. — Eles sempre dão um prazo maneiro, mas não dá pra deixar isso aqui pronto em seis semanas. Eu já trabalhei com obras, sei o que estou falando.

— Você já trabalhou com obras? — pergunta Candice, franzindo a testa para mim.

— Sou um homem de muitos talentos, Candy. — Mordo um bom pedaço do meu sanduíche e aponto para Brad. — Se você quiser economizar uma grana com a pintura, posso te ajudar.

— Tá! Você pintava paredes também?— Agora ela está prestes a rir da minha cara.

— Eu trabalhava com meu pai durante as férias de verão, cortando grama, reformando e pintando casas sob o sol escaldante do Texas.

— Pobrezinho. — Ela me provoca.

— Não tive a sorte de trabalhar sob o ar condicionado da empresa do papai — provoco-a de volta, mas então percebo que não sei como Brad vai reagir à isso. Sei que Candice não liga, mas acabei de conhecer o cara. — Tô falando dela — digo, apontando para ela com o polegar.

Os pais de Brad e Candice são advogados e donos de um escritório meio famoso na Califórnia. Eles não são exatamente ricos, mas têm uma vida bastante confortável.

— Ela trabalhou sob o ar condicionado do escritório — diz Brad depois de morder seu sanduíche. — Eu era office boy, vivia correndo de um lado para o outro debaixo de sol e chuva porque para meus pais, nunca existia tempo ruim.

— Por que você disse isso, Brad? Como vou provocá-lo agora?

— Porque essa é a verdade, você sempre foi a preferida. — Ela faz uma careta para ele que sorri, piscando para a irmã logo em seguida. — Porra! Isso aqui é a coisa mais estranha e mais gostosa que eu já comi.

— Eu disse.

— Vocês são muito nojentos. Sério! Em que planeta um sanduíche feito com macarrão instantâneo ao invés de pão é gostoso?

Estalo a língua e a ignoro porque ela não sabe o que diz.

— Sobre pintar as paredes, eu aceito a ajuda, sim. Gastei todas as minhas economias comprando esse lugar.

— Fechado. — Dou uma boa olhada no lugar, fico em pé e vou até a janela de vidro que preenche boa parte da parede, e a que tem a vista para a ponte do Brooklyn. — Você precisa colocar a cabeceira da cama bem aqui.

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