Capítulo 6

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Brad


Abro apenas um olho quando ouço o barulho de uma chave na porta. A sala está escura, o que significa que apaguei por mais tempo do que gostaria.

— E aí?

— Parece que eu fui atropelado por um caminhão.

— Cara, a gente não se encontra pela casa desde segunda de manhã, pelo menos não quando você está acordado.

— É, meus plantões têm sido bem agitados. — Sento-me, esfregando o rosto. — Que dia é hoje?

Ele ri, colocando sua mochila no chão e sentando-se na poltrona ao lado do sofá.

— Sexta-feira. Muitas cirurgias? — Abro a boca apenas para responder que sim, mas ele levanta uma mão. — Não quero saber. Estamos proibidos de falar sobre crianças abertas, cirurgias e sangue nesta casa.

— Okay — respondo rindo, apoiando a cabeça no encosto do sofá e calculando quanto tempo levo para chegar até o quarto, tirar a roupa e dormir outra vez porque estou cansado de verdade, mas ao invés disso pergunto se Dean quer beber umas cervejas comigo.

— Óbvio. — Ele bate com as mãos nas pernas e fica em pé. — Você tá a fim de ir ao Luminous ou pegar umas garotas? Porque lá garotas são proibidas, você sabe.

— Só quero beber umas cervejas e relaxar, Dean. Na verdade, pensei em fazer isso aqui mesmo.

— Porra, cara! — Ele joga a chave sobre o aparador e volta a se sentar na poltrona, desta vez arrancando os tênis e apoiando os pés sobre a mesa. — Você é muito frustrante.

— Não estou conseguindo sair desse sofá.

Ele estala a língua, pega o controle e liga a TV, mas deixa em um canal qualquer e vai para a cozinha. Pego o controle e procuro por um jogo.

— Deixa aí — diz Dean, entregando uma cerveja para mim. — Adoro ver Harvard perder. Ele senta na outra ponta do sofá, colocando uma tigela cheia de batata-frita entre nós.

— Parece que não é o que está acontecendo agora.

Ele bebe um longo gole da sua cerveja e aponta para o jogo.

— Por pouco tempo.

Nossa conversa gira em torno do jogo acontecendo na tela, mas na maior parte do tempo, só fico pensando em como seria beijar Dean, o que é uma coisa muito idiota porque o cara é hétero, mas a sua boca... Porra! Sua boca é perfeita.

— Tá viajando?

— O quê?

— Perguntei se posso pedir uma pizza de pepperoni.

— Pode — respondo, dando um gole generoso na minha quarta cerveja, tentando deixar minha garganta um pouco menos seca.

— Olha só! Meus garotos em casa em uma sexta à noite! — Candice entra em casa e caminha até Dean, colocando a mão em sua testa. — Você está doente?

— Vai se ferrar, docinho.

Ela joga a bolsa no chão, ao lado da mochila de Dean, e da minha, que está no mesmo lugar desde hoje de manhã, e se joga na poltrona.

— Peça marguerita também. — Ele faz que sim enquanto faz o pedido pelo aplicativo do celular. — Será que a gente pode assistir a um filme na Netflix?

— Não! — dizemos ao mesmo tempo e Dean a impede de pegar o controle remoto.

— Nada de filminhos românticos — ele fala.

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