Capítulo 7

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Dean

— Droga! Estou com pena dela — digo assim que posamos na calçada. — Candice curte pra caramba assistir os playoffs.

— Pensa nas loiras que você vai deixar de pegar por conta dos vampiros brilhantes.

Olho para Brad de soslaio e ele ri.

— Você é bem rancoroso, não? — provoco-o e ele nega.

— Ainda estou com a imagem dela e do Erik na minha cabeça, então não me culpa por ser um pouco mal com ela hoje. — Isso me faz rir. — Não ria, Dean. Quase não dormi essa noite por causa disso.

Aperto os lábios, tentando conter o riso porque, se Candice fosse a minha irmã a última coisa que queria era imaginá-la transando. Abro a porta da cafeteria na rua de trás de casa e entro, Brad vem logo atrás de mim.

— Ei, Zach! — cumprimento o dono do local.

— E aí, Dean! Onde está a Candice?

— De castigo — respondo e ele ri. — O de sempre.

— Para duas pessoas e capricha no bacon, tô varado de fome.

— Pode deixar.

Sentamos na única mesa vaga perto da janela e Brad pega um dos livros que está em cima da mesa e começa a folheá-lo.

— Alguém esqueceu o livro aqui.

— Não, aqui tem livros por toda a parte — digo, apontando para a enorme estante na parede dos fundos. — Esse lugar é tipo uma biblioteca, você pode ler algum exemplar enquanto come ou pode levar o livro para casa, se a leitura ficar interessante, mas precisa deixar outro no lugar. O que é uma grande sacada porque se você não tiver um livro terá que voltar e sempre acaba comprando alguma coisa.

— Acho que essa série foi uma das últimas coisas que li antes de entrar na faculdade.

— Harry Potter? Sério?

— O quê? Você nunca leu? — Ele coloca o livro sobre a mesa e me olha como se eu tivesse um olho no meio da testa.

— Nunca.

Brad estala a língua e balança a cabeça.

Uma garota enche nossas canecas de café e Brad bebe um gole generoso antes de continuar a conversa.

— Uma puta falta de caráter.

— Quer merda você está dizendo? — pergunto, mas estou rindo do seu comentário.

— Esses livros são um fenômeno, em que mundo você vivia quando foram lançados?

— Texas, mais precisamente em Boerne.

— E as pessoas de Boerne não sabem ler?

— Não — respondo, atirando um guardanapo de papel amassado na sua cabeça. Ele ri. — Eu sempre curti ler terror. O primeiro livro que li na minha vida foi Carrie. Acho que está para nascer alguém que escreva livros de terror tão bons quanto Stephen King.

— Já tem alguns anos que não leio nada que não seja relacionado à Medicina.

— Cara, você tem que estudar pra caramba, né?

— O tempo todo.

— Eu não serviria para ser médico. Acho que já disse isso.

— Mais de uma vez.

— É que deve ser tão puxado e... — Paro de falar quando uma garotinha de cabelos negros e maria-chiquinha se senta ao meu lado no banco.

— Oi — diz tranquilamente como se já nos conhecesse.

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