- Me dá sua mão. – insiste, balançado a mão na minha frente.
Ele continuou parado lá, com a mão estendida, esperando uma reação minha.
Se ele estiver contando com que eu desça para dançar, sinto muito informar, mas não bebi o suficiente ainda.
- Vamos Marília, me dê a sua mão. – persiste.
- Posso pensar um pouco? – digo fazendo-o me olhar curioso.
- Só estou pedindo que segure minha mão. – reforça. - Não estou pedindo o seu coração. Ainda não. – abre um sorriso sacana.
Arregalo os meus olhos de uma forma que nem sabia que era capaz. Ele disse a última frase em um tom mais baixo, mais ainda foi o suficiente para eu ouvir.
Pego o meu copo com a bebida meio rosa, meio azul, e termino o restante do líquido todo de uma vez, o que faz o chef achar graça.
Coragem líquida, né queridos?
Não foi preciso pensar mais nem um segundo. Segurei determinada em sua mão, o que o fez abrir um daqueles sorrisos que eu já tinham me conquistado.
Descemos as escadas e seguimos para a pista, que parecia estar cada vez mais cheia.
Já passavam da meia noite, mas as pessoas continuavam chegando.
Após andarmos um pouco entre a multidão de corpos suados, encontramos uns rostos conhecidos e ficamos próximos.
Cris, que já fazia um bom tempo que estava se divertindo na pista de dança, veio ao nosso encontro, me puxando e me rodopiando, arrancando várias gargalhadas de Dante.
Não lembro quando foi a última vez que eu dancei assim, pelo menos em público. Eu amo dançar, por tanto que ninguém esteja olhando.
Mais uma vez culparei a bebida. Com certeza é o álcool controlando meu corpo.
Não sei muito bem em que momento aconteceu, mas o ritmo mudou para algo mais sensual e as mãos de Dante passaram a segurar meu quadril, nos balançando na mesma sincronia.
Sentia seu coração bater tão forte quanto o meu. Sua respiração em minha nuca também estava tão ofegante quanto a minha.
Aquele nervosismo surgiu novamente.
- Preciso ir ao banheiro. – grito próximo ao seu ouvido.
Agradeci internamente pela minha bexiga incontrolável ter atrapalhando o momento.
- Quer que eu te acompanhe? – diz depois de nos desvencilhar.
- Não precisa. – agradeço. – Vou chamar a Lis.
Ele assente com a cabeça e saio em direção ao bar, sabendo que iria encontrar minha irmã por lá. Claro.
- Banheiro! – grito para Lisa, que estava exatamente onde previ.
Minha irmã avisa ao Sérgio e seguimos juntas para o banheiro, que nem estava tão cheio.
Enquanto esperávamos nossa vez, conversei com Lisa sobre o que estava sentindo. Mesmo bêbeda ela sabia dar bons conselhos.
- Como você se sente sobre ele? – pergunta.
- Eu não sei. – respondo sinceramente. – Eu nunca me senti assim. É estranho pra mim. Também é muito cedo pra sentir alguma coisa, né? – digo entrando em uma das cabines.
- O papai pediu pra casar com a mamãe com menos de um mês de namoro. – brinca, falando próximo a porta para eu conseguir ouvi-la. Isso sim é cedo. – Você não precisa se culpar por sentir algo por alguém que acabou de conhecer. Ele parece ser feito para você, eu sinto isso. Eu conheço o Dante. Conheci ele antes do Sérgio. Na verdade, ele que apresentou a gente.
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Te prometo uma noite (Em Pausa)
RomansaMarília é uma jornalista que leva uma vida muito séria e reservada, mas tudo começa a mudar quando ela decide ir na festa de aniversário da sua irmã mais nova e reencontra Dante, um chef de cozinha com quem teve um dos piores encontros da sua vida...