08. Coragem líquida

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- Me dá sua mão. – insiste, balançado a mão na minha frente.

Ele continuou parado lá, com a mão estendida, esperando uma reação minha.

Se ele estiver contando com que eu desça para dançar, sinto muito informar, mas não bebi o suficiente ainda.

- Vamos Marília, me dê a sua mão. – persiste.

- Posso pensar um pouco? – digo fazendo-o me olhar curioso.

- Só estou pedindo que segure minha mão. – reforça. - Não estou pedindo o seu coração. Ainda não. – abre um sorriso sacana.

Arregalo os meus olhos de uma forma que nem sabia que era capaz. Ele disse a última frase em um tom mais baixo, mais ainda foi o suficiente para eu ouvir.

Pego o meu copo com a bebida meio rosa, meio azul, e termino o restante do líquido todo de uma vez, o que faz o chef achar graça.

Coragem líquida, né queridos?

Não foi preciso pensar mais nem um segundo. Segurei determinada em sua mão, o que o fez abrir um daqueles sorrisos que eu já tinham me conquistado.

Descemos as escadas e seguimos para a pista, que parecia estar cada vez mais cheia.

Já passavam da meia noite, mas as pessoas continuavam chegando.

Após andarmos um pouco entre a multidão de corpos suados, encontramos uns rostos conhecidos e ficamos próximos.

Cris, que já fazia um bom tempo que estava se divertindo na pista de dança, veio ao nosso encontro, me puxando e me rodopiando, arrancando várias gargalhadas de Dante.

Não lembro quando foi a última vez que eu dancei assim, pelo menos em público. Eu amo dançar, por tanto que ninguém esteja olhando.

Mais uma vez culparei a bebida. Com certeza é o álcool controlando meu corpo.

Não sei muito bem em que momento aconteceu, mas o ritmo mudou para algo mais sensual e as mãos de Dante passaram a segurar meu quadril, nos balançando na mesma sincronia.

Sentia seu coração bater tão forte quanto o meu. Sua respiração em minha nuca também estava tão ofegante quanto a minha.

Aquele nervosismo surgiu novamente.

- Preciso ir ao banheiro. – grito próximo ao seu ouvido.

Agradeci internamente pela minha bexiga incontrolável ter atrapalhando o momento.

- Quer que eu te acompanhe? – diz depois de nos desvencilhar.

- Não precisa. – agradeço. – Vou chamar a Lis.

Ele assente com a cabeça e saio em direção ao bar, sabendo que iria encontrar minha irmã por lá. Claro.

- Banheiro! – grito para Lisa, que estava exatamente onde previ.

Minha irmã avisa ao Sérgio e seguimos juntas para o banheiro, que nem estava tão cheio.

Enquanto esperávamos nossa vez, conversei com Lisa sobre o que estava sentindo. Mesmo bêbeda ela sabia dar bons conselhos.

- Como você se sente sobre ele? – pergunta.

- Eu não sei. – respondo sinceramente. – Eu nunca me senti assim. É estranho pra mim. Também é muito cedo pra sentir alguma coisa, né? – digo entrando em uma das cabines.

- O papai pediu pra casar com a mamãe com menos de um mês de namoro. – brinca, falando próximo a porta para eu conseguir ouvi-la. Isso sim é cedo. – Você não precisa se culpar por sentir algo por alguém que acabou de conhecer. Ele parece ser feito para você, eu sinto isso. Eu conheço o Dante. Conheci ele antes do Sérgio. Na verdade, ele que apresentou a gente.

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⏰ Última atualização: Jul 30, 2020 ⏰

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