Passo o sábado escondido em casa. Se Liam fugira de mim, eu iria me esconder para ajudá-lo a não me encontrar.
Tiro alguns cochilos, exausto ainda por um sono não completo, e entremeio minha hibernação com algumas séries e o macarrão velho.
À noite, desmarco o encontro com o cara do aplicativo. Nem penso em remarcar em outro lugar, já que meu intuito deveria ser não encontrar com Liam no pub, mas na verdade, não quero ninguém mais além, não quando os lábios daquele acastanhado assustador pairaram sobre os meus em um quase beijo.
Aquele não beijo fora melhor do que muitos que cheguei ao fim.
Fecho meus olhos e circundo a ereção já evidente sob meu pijama, me acariciando preguiçosamente, imaginando o que poderia ter desenrolado a partir de sua mão segurando a minha, seus lábios a um suspiro dos meus.
No que Liam não parava de pensar? Porque eu, obviamente, não parava de pensar nele. Em suas mãos fortes pelo meu corpo, exatamente onde as minhas estavam agora. Contorço meu pé, sentindo a onda de prazer crescer, levando meu quadril ao encontro das investidas que dou em meu pau. Mais rápido do que posso desejar, os espasmos se intensificam e minha mão mela assim que gemo o nome de Liam Payne.
***
Quando acordo, continuo na cama. Não desejo me levantar por um bom tempo, sorrindo ao perceber que havia conseguido dormir por algumas horas naquela noite.
A adrenalina da briga com certeza tinha me exaurido, só poderia ser isso.
Ligo a TV e agrado meus olhos com a programação matinal. Como era bom simplesmente me sentir inútil, sem dar satisfações a ninguém em um domingo frio.
Passo o dia na cama, comendo fast foods e vendo filmes aleatórios, no entanto, reparo que o dia já está indo embora e, por isso, mesmo relutante, eu me levanto, tomo uma chuveirada bem rápida, calço um tênis, visto uma calça larga, um casaco e um boné.
Sei que tenho uma hora de corrida antes de anoitecer e eu precisava retornar ao meu exercício diário. Desde que me mudara, não tinha corrido mais e não posso negar ao meu corpo isso por nada, nem por essa cama.
Paro um pouco em frente ao pub e alongo meus braços e pernas. Então, percebo os quatro caras estranhos nas escadas do prédio do outro lado da rua. Eles conversam e parecem exaltados, volto a olhar o pub e a placa de fechado está como eu esperava. O Irish's não funcionava aos domingos.
Decido retornar a correr e me afastar o quanto antes daqueles caras, imaginando que logo começariam algum tipo de briga e não queria estar ali presenciando o que viesse a seguir.
Enquanto corro pelas ruas ainda desconhecidas por mim, observo o bairro. Ele não é um dos melhores, mas também não é dos piores. Não há árvores nem parques por todos os dez quarteirões que percorro e parece que não vislumbrarei nenhum pelos próximos.
Volto correndo pelos quarteirões que passei, tentando focar no meu exercício, mas meus olhos só conseguem penetrar aquele local que se aproxima cada vez mais, percebendo uma mudança estranha no contexto.
De longe, não entendo muito bem, mas a cada passo ritmado que dou, sinto o sangue subir pelos meus ouvidos me fazendo escutar meu fluxo sanguíneo quando vejo a porta do pub arrombada.
Eu me amaldiçoo completamente quando me lembro que preferi deixar meu celular em casa e olho para os lados atrás de alguma viatura de polícia ou qualquer pedestre, mas tudo que encontro é uma rua vazia como o habitual no anoitecer dos domingos.
Respiro algumas vezes, tentando decidir o que fazer, mas no fundo, sei muito bem aonde meus pés me levariam. Entro pela porta e meus olhos varrem todo o bar, algumas mesas viradas de cabeça para baixo, um armário de bebida tombado, algumas garrafas quebradas pelo chão. Exatamente como o cenário de dias trás.
― Tem alguém aí? ― minha voz sai baixa e eu limpo minha garganta, aumentando o tom. ― Tem alguém aí? Liam?
Meu desespero aumenta quando escuto um gemido de dor. Olho para a porta dos fundos e ela está aberta, o cheiro de álcool se esgueirando pelo meu nariz, pelos meus olhos, penetrando minha sanidade.
Respiro firme. Entro no depósito. E quase entro em colapso.
Meu desespero se torna incapacitante enquanto vislumbro o corpo de Liam caído no chão.
✨✨✨
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natural [ziam]
Fanfiction"Seria possível amar tanto uma música ao ponto de recriá-la em carne e osso no homem a minha frente?" Zayn, fotógrafo de uma conceituada revista masculina, conhece Liam Payne em sua primeira sessão de fotos. Obviamente, o misterioso homem não tem pi...