― As fotos ficaram divinas, Zayn! ― Cheryl olha a pasta e me olha de volta, deslumbrada. ― Mas essa com Alcatraz ao fundo é minha preferida, mais do que a da Golden Gate, o que me surpreende porque eu não esperava que pudesse ter uma ideia melhor que a minha.
Sorrio sem saber o que responder, isso foi realmente um elogio?
― Vai ser essa! Essa vai ser a capa!
Faço que sim com a cabeça, mas antes de sair de sua sala, ela me chama novamente.
― Zee. Você tem notícias de Liam? Não o vi a semana toda. No começo, ele me disse que estava um pouco ocupado com o trabalho, mas agora não tem atendido ao telefone. Estou começando a ficar preocupada.
Eu a encaro, outra vez sem saber o que lhe responder.
Desde que voltamos, eu e Liam temos dividido todo o tempo livre entre minha cama ou a dele. Na verdade, falando assim, parece muito, o que realmente não é, já que eu trabalhava de dia e ele de noite, mas dávamos nosso jeito e se eu não dormia por qualquer motivo idiota, deixar de dormir para tê-lo em meus braços me parecia bem mais interessante.
― Não nos falamos mais desde a sessão de fotos em San Francisco. ― me limito a dizer e sou quaaaase sincero. Temos ocupado nossas bocas com temáticas mais interessantes.
― Amanhã é a festa do quinto ano da revista, você sabe, e eu iria convidá-lo a ir comigo. ― ela revela e eu a fito.
― Você gosta dele, Cheryl...? ― a pergunta sai antes que eu me recrimine.
― Gostar? ― ela ri, incrédula. ― É claro que gosto. Você tem certeza que enxerga bem através das câmeras? Você realmente viu que homem é aquele, Zee?
― É claro que vi. ― respondo com um pouco menos de paciência do que deveria com uma chefe. ― Quis dizer além da beleza, você gosta dele além de sua beleza?
― Eu não o conheço, Zee, querido. Nós só transamos sem parar! E é exatamente o que pretendo fazer neste aniversário! É uma festa à fantasia. Imagina transar com aquele homem só de máscaras. Que fetiche! ― ela revira os olhos, satisfeita. ― Espero que não esteja doente. No telefone, ele parecia um pouco rouco, não sei. As fotos sem blusa... apesar de terem ficado lindas, penso que não podem ter feito muito bem a saúde dele.
Me agarro a esse argumento.
― Deve ser isso, ele deve estar indisposto, Cheryl, não é nada demais, tenho certeza.
― É claro, só pode ser isso. Ele não seria louco de me dispensar, seria? ― ela cruza as pernas em sua sofisticada cadeira e eu as miro, torneadas da malhação diária. ― O cara é não é nada e se não fosse eu, seria um barman para sempre. ― Cheryl alisa sua saia naquele tique quando está nervosa, mas procura disfarçar. ― Sem contar que ele sabe que estou pagando uma quantia exorbitante pelo seu trabalho e ele nem é famoso.
― Não precisa ficar encucada, Cheryl. ― respiro fundo, tentando amenizar a tensão. Ela era um ser abominável e eu sabia disso, mesmo que evitasse encontrá-la mais do que o necessário, escondido no estúdio da revista. ― Como você mesma falou deve ser apenas uma indisposição.
Ela aperta os lábios e eu percebo que fui longe demais. Quem chama a porra da chefe de encucada?
― Só um idiota acharia que vale tanto. Eu invisto no que quero que seja meu, Zayn. É bom que ele saiba, mesmo que eu não diga em palavras, então fico sim, encucada quando não me atende quando deveria.
Engulo aquelas palavras como se digerisse ácido, que mulherzinha nojenta, puta que pariu. Ela me olha de lado, a unha pousando delicadamente no lábio inferior enquanto parece pensar.
― Você não mora perto do pub, Zee? Por que não faz um favorzinho aqui para sua chefe preferida e vai ver como ele está? Me liga depois com notícias.
Sério que ela está me pedindo isso? Dar conta de seu investimento estava entre meus afazeres de fotógrafo? Não mesmo.
― Cheryl, eu tenho que ir ao supermercado e...
― Não me contrarie, Zee. Seja apenas bonzinho e faça o que te pedi. Não se esqueça que você não era ninguém antes de eu te dar essa preciosa chance. ― ela se inclina em sua cadeira, espalmando as mãos na mesa de mogno puro, herança da família Cole. ― Você acabou de assumir o estúdio e vai ter sua primeira capa. Graças a mim, Zayn. Não te custa fazer um favor quando lhe peço, custa?
Suspiro resignado, Cheryl sempre tinha o que queria.
Não importava quando, como ou quem.
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natural [ziam]
Fanfiction"Seria possível amar tanto uma música ao ponto de recriá-la em carne e osso no homem a minha frente?" Zayn, fotógrafo de uma conceituada revista masculina, conhece Liam Payne em sua primeira sessão de fotos. Obviamente, o misterioso homem não tem pi...