Eles eram o oposto um do outro, duas cabeças, duas formas de pensar diferentes.
Marinette esta a procura do melhor de si mesma, ser útil, se tornar alguém importante para sua família e seus amigos.
Adrien quer ser livre, deixar as aparências e o fut...
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Marinette deu uma pausa ao que fazia, na intenção de retirar, ou ao menos tentar, a sujeira que se acumulava sob as suas unhas enquanto limpava, o montinho de pó e a poeira dos móveis se impregnava até o fundo, próximo ao começo da pele. Como suas unhas não estavam compridas o bastante para que pudesse alcançar e ainda existia a possibilidade de sujá-las ainda mais, resolveu abandonar sua função de manicure e se concentrar novamente na limpeza da dispensa com sua mãe.
Não abririam a padaria, estavam de folga, pelo menos segundo dona Sabine.
- Fazia tanto tempo que não limpava esse lugar. Estava sovando a massa do pão ontem e pensei, por que não? Todo padeiro precisa de um descanso, mesmo que o descanso seja trabalho, sorte que ao menos tenho uma eficiente ajudante - comentou a medida em que guardava alguns enfeites de geladeira antigos em uma cestinha.
A mestiça sorriu para a mãe, sentindo suas pernas formigando de tão dormentes.
- Esse lugar esta tão empoeirado, parece um deserto.
Sabine acabou rindo por conta daquele comentário, enquanto Marinette espirrava pela quantidade de pó que havia entrado em seu nariz quando os assoprou para fora de uma caixa cheia de livros de receitas antigos, todos com o aspecto amarelado e com folhas se despendendo das lombadas.
- Saúde! - desejou Sabine.
- Obrigado.
Aqueles livros precisariam passar por uma pequena reforma e também poderiam ser úteis para outra pessoa, então seria sábio se fazer uma doação deles. O intuito da limpeza era exatamente esse, desocupar o máximo possível aquele quarto e doar o que não usavam mais para alguém que precisasse, outros elas reutilizariam, como carretéis de linha, pedaços de tecidos, botões antigos, algumas miçangas, revistas de moda e etc...
- Oh Mari, olha só o que encontrei!
A atenção de Marinette se voltou para o que a mãe tinha em mãos, um brinquedo antigo que não via desde a década passada. Haviam encontrado muitos outros, só que aquele em si era muito especial. Se levantou imediatamente de onde estava sentada e correu em direção a mãe.
- Tikki!
- Pensei que nunca mais veríamos essa pelúcia, mas olha só estava enganada. Se lembra do quanto que era apegada a ela? - A azulada concordou ainda chocada com o que via em suas mãos.
Tinha tantas lembranças com aquele brinquedo, aquele que tinha sido o último presente de seu pai, ficou apegada a ele por muito tempo, a levava para todos os lugares como um talismã. Não conseguia sequer dormir sem que estivesse ao seu lado a protegendo dos fantasmas que habitavam embaixo de sua cama. A mantinha sempre embaixo de seu braço, pressionando contra o seu peito magro de criança. Porém um dia acabou perdendoa, o que fez a pequena Mari chorar por horas infinitas como se tivesse perdido alguém muito importante...
