A Dor De Ser Mulher

Capítulo 6

    - Luna, você pode me contar tudo. Eu prometo não contar pra ninguém. Você sabe que eu nunca contaria pra ninguém, nem pra Mary nem pro Oliver. - disse Alisson pela 4° vez no mesmo dia.
    - Me deixem em paz! - Luna grita - Eu não vou falar nada nem pra você nem pra ninguem. Se vocês são mesmo meus amigos me deixem quieta no meu canto. - sai do lugar onde estavam sentados.

   Mais um mês havia se passado. Miguel continuava insistindo e piorava cada vez mais. Da perna, passou pra mão na cintura e já ocorreu de passar a mão na bunda de Luna.
   A garota já não sabia mais o que fazer. Era assediada diariamente mas tinha medo de falar. Agora não por achar estar iludida, mas porque Miguel se mostrou uma outra pessoa.

    - Miguel, eu não estou me sentindo bem nas aulas. Acho que devemos parar por aqui, você já me ensinou muita coisa.  Eu agradeço muito, mas acho que já está bom. - Disse Luna calmamente.
    - O que? Por que você não está bem? Eu te trato como minha mulher e é assim que você me agradece? O que você quer mais? Quer que eu te passe de ano? Eu posso fazer isso.
    - Não é isso. Eu só acho que nossa relação passou dos limites de professor e aluna, e eu não quero isso. Me desculpa se vc sente algo a mais por mim, mas eu só te vejo como meu professor.
    - O que você está falando? - Miguel grita - O que foi que aqueles seus amiguinhos metidos colocaram na sua cabeça? Que eu não sou o bastante pra você? Eu posso te fazer feliz.
    - Miguel, eu não quero isso. Por favor se acalma.
    - Amanhã você vai estar aqui pra aula extra. - Diz interrompendo Luna  - se você deixar, eu te levo pra casa depois, ou pra minha casa...
    - Por favor, Miguel. Eu não quero isso.
    - Olha aqui - ele diz pegando no braço de Luna.
    - Me solta, você tá me machucando. - Luna diz começando a chorar.
    - Se você contar pra alguém que a gente tá junto, eu vou desmentir tudo e ninguém vai acreditar em você.  Mas se acreditarem, eu ponho fogo naquele casebre que seu pai chama de loja.
    - Não, por favor. Meu pai não.
    - Então é só você deixar as coisas como já estão. Voce me escutou? - Luna não responde - Você me escutou? - Em grita.
    - Sim, eu escutei.
    - Não chora meu amor - Miguel fala secando as lágrimas de Luna.

   Após ver a rápida mudança de humor de Miguel, vê seu estado transtornado se transformar em pacífico em segundos, Luna se sentiu só. Ela não conseguiria contar pra ninguém, e talvez fosse melhor assim, a final, o seu pai não merecia pagar por um problema dela.