Capítulo 3

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    - Professor? - Luna diz abrindo a porta da sala. - Estou atrasada?
    - Não, chegou na hora certa. Sente-se, e, por favor, me chame de Miguel.
    - Ah! Claro, Miguel, não vou mais esquecer.
    - Antes de começar eu queria saber mais de você. Namora?
    - Não, não. Tenho prioridades, não quero me distrair, quero passar em uma faculdade Federal.
    - Uh! Você parece ser bem determinada quanto ao seu futuro.
    - Eu tenho sonhos que sei que não serão fáceis de realizar, então preciso fazer sacrifícios agora para realizá-los no futuro.
    -  Gosto disso, autoconfiança. Mas, quando você pretende namorar?
    - Ah, não sei. Quando encontrar a pessoa certa. Alguém que  entenda quando eu não puder estar 100% pra ela porque vou precisar estar 100% para mim.
    - Não acha que esse alguém está mais perto do que você imagina? - Diz chegando perto de Luna.
    - Me desculpe, o que quer dizer com isso?
     - Bom... talvez você só não consiga enxergar ainda alguém que gosta muito de você. Mas vamos focar na aula, para começar quero que você me escreva um conto sobre amor.

(...)

    Mais uma semana se passa e Luna já não se sente tão ansiosa para ir a aula extra se redação. Acontece que Miguel lhe enchia de perguntas estranhas e sugestivas, que faziam a jovem pensar que as intenções de Miguel não eram de lhe ajudar com seu futuro.

   A aula já havia acabado e Luna estava na parada de ônibus, sua casa era um pouco distante da escola.

    - Quer uma carona? - Diz Miguel parando o carro em frente a Luna. - Te deixo em casa.
    - Não precisa, meu ônibus passa daqui a pouco. - A garota responde olhando para a rua, esperando que um ônibus aparecesse logo.
    - Vem, eu te deixo na porta de casa, não tem problema; e seu ônibus pode demorar ainda.

    Depois de muita insistência, Luna aceita a carona. 

     - Onde você mora? - Miguel diz quebrando o silêncio que se instalara.
    - Perto da praça, na rua de trás.
    - Um pouco longe em, acho que dá uns 5km até lá. - Você sempre vai de ônibus?
    - Sim, meu pai trabalha e minha mãe também, então não tem ninguém que possa vim me buscar de carro.
    - Seus pais tem carro? Tanto seu pai quanto a sua mãe? - Diz admirado.
    - Sim, por que?
    - Nada, só curiosidade.

    O silêncio volta a se instalar.

    - Que tal a gente sair qualquer dia desses? - Miguel quebra o silêncio novamente - A gente só se encontra e conversa na escola, vamos sair para nos divertimos um pouco.
    - Não sei se seria uma boa ideia.
    - Vamos ao cinema, vai ser legal. Se você preferir, a gente assiste ao filme juntos e depois você escreve uma resenha crítica do filme. Que tal?
    - Eu não tenho dinheiro para ir ao cinema, e nem tempo, quando não estou estudando ajudo meu pai na loja dele.
    - Não se preocupe, eu pago. Pronto, um problema resolvido, agora só falta você arrumar um tempinho pra mim. - Fala animadamente.
   
   Luna não aceita o convite. Seria muito estranho ir para o cinema com um professor, ainda mais um que já deu vários motivos para se afastar dele.

A Dor De Ser MulherOnde histórias criam vida. Descubra agora