Capítulo 9

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   Depois de todo o ocorrido, Luna insistiu à sua mãe que ficasse em casa e faltasse a escola, mas ela não permitiu.
    E lá estava Luna, entrando na escola com o punho enfachado, que ela justificou a mãe como uma queda quando desceu do ônibus.
   Pra sua má sorte, hoje era prova de português, a jovem estava angustiada por ter que encontrar o piscicopata de Miguel novamente.

   - Senhorita Mendes, está atrasada. Sente-se, vou lhe entregar a prova. - Miguel diz.

    Luna fazia a prova quando Miguel passa por sua carteira e deixa um bilhetinho. Ela pega e lê.

"Se aceitar ir a minha casa novamente hoje, eu posso te ajudar, e você não vai precisar mais fazer essa prova."

   A garota já não aguentava mais olhar pra cara daquele que se dizia um bom professor.

   - Professor Miguel, posso ir ao banheiro? - Diz já levantando de sua cadeira e saindo.

   No banheiro, Luna entra em uma cabine e desaba em choro. O medo, a angústia, a solidão, a decepção, as dores que sentia por ter sido jogada no chão, sua barriga ferida e o seu punho machucado. A pobre garota não sabia mais o que fazer, nem o que sentir. Só queria que tudo acabasse, mas não sabia como.
   Saiu da cabine é foi até a pia, lavou o rosto, arrumou o cabelo, estava pronta pra sair quando ele entrou.

    - Você lembra do que eu disse, não é? - o professor piscicopata diz - Se você contar pra alguém - puxa o cabelo de Luna - Eu não só vou colocar fogo na loja do seu pai como vou me certificar de que ele esteja dentro. Você entendeu?
    - Sim, eu entendi. Por favor, não faz nada com meu pai.
    - Agora você vai voltar àquela sala como se nada tivesse acontecido, vai terminar sua prova, e vai embora. A não ser que queria fazer uma visitinha à minha casa. - Diz maliciosamente.
    - Não, eu faço o que você disse, mas vou pra minha casa, não pra sua.

   Miguel a solta e Luna sai.

(...)

    - Alisson? - Luna diz chegando perto dele - Você já está indo embora?
    - Ah, sim. Por que? Quer conversar?
    - Não, mas eu queria saber se você pode ir pra parada comigo.
    - Posso, claro. Mas aconteceu alguma coisa?
    - Sim, mas depois eu falo.

   Os dois vão até a parada e Alisson lhe faz companhia até que seu ônibus chegue.

    - Seu ônibus chegou, agora posso ir em paz. - Alisson diz.
    - Obrigada amigo. - Espero poder te explicar tudo em breve.

   E assim, Luna chega em casa em paz.

A Dor De Ser MulherOnde histórias criam vida. Descubra agora