Capítulo 8

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   Segundo dia de prova e lá estava Luna, tentando responder as questões com respostas que poderiam ser as certas, mas que certamente não são.
    O tempo se esgota e a pobre garota entrega a prova decepcionada. Todos os seus amigos e colegas já haviam ido pra casa, estava sozinha. E pra piorar, o céu caia sobre sua cabeça, uma chuva forte atingia toda cidade.
   Sozinha, encharcada, decepcionada. Lá estava Luna na parada de ônibus quando ele apareceu.
    - Quer uma carona? - Miguel pergunta de dentro do carro - Eu te levo até sua casa.
     - Não precisa, meu ônibus já vai chegar.
    - Qual é? Eu sei que você já tá aí há um bom tempo e  seu ônibus não passou ainda. Tá chovendo forte, prefere ir molhada de ônibus e chegar em casa ensopada? - um trovão assusta Luna fazendo-a entrar dentro do carro.

(...)

    - Você tá toda molhada. Tá com frio? - Luna apenas concorda com a cabeça - Minha  casa é aqui perto, vamos lá, você se seca, troca de roupa, aí eu te deixo em casa.
    - Melhor não, minha mãe já deve está em casa, ela deve tá estranhando meu atraso. Pode me levar pra casa, não me importo com o frio.
    - Não, fala pra sua mãe que você tá bem quando chegarmos na minha casa. Assim ela não se preocupa.

   Ele não a deixa responder. A leva para sua casa.
    Já dentro da casa, Miguel leva Luna até o banheiro.

    - Luna, trouxe uma roupa pra você vestir. - ele diz batendo na porta.

   Luna abre e pega a roupa e uma toalha. Uma camiseta que com certeza ficaria um pouco apertada e um short bem curto. E além disso, uma lingerie vermelha.

"Mas o que é isso? O que ele pensa que nós vamos fazer?" - Luna pensa.

   Ela sai do banheiro com a roupa e entrega a lingerie para Miguel.

    - Vai continuar com a roupa íntima molhada? - ele pergunta
    - Me sinto mais a vontade assim.
    - Me dê sua roupa, vou colocar na secadora.
    - Mas o que? Não precisa. Você disse que ia me levar pra casa.
    - E eu vou... depois que sua roupa secar. Não vai querer chegar em casa  com essa roupa né. Manda uma mensagem pra sua mãe, fala que já tá no ônibus, mas por conta da chuva o trânsito tá muito grande.

    Luna não tinha outra opção a não ser obedece-lo, não sabia o que poderia lhe fazer, ainda mais ali na sua casa.

    - Coloquei sua roupa na secadora. Que tal assistirmos um filme enquanto ela seca?
    - Mas não vai demorar né? Preciso chegar logo em casa.
    - A gente não é obrigado a assistir o filme inteiro - Miguel tem um sorriso malicioso no rosto.
    - Mas você nem tem TV na sala.
    - Mas tem no meu quarto. Vem. - ele diz puxando-a.

   Os dois se sentam na cama e Miguel liga a TV e escolhe um filme.

    - Vem mais pra perto de mim. - Diz puxando-a pra si brutalmente.

   Luna fica quieta, sem se mexer. Pouco tempo de filme se passa.

    - Essa roupa não tá te apertando? Tira esse short. - Miguel diz desabotoando o short de Luna.
    - Não, não precisa. - Luna diz tentando se soltar dele.

   Miguel se irrita e acaba arranhando a barriga da jovem que grita com a dor. Luna consegue dar um soco no rosto de Miguel e corre. Ela pega sua bolsa e vai até a secadora, mas enquanto tirava a roupa o rapaz aparece assustadoramente com raiva.
   Ele pega a moça pelo punho, a machucando, a arrasta até a sala e a joga no chão.

    - Aonde você pensa que vai? Nós não terminamos ainda. - Ele diz acariciando seus cabelos.
    - Não toca em mim. - Luna diz e da um chute nas partes íntimas dele fazendo-o deitar de dor.

   Luna corre o mais rápido que consegue. Por sorte o portão estava aberto. Ela foge e consegue chegar até um restaurante. Uma mulher lhe ajuda.

    - Você está bem? - A mulher pergunta.
    - Sim, eu só preciso de um banheiro para trocar de roupa.
    - Mas é claro minha flor, o banheiro fica ali. Se precisar de mim é só chamar, me chamo Célia.
    - Ok, obrigada.

   Luna coloca sua farda escolar novamente. Sai do restaurante e vai andando até em casa.

A Dor De Ser MulherOnde histórias criam vida. Descubra agora