O Amor é Um Jogo [KarLena]

1. A proposta

Futebol, a paixão de muitos. O esporte mais popular do mundo. Sua origem foi reivindicada pelos chineses, mas há registros de experiências na Grécia Antiga, na França e na Itália, muito antes que Ebenezer Cobb Morley se reunisse em 1863 com representantes dos doze clubes existentes na Inglaterra à época para criarem as regras que são utilizadas hoje, com pequenas alterações ao longo do tempo.

A partir daí a coisa ficou séria e esse tornou-se um dos mercados que mais movimenta dinheiro por ano. Não só com as contratações milionárias que a mídia especializada costuma alardear ou com a venda dos mais diversos produtos relacionados, mas também por causa do fluxo de pessoas nos bares e pubs em dias de jogos mais importantes.

E foi justamente em um pub, na Inglaterra, o berço do futebol moderno, que a nossa história começou. Um lugar banal, totalmente despretensioso, onde as vidas de Lena Luthor e Kara Danvers mudaram para sempre.

Uma acabara de sair de um relacionamento longo e não queria embarcar em nada mais sério tão cedo. A outra não era exatamente uma romântica, mas depois de tantos envolvimentos superficiais recentes, queria ter uma namorada de novo.

Falando assim, essas pareciam pessoas que estavam em momentos diametralmente opostos da vida, não é? Só que quando Kara encontrou alguém que mexeu tanto com os seus instintos, seu primeiro impulso foi beijá-la principalmente por ter sido desafiada... O que ela não imaginava era que Lena iria propor algo ainda mais ousado...

[30 de julho de 2015]

O pub estava cheio naquela noite, repleto de torcedores do West Ham, àquela altura nem um pouco satisfeitos com o desempenho do time que jogara contra o Astra Giurgiu pela Europa League. A partida terminara empatada, e o resultado não poderia ser mais desfavorável, porque diminuía as chances do clube inglês seguir adiante no torneio.

Kara e sua irmã, Alex, eram duas dessas torcedoras. Fanáticas pelo West Ham desde sempre, paixão que herdaram do pai, elas geralmente assistiam aos jogos importantes acompanhadas da noiva de Alex, Kelly Olsen, e por seus amigos Jack Spheer e Lucy Lane, a quem conheciam desde a infância.

Kelly era a única do grupo que não apreciava o futebol desde cedo. Tendo ganhado alguma intimidade com o esporte apenas por influência da noiva. Por isso, não raro, era alvo de piadas e brincadeiras feitas pelos outros quatro em virtude da sua quase total ignorância das regras, o que ocasionava gafes memoráveis.

Voltando à partida, o West Ham começou jogando bem, marcando um gol ainda no primeiro tempo. No início do segundo, ampliou o placar, encaminhando a vitória e uma boa vantagem para o jogo de ida na Romênia. Porém, o time inglês sofreu seu primeiro revés aos 71' da etapa final, quando o brasileiro Fernando diminuiu a vantagem, marcando para o time do Astra. Como desgraça pouca é bobagem, aos 82', num infeliz lance, o zagueiro dos Hammers tentou cortar a bola cruzada na área e acabou marcando contra, empatando o jogo e enfurecendo os apaixonados torcedores do West Ham que estavam no pub perto do estádio. Faltando poucos minutos para o juiz encerrar a partida, todos já achavam que aquele resultado seria o melhor que conseguiriam.

Todos menos Kara. Não se sabe se foi pela quantidade de cerveja que ela bebera enquanto assistia ao jogo ou pela confiança no time, mas o fato é que ela apostou contra os demais que os Hammers venceriam, no entanto, como isso não aconteceu, eles agora lhe cobravam a paga.

— Vamos, Kara, já faz quase uma hora que o jogo acabou e você ainda não se mexeu. Mulheres gostosas não costumam cair do céu para serem beijadas. — Jack começou a cobrança, depois de tomar mais um gole da sua cerveja.

— Calma... Estou avaliando as opções. — A loira se ajeitou na cadeira e ergueu o queixo, tentando mostrar que estava no controle da situação.