14. Jantar na mansão dos Luthor

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[29 de agosto de 2015]


— Cheguei, querida família! — Sam fez sua entrada triunfal na mansão dos Luthor.

— Mais uma vez atrasada! — Lillian criticou, atraindo a atenção da filha caçula — Você sabe que não tolero impontualidade. Quando marco o jantar para as 20hs, espero que todos estejam aqui neste horário e não trinta minutos depois. — Disse, conferindo se os talheres estavam devidamente arrumados sobre a mesa.

Já era comum os jantares na Mansão dos Luthor começarem desta forma: com Lillian e Samantha trocando farpas. Desde muito cedo, a caçula dos Luthor tomou gosto por desafiar a mãe, sempre tão controladora.

— Mamãezinha querida — Sam zombou — Lamento ter me atrasado para esse importante acontecimento, afinal, é tão incomum nos reunimos toda semana nesta mansão — espetou — Mas foi por uma boa causa... Eu estava fazendo uma coisa que sei que você não faz há muito tempo: um gesto de caridade.

Lillian lançou um olhar enviesado para a filha.

— Imagino o gesto de caridade que deveria estar fazendo — ironizou com um sorriso ladeado — Foi por causa de um homem ou de uma mulher que se atrasou desta vez? — seu tom permanecia ácido — Por Deus, Samantha, não sei de quem você herdou tanta vulgaridade! — a matriarca atacou sem pestanejar.

Sam respirou fundo, revirando os olhos.

—Antes de mais nada, Lillian, eu não sou vulgar, sou bissexual! — pontuou, calmamente — E estou surpresa com sua curiosidade sobre minha vida íntima. — os lábios se curvaram com malícia. — Está com inveja, mamãe? Imagino que você não deva saber o que é sentir um corpo suado, desejoso do seu, há muito tempo — provocou, fazendo surgir no rosto de Lillian uma expressão de repulsa.

— Já te disse que não deve basear o comportamento das outras pessoas pelo seu, Samantha. — elevou a voz, mostrando-se mais irritada do que gostaria. A filha tinha conseguido tirá-la do sério.

— Vocês duas podiam parar com essa discussão infantil? Estou assistindo à TV — Lionel Luthor se pronunciou, chamando a atenção da esposa e da filha. Ele estava na sala contígua, sentado em sua confortável poltrona, com os pés apoiados sobre o encosto inferior, e os olhos vidrados na grande tela, assistindo a um programa esportivo.

— Velho inútil! — Lillian resmungou baixo e o sorriso de Sam aumentou mais, ao ver sua mãe tão contrariada.

A moça olhou a sua volta, checando o ambiente e verificando que os irmãos não estavam ali.

— Pelo visto não sou a única a chegar atrasada, não é mamãe? — pontuou, erguendo uma sobrancelha — Onde está seu amado filho, Lex? E Lena? — quis saber.

— Seu irmão não poderá vir hoje, porque está resolvendo problemas da empresa, ou seja, lutando por um patrimônio que também é seu. Herança esta que tenho certeza você vai depenar em poucos anos, gastando com esses seus amantes ocasionais. — Lillian não deixava o tema morrer — Ainda bem que desta vez veio sozinha e não trouxe um completo estranho ou estranha para jantar conosco.— destilou o veneno.

Sam rolou os olhos com o discurso moralista.

— Certo, certo... Já entendi que está amargurada com a sua vida, mas podemos passar para outro tópico que não envolva meus amantes e minha sexualidade? — antes que Lillian pudesse refutar essa nova provocação, a jovem se antecipou: — Cadê Lena?

Porém a mais velha não lhe dava mais atenção. Agora, parecia que uma taça de cristal sobre a mesa lhe era mais importante. Samantha já estava pronta para perguntar novamente sobre a irmã, quando seus olhos focalizaram a silhueta de Lena atravessando o vão entre o hall de entrada e a sala de jantar.

O Amor é Um Jogo [KarLena]Onde histórias criam vida. Descubra agora